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Ensaio Sobre A Cegueira

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Por:   •  21/11/2014  •  715 Palavras (3 Páginas)  •  479 Visualizações

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Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.

O "Ensaio sobre a cegueira" é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.

Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos". -Quantos cegos serão precisos para fazer uma cegueira.” (pág. 131)

Fiquei muito angustiada ao ler esse livro. Saramago soube nesse livro exprimir todo o universo da cegueira daqueles que veem.

Saramago não faz a distinção de personagens pelos seus nomes, mas sim pelas suas características e particularidades. Entre os personagens principais, temos o primeiro cego, a mulher do primeiro cego, o médico, a mulher do médico (que vê), a rapariga dos óculos escuros, o velho com a venda no olho e o rapazinho estrábico. Vai aparecendo ao longo do livro outros personagens secundários, como o cego da pistola, o cego que escreve em braile, o ladrão, os soldados, a velha do primeiro andar, o cão de lágrimas…

“-É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade.” (pág. 40)

Um sinal vermelho, a espera pra poder acelerar o carro e de repente não consegue ver nada. È assim que começa a história de uma epidemia de cegueira que ninguém consegue explicar. A cidade se transforma num verdadeiro caos, pessoas são isoladas e abandonadas para viver cada um por si.

“-O medo cega... são palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.” (pág. 131)

Mas uma pessoa não fica cega. A mulher do oftalmologista. Mas por quê? Por que numa epidemia de cegos uma única pessoa continue a enxergar? A mulher do médico se vê obrigada a fingir que é cega para poder ficar junto do marido e depois para se proteger e ajudar os outros cegos. Mas nem ela e nem o médico conseguem entender o que causou a cegueira e o porque de só ela conseguir enxergar.

“-Mas quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos.” (pág. 243)

Com o passar do tempo, e com a epidemia se espalhando, as pessoas acabam se virando uns contra os outros, e é aí que conhecemos o lado mais obscuro do ser humano e o que uma pessoa pode fazer para se livrar da maldade dos outros, mesmo que para isso ela tenha que ir contra seus princípios. Depois que a epidemia se espalha, toda a cidade se vê em um mundo de caos onde cada cego luta por sua vida, até descobrirem que o pior cego é aquele que não quer ver.

"-Costuma-se

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