CONSTRUINDO A COMPREENSÃO... DURANTE A LEITURA

Capitulo 6

Construindo a Compreensão...

Durante a leitura

Nesse capitulo iremos ver sobre o ensino das estratégias que acontecem durante esse processo, tanto para construir uma interpretação possível do texto como para resolver os problemas que aparecem no decorrer da atividade.

O que acontece quando lemos? O processo de Leitura

A leitura é um processo de emissão e verificação de previsões que levam a construção da compreensão do texto. A compreensão do texto envolve a capacidade de elaborar um resumo, que produz seu significado global de forma sucinta. Parta isso deve-se poder diferenciar o que constitui o essencial do texto e o que pode ser considerado em um determinado momento.

Assim, para que o leitor seja efetivamente um leitor ativo que compreende o que lê, deve poder fazer algumas previsões com relação ao texto. Essas previsões devem ser compatíveis com o texto, ou ser substituídas por outras. Quando estas são encontradas, a informação do texto integra-se aos conhecimentos do leitor e a compreensão acontece.

O processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda os diversos textos que se propõe a ler. É um processo interno, porém deve ser ensinado. Uma primeira condição para aprender é que os alunos possam ver e entender como faz o professor para elaborar uma interpretação do texto.

Estratégias durante a leitura: tarefas de leitura compartilhada

Ler é um procedimento, e se consegue ter acesso ao domínio dos procedimentos através da sua exercitação compreensiva. Por este motivo, não é suficiente que os alunos assistam suas previsões, como as verifica, em que indicadores do texto se baseiam para fazer isso. Os próprios alunos devem selecionar marcas e indicadores, formular hipóteses, verificá-las, construir interpretações e saberes que isso é necessário para obter certos objetos.

As etapas sucedem em diferentes situações de leitura de complexidade diversa. Talvez em determinados momentos a demonstração do modelo do professor seja mais necessária e em outros possa ser omitida. O importante é pensar que, por um lado, os alunos sempre podem aprender a ler melhor mediante as intervenções do seu professor e por outro lado, sempre no nível adequado, deveriam poder mostrar-se e considerar-se competentes mediante atividades de leitura autônoma.

As tarefas de leitura compartilhada devem ser consideradas a melhor ocasião para os alunos compreenderem e usarem as estratégias úteis para compreender os textos. Também devem ser consideradas o meio poderoso ao alcance do professor para realizar a avaliação formativa de leitura dos seus alunos e do próprio processo e, neste sentido, devem considerar-se como um recurso imprescindível para intervir de forma possível nas necessidades que os alunos mostram ou que ele interfere.

Existe um acordo bastante generalizado em considerar que as estratégias responsáveis pela compreensão durante a leitura que podem ser incentivadas em atividades de leitura compartilhada são as seguintes:

 Formular previsões sobre o texto a ser lido.

 Formular perguntas sobre o que foi lido.

 Esclarecer as ideias do texto.

 Resumir as ideias do texto.

Como se pode ver, trata-se de que o leitor possa estabelecer previsões coerentes sobre o que está lendo, que as verifique e se envolva em um processo ativo de controle da compreensão.

Em conjunto essas estratégias aplicam-se a leitura propriamente dita, durante a qual ocorre o maior esforço compreensivo do leitor, e estão pensadas para que este possa regular sua compreensão. Portanto, não podem ser ensinadas as margens da atividade de leitura, mas no que vamos chamar de tarefas de leitura compartilhada.

A ideia que preside as tarefas de leitura compartilhada é, na verdade, muito simples: nelas, o professor e os alunos assume a responsabilidade de organizar a tarefa de leitura e de envolver os outros na mesma.

Nas tarefas de leitura compartilhada, resumir significa expor o que foi lido. Esclarecer duvidas refere-se a comprovar se o texto foi compreendido, fazendo perguntas para si mesmo. A previsão consiste em estabelecer hipóteses ajustadas e razoáveis sobre o que será encontrado no texto, baseando-se na interpretação que está sendo construída sobre o que já se leu e sobre a bagagem de conhecimentos e experiências do leitor.

As tarefas de leitura compartilhada podem apresentar uma enorme variedade e que neste aspecto podemos considera-las bastante diferentes da sequencia realizada na escola. Suam maior diferença é que nesta sequencia não se ensinam explicitamente estratégias que possam ser utilizadas no processo de leitura. As tarefas de leitura compartilhada, ao contrário, estão pensadas para ensinar as estratégias, além de garantir, com todos os suportes necessários, que os alunos possam utilizar como competência.

Utilizando o que se aprendeu: a leitura independente

Quando os alunos leem, tanto com o objetivo de ler por prazer, como para realizar alguma tarefa para qual e preciso ler, devem poder utilizar as estratégias que estão aprendendo. De fato, este tipo de leitura, em que o próprio leitor impõe seu ritmo e trata o texto para seus fins, atua como uma verdadeira avaliação para a finalidade das estratégias trabalhadas. Como este é o tipo mais verdadeiro de leitura, as situações de leitura independente devem ser incentivadas na escola.

Além de propiciar a leitura independente pelo prazer de ler, a escola pode se propor o objetivo de promover o uso de determinadas estratégias em tarefas de leitura individual.

Muitas atividades poderiam ser pensadas para fomentar a aplicação de determinadas estratégias, por outro lado, quase todas elas também podem ser objeto de situações mais dirigidas pelo professor e de tarefas de leitura compartilhada em grupos pequenos ou grandes.