Carta De Desagravo

Carta de desagravo

Salvador, 30 de setembro de 2010

Prezados Colegas,

Em primeiro lugar agradeço a oportunidade de ter ensinado durante período de 2 anos e meio

(não lembro ao certo), onde me lembro que o Frederico fez um teste de aula quando a Area1

era perto do Detran e conheci Ítalo quando cuidava da Fundação Área 1.

Ensinar Engenharia na Área1 é um grande desafio, em primeiro lugar porque os alunos de

início de curso, entrantes, são muito dispersos (mais do que em faculdade pública e outras

particulares). Em segundo lugar porque os alunos de meio de curso, alguns, já estão no

mercado de trabalho exigindo do professor um conhecimento maior inclusive de aplicação das

competências e conhecimentos em aquisição.

Neste propósito e desafio de passar competências para os alunos do curso de engenharia da

produção ministrei as seguintes matérias: administração da produção, produção química,

programação e controle de produção, monografia II, automação para sistemas de produção e

orientações diversas de monografia.

Estes cursos foram ministrados em período conturbado com a realização de Doutorado na

UFRJ na área de Confiabilidade Humana e Operacional aplicado ao chão de fábrica, exigindo do

professor um desdobramento para transmitir a mensagem para alunos de graduação no meio

de uma pesquisa científica (fronteira da tecnologia) e com aplicação direta durante o

doutorado em instituições como a Braskem e a Transpetro.

Na Administração da produção busquei apresentar os conceitos com casos práticos, cálculos

de índices de produção e seminários para fixação dos conceitos e exercícios. A dispersão

nestas turmas era grande, principalmente nas turmas de sexta, mas, procurei empresariar

dentro da matéria fazendo com que houvesse enquadramento dos alunos simulando situação

de empresa em produção. Na automação, através de sistemas de manufatura, em particular

processamento de plástico no qual fui gerente, apresentei casos ilustrativos e cálculos para

automação de sistemas e inclui a filosofia de controle de processos contínuos com casos

aplicados da antiga Nitrocarbono. Na matéria produção química apresentei as cadeias

produtivas da área química incluindo uma boa discussão de sustentabilidade ambiental na

indústria de celulose e de biodiesel além de discutir aspectos como o impacto da crise

financeira para a indústria química e viabilização do pré‐sal. Na monografia II conseguimos

realizar com agilidade os procedimentos para orientação administrativa das monografias tanto

relacionada aos professores quanto aos alunos resultando em grande número de aprovação de

monografias nos períodos em que fui responsável pela cadeira.

Porque o desagravo?

Embora tenha tido classificação ascendente pelo coordenador (na época o Frederico) e pelos

alunos, sendo classificado como professor TOP, nunca escondi da administração que os valores

financeiros aplicados de mercado para ensino não eram satisfatórios para a minha pretensão

negando algumas vezes de ser transformado em professor dedicação exclusiva e, inclusive,

informando para os coordenadores, o pensamento de, após finalizar o doutorado sair da

instituição para atender as demandas da iniciativa privada e ensino em outras instituições

onde o “balanço financeiro” fosse mais interessante. Também afirmei para as coordenações

que nunca tomaria uma atitude sem antes (com antecedência) avisasse a coordenação e a

instituição.

Com o desenvolvimento e finalização da minha tese de doutorado na UFRJ, Escola de Química

com classificação 6 na CAPES acabei desenvolvendo uma rede de contatos de em torno de

1000 interessados na área de Confiabilidade Humana e Operacional, esta rede foi apelidada

como RECHA, Rede de Confiabilidade Humana Aplicada onde, instituições como, a FORD,

BRASKEM, PETROBRÁS Refino/Produção Off‐On Shore, Federações de Indústrias, Usina

Nuclear, Embraer, Itaipu, AICHE USA, CCPS USA, BP UK, e muitos outros, estavam presentes.

Procurei mostrar a importância do meu papel para a Área 1, mas, de novo, as expectativas

financeiras eram muito aquém em relação às ofertas da empresa.

A minha transparência às vezes prejudica ações devido à, na nossa cultura brasileira, o

importante é tirar proveito máximo das situações. Sendo assim o desagravo se deve a:

 Comunicação de desligamento

Durante o primeiro semestre comuniquei ao coordenador a decisão de me desligar da Area1 e

no mês de Junho, antes do final das aulas do