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Brasileiro não Sabe Português

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Por:   •  19/8/2014  •  476 Palavras (2 Páginas)  •  1.151 Visualizações

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“Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português”

A grande mitificação que confere ao português de Portugal “superioridade” em relação ao “português brasileiro” tem raízes histórias, pois ainda temos o complexo de termos sido colonizados por um país tido como “civilizado”, ideo¬logia, aponta Bagno, “impregnada em nossa cultura há muito tempo”.

No curso da história, com exemplos citados pelo autor, várias declarações se basearam em “posturas preconceituosas — perpetua¬das ao longo dos séculos pela desinformação ou má informação — do que em análises científicas acuradas dos fatos lingüísticos”. Houve até quem profetizasse, devido à “corrupção do português” original e a sua má utilização, o “fim” da língua. Isto não ocorreu como sabemos. Um dos argumentos dos puristas, no que tange ao declínio do português se refere ao abuso de estrangeirismos, o que Marcos Bagno sugere que deve ser analisado sob a “perspectiva da dependência polí¬tico-econômica (e conseqüentemente cultural) do Brasil (e de Portugal) para com os centros mundiais de poder”.

Dizer que o brasileiro não sabe o português e que só em Portugal se fala bem a língua é um mito reproduzido dentro das escolas. O português falado no Brasil, embora não se reconheça formalmente, já possui uma gramática própria e muito se distancia do português de Portugal. Tanto que em alguns casos, no intercruzamento dos dois, há sérios níveis de incompreensão no uso da língua entre ambos. Também na estrutura gramatical da língua, os dois países já se distanciaram em muito, e Marcos Bagno expressa e exemplifica tal distância, através, por exemplo, da citação do uso dos pronomes o/a.

Bagno afirma que no que diz respeito ao ensino do português no Brasil, o grande problema é que esse ensino é até hoje voltados para a norma lingüística de Portugal. Por isso, o erro de se pensar que o português só tem seu nível de “correção” se ouvido da boca de portugueses, como se eles falassem tudo “certo”. Isto fere nossa identidade, que é também marcada pelo livre e independente uso de nossa construção da língua.

O certo é que o errado não existe. O erro é querer sugerir o “certo” à matriz de nossa língua pelo simples fato de ela guardar o “gene” formal do que falamos. Brasileiros e portugueses cometem seus desvios naturalmente, sem que isso prejudique a andar da língua ou sirva, tendenciosamente, para justificar que em Portugal, por originar o idioma, seja mais “puro” lingüisticamente que o Brasil.

A gramática normativa estabelece e obriga os brasileiros a, supostamente, falarem um português de Portugal, quando já deixamos, há tempos, a condição de colônia, quando já superamos Portugal em todos os âmbitos possíveis, e aqui se inclui o econômico, fora a evidente dimensão territorial. É óbvio que um país com as dimensões do Brasil, muitas vezes maior que Portugal, inevitavelmente, tem razões óbvias para que suas variantes sejam mais vivas que as da península ibérica.

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