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O Homem Que Calculava

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Por:   •  29/9/2013  •  4.349 Palavras (18 Páginas)  •  565 Visualizações

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Malba Tahan

O Homem

Que Calculava

Edição Integral

Ilustrações

Sílvio Vitorino

Digitalização e Revisão

Arlindo_San

À memória dos sete grandes geômetras cristãos ou

agnósticos: Descartes, Pascal, Newton, Leibnitz, Euler,

Lagrange, Comte, (Allah se compadeça desses infiéis), e à

memória do inesquecível matemático, astrônomo e filósofo

muçulmano, Buchafar Mohamed Abenmusa Al Kharismi,

(Allah o tenha em sua glória!), e também a todos os que

estudam, ensinam ou admiram a prodigiosa ciência das

grandezas, das formas, dos números, das medidas, das

funções, dos movimentos e das forças, eu, el-hadj xerife Ali

Iezid Izz-Edim ibn Salim Hank Malba Tahan (crente de

Allah e de seu santo profeta Maomé), dedico esta

desvaliosa página de lenda e fantasia.

De Bagdá, 19 da Lua de Ramadã de 1321.

Ao leitor

Quando, no decurso desta obra, as notas esclarecedoras (em pé de página)

forem de Malba Tahan, declará-lo-emos entre parêntesis. As notas que se

apresentam sem assinatura, ou acompanhadas das iniciais B.A.B., são da autoria

do tradutor.

Para algumas palavras de origem árabe ou persa, conservamos as formas

gráficas mais simples e mais ao gosto de nossos leitores, contrariando, em certos

pontos, as recomendações ortodoxas de doutos filólogos, puristas e gramáticos. E

assim escrevemos: “Allah”, “cheique”, “Islã”, “Kheibir”, “Raschid”1, etc...

Dentro da mesma orientação adotamos as seguintes formas: “habith”,

“Iallah”, “Ibn”, “Mac Allah”, “Maktub” e “Ramadã”2.

Para atender ao pedido de muitos leitores e tendo em vista a dupla

finalidade deste livro - educativo e cultural -, resolvemos incluir, na parte final,

um apêndice.

No apêndice encontrarão os interessados, esclarecimentos sucintos, dados

históricos, indicações bibliográficas, etc, sobre os principais problemas e

curiosidades que figuram no enredo desta originalíssima novela.

Oferecemos, no glossário, aos leitores e pesquisadores, as significações de

certas palavras (árabes ou persas), frases, alegorias, fórmulas religiosas, etc,

citadas nos diversos capítulos, e que não foram devidamente esclarecidas nas

pequenas notas ao pé das páginas. Para as palavras já esclarecidas, o glossário

indica apenas o capítulo e o número da nota desse capítulo, em que o sentido da

palavra é devidamente elucidado.

O glossário é seguido de um pequeno índice de autores citados e de uma

bibliografia.

Todas as notas que formam o apêndice são da autoria do tradutor. Os

verbetes que figuram no glossário e no índice de autores foram cuidadosamente

revistos pelo ilustre filólogo professor Ragy Basile.

A singular dedicatória deste livro encerra uma página de alto sentido

moral e religioso. Convém ler, sobre essa dedicatória, a nota inicial do apêndice.

BRENO ALENCAR BIANCO

São Paulo, 1965

1 Eis as formas que os puristas recomendam: “Ala”, “xeque”, “Islão”, “Quebir”, “Raxid”, etc.

2 O orientalista português Eduardo Dias adota, em seus livros, as formas: “beduim”, “xerife”, “djino”, “efrite”, “badice” e

“Ialá”. O filólogo brasileiro professor Cândido Jucá (filho) escreve: “Xeherazade”, “Alraxid”, “Bagdad”, “Alá”, etc.

CAPÍTULO I

No qual encontro, durante uma excursão,

singular viajante. Que fazia o viajante e quais

as palavras que ele pronunciava.

Em nome de Alá, Clemente e Misericordioso!1

Voltava eu, certa vez, ao passo lento do meu camelo, pela estrada de

Bagdá, de uma excursão à famosa cidade de Samarra, nas margens do Tigre,

quando avistei, sentado numa pedra, um viajante, modestamente vestido, que

parecia repousar das fadigas de alguma viajem.

Dispunha-me a dirigir ao desconhecido o sala2 trivial dos caminhantes

quando, com grande surpresa, o vi levantar-se e pronunciar vagarosamente:

- Um milhão, quatrocentos e vinte e três mil, setecentos e quarenta e

cinco!

Sentou-se em seguida e quedou em silêncio, a cabeça apoiada nas mãos,

como se estivesse absorto em profunda meditação.

Parei a pequena distância e pus-me a observá-lo, como faria diante de um

monumento histórico dos tempos lendários.

Momentos depois o homem levantou-se novamente e, com voz clara e

pausada,

...

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