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Memorial Do Convento Resumo

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Por:   •  12/12/2013  •  3.345 Palavras (14 Páginas)  •  451 Visualizações

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Memorial do Convento

Título

O título sugere memórias de um passado delimitado pela construção do convento de Mafra, com o que de grandioso e de trágico representou como símbolo do país.

Relação Título/Conteúdo

O título apresenta uma carga simbólica quer enquanto sugere as memórias – evocativas do passado – e pressuposições existenciais, quer ao remeter para o Mundo místico e misterioso. Ao lado da história da construção do convento, com tudo o que de grandioso e de trágico representou, surge o fantástico erudito e popular que permite a realização dos sonhos e as crenças num universo de magia. O Convento de Mafra liga-se ao sonho dos fardes que aproveitam a oportunidade de terem um convento, mas reflete, sobretudo, a magnificência da corte de D. João V e do poder absoluto, que se contrapõe ao sacrifício e à opressão do povo que nele trabalhou, muitas vezes, aniquilado para servir o sonho do seu rei. Com as memórias de uma época é um romance histórico, mas simultaneamente social ao fazer a análise das condições sociais, morais e económicas da corte e do povo.

O Narrador

É na generalidade, heterodiegético, isto é, um narrador de 3ª pessoa que relata a história, que estrutura os factos, mas que, embora não participando na narrativa, consegue organizá-la, manipulá-la, controlando-a através de um tom judicativo, moralista, através dos seus apartes, opiniões, tomadas de posição, comentários e ironias, tantas vezes, cáusticas. É um narrador irreverente, assume uma posição subjetiva em relação ao que narra, que não é indiferente, que reage, que se manifesta. Passa a ser um narrador homodiegético, incluindo-se a si próprio e ao narratório no fio narrativo, como acontece na apresentação de Baltasar ou na referência à passagem dos condenados no auto de fé. Quando o narrador transfere a impessoalidade da 1ª pessoa do plural para a individualidade da 1ª pessoa do singular, num discurso autodiegético ganha nova dimensão, tal como ocorre, na apresentação da mãe de Blimunda nesse mesmo auto de fé. É também um narrador, possuidor de um olhar crítico, que assume, recorrentemente a uma posição omnisciente, o que lhe permite conhecer todos os factos. Este conhecimento da História, possibilita-lhe a apropriação do passado e do futuro. O narrador recorre à focalização interna, ao assumir o ponto de vista de personagens, ora, embora raramente, à focalização externa, tornando-se mero observador.

Classificação (tipo de romance)

Romance histórico que descreve a sociedade portuguesa no início do século XVIII marcado pela sumptuosidade da corte associado à Inquisição e, pela exploração dos operários. Dentro da linha Neorrealista, preocupado com a realidade social, em que sobressai o operário oprimido, Memorial do Convento apresenta-se também como um romance social. Designamos a obra como romance de espaço ao representar uma época, interessando-se por traduzir não apenas o ambiente histórico, mas também por apresentar quadros sociais que permitem um melhor conhecimento do ser humano.

Ação

A ação principal é a construção do convento de Mafra. Paralelamente à ação principal encontra-se uma ação que envolve Baltasar Sete Sois e Blimunda Sete Luas. As duas ações voluntariamente surgem em fragmentos que se reconstituem por encaixes vários e recriam situações, costumes, tradições, ambientes e problemas.

Espaço

Os espaços físicos privilegiados pela ação são Mafra e Lisboa, sendo também espaços sociais.

Lisboa – “Esta cidade mais que todas, é uma boca que mastiga de sobejo para um lado e de escasso para o outro”

Mafra – Encontramos constantes referências a que dava trabalho para muita gente, mas socialmente destruiu famílias e criou marginalização.

Alentejo – surge igualmente como um espaço social importante, na medida em que permite conhecer-se a miséria que o povo passava.

Tempo

Esta categoria narrativa assume diferentes aspetos:

• Tempo histórico – os acontecimentos desenrolam-se no século XVIII, que é definido por eventos históricos:

o O casamento de D. João V com D. Maria Ana Josefa – 1708;

o O início da construção do convento de Mafra – 1717;

o O último auto de fé onde é sentenciado António José da Silva – 1739

• Tempo diegético ou da história – é o tempo da ação, ação que se organiza, de uma maneira geral, cronologicamente. No entanto, é evidente que para José Saramago, as referências cronológicas não são essenciais e, por isso, aparecem, muitas vezes, nas obras, apenas por dedução.

o A narrativa inicia-se por volta de 1711;

o O auto de fé onde Baltasar é queimado conjuntamente com António José da Silva, em 1739.

Em Memorial do Convento há a reconstituição histórica do século XVIII, em Portugal. Pode-se, então, concluir que a narrativa se reporta a vinte e oito anos decorridos entre 1711 e 1739.

• Tempo do discurso – Em Memorial do Convento, o narrador faz ressurgir o passado e analisa-o conscientemente com a sua visão do presente. O passado serve, então, e muitas vezes, para criticar o presente, de uma forma muito peculiar

Estrutura da ação

Apresenta duas linhas condutoras da ação – construção do Convento de Mafra e a relação entre Baltasar e Blimunda – que se entrelaçam com acontecimentos diversos, recolhidos na História ou fantasiados. Está dividido em 25 partes ou capítulos, não nomeados nem numerados, mas perfeitamente reconhecidos pelos espaços brancos que os separam

As Personagens

D. Maria Ana Josefa

Vinda de Áustria limita-se a assumir apenas a sua função reprodutora, de modo a dar ao rei, um descendente legítimo. Funciona como o símbolo da mulher submissa, obediente e dependente, que vive uma relação fria e vazia de sentimentos com o rei, o que a leva a sentir-se frustrada, canalizando para o mundo dos sonhos a sua sexualidade reprimida. Assim, sonha

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