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O Homem Que Calculava

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Por:   •  19/3/2014  •  1.627 Palavras (7 Páginas)  •  648 Visualizações

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O Homem que Calculava

Beremiz ( O Homem que Calculava ) nasceu em uma pequena aldeia de Khói, na Pérsia, onde muito moço ainda pastoreava um grande rebanho de ovelhas e ao recolhê-las ao abrigo antes do cair da noite, contava-as varias vezes durante o dia com receio de ser severamente castigado por negligência devido à perda de algumas delas. Desta forma foi adquirindo, pouco a pouco, tal habilidade em contar que por vezes, num relance calculava sem erro o rebanho inteiro, começou a exercitar contando os pássaros, quando em bando, voavam, pelo céu afora, as formigas, pequenos insetos. Desta forma tornou-se habilíssimo nesta arte, chegando à proeza de contar todas as abelhas de um enxame. Seu amo informado de suas habilidades matemáticas encarregou-o de dirigir as vendas dos frutos de suas plantações a ele , onde trabalhou por um grande período.

Estando o dono das plantações contente com os lucros, liberou Beremiz para que tirasse férias, neste período em que estava de férias Beremiz conhece um homen que se chama Bagdáli (que vai ser seu grande amigo e narrador desta história) no qual o convida para fazer companhia numa viajem até Bagdá , Beremiz aceita o convite e vão então os dois nessa aventura . Durante a viagem Beremiz ia se exercitando contando pássaros, galhos e folhas das árvores. Bagdáli admirado com tal habilidade sugeriu ao homem que calculava ganhar dinheiro com esta habilidade, o que Beremiz nunca tinha pensado antes e ele acabou aceitando a idéia.

Dali a poucas horas em que viajavam juntos, encontraram perto de um caravancará, meio abandonado três homens que discutiam severamente acerca da correta divisão de 35 camelos deixados como herança pelo pai, que determinou a divisão da seguinte forma: O irmão mais velho deveria receber a metade, o irmão do meio Hamed Namir uma terça parte, e ao Harim, o mais moço, deveria tocar apenas a nona parte. A dificuldade era que as divisões não eram exatas, ao que Beremiz solucionou a questão fazendo uso da grande habilidade de calcular somando-se aos 35 camelos, o camelo que possuíam. Bagdáli não concordou a princípio em ceder o próprio camelo, porém Beremiz o convenceu. Enfim o homem que calculava fez matematicamente uma divisão que veio agradar e convencer os três sem perder o camelo de Bagdáli, deixando a todos maravilhados com tamanha habilidade nos cálculos e ainda saiu com a recompensa de ter um segundo camelo para que pudessem continuar a viagem mais comodamente.

Passados três dias e próximos às ruínas da pequena aldeia , encontraram, caído na estrada, um pobre viajante, roto e ferido, o qual, após ser socorrido fez o relato de sua aventura: Chamava-se Salém Nasair, um dos mais ricos mercadores de Bagdá, que regressando de Bácora, com grande caravana, foram atacados por uma chusma de nômades persas do deserto, onde todos os seus componentes pereceram nas mãos dos beduínos, exceto ele que oculto na areia conseguira escapar. Após tal relato este homem perguntou se ambos possuíam algo de comer, pois estava quase a morrer de fome, ao que Beremiz e Bagdáli, possuíam juntos 8 pães, Salém Nasair propôs fazerem uma sociedade com estes pães e quando chegassem a Bagdá, o mesmo pagaria 8 moedas de ouro o pão que comer.

Continuando viagem no dia seguinte, entraram em Bagdá, dando de cara com um cortejo, o xeque Salém fora cumprimentado e questionado pelo poderoso vizir Ibrahim Maluf, que estava à frente do cortejo, acerca do motivo de estar com trajes maltrapilhos e na companhia de dois homens desconhecidos, ao qual Salém fez o relato acima referido, fazendo grandes elogios a respeito de Beremiz e Bagdáli. Em seguida ordenou que pagasse conforme prometido as 8 moedas de ouro pelos pães aos homens que o socorrera, agradecendo pelo grande feito. Porém quando o rico xeque Salém Nasair fazia a divisão dando a Beremiz 5 moedas pelos 5 pães e a Bagdáli 3 moedas pelos 3 pães, o homem que calculava fora fiel à ciência que recebera como dom, corrigindo e provando matematicamente a divisão correta das moedas pagas pelos 8 pães, que deveria ser de 7 a si mesmo e 1 moeda a Bagdáli, porém Beremiz enfim repartiu em partes iguais, 4 moedas para cada, pois sabia que, embora, fosse matematicamente correta a divisão, aos olhos de Deus não estava certo. Esse homem é extraordinário, foi à declaração feita pelo vizir, referindo-se a Beremiz, pois ficou maravilhado com a sua habilidade e generosidade para com o companheiro e amigo Bagdáli, tomando-o como secretário.

Em 8 dias que estavam viajando juntos, Beremiz calculou a quantidade de palavras que pronunciara, entre esclarecer dúvidas e indagar sobre coisas importantes e concluiu que falara pouco, pois o sábio calculista ensinou que uma pessoa não pode ser excessivamente calada, porém em contrapartida aquele que fala sem parar irrita ou enfastia seus ouvintes, a seguir fez o relato de um velho homem habitante de Teerã, na Pérsia, o qual prometeu dar a um de seus três filhos um prêmio de 23 timões (moeda persa de ouro), ao que durante o dia inteiro não pronunciasse palavras inúteis, ao cair da noite foi premiado o filho que se aproximou do pai beijou suas mãos e limitou-se a dizer "Boa noite, meu Pai!", ao contrário dos outros, onde um falou mais que devia e outro foi excessivamente calado apenas estendendo as mãos para receber o prêmio.

Momentos depois chegaram ao Marreco Dourado, em busca de um quarto para ambos, onde em momento oportuno o calculista tirou o dono da hospedaria de um embaraço, pois um joalheiro vindo da Síria a vender jóias em Bagdá, prometeu que iria pagar a sua conta de hospedagem da seguinte forma: 20 dinares se as vendesse por 100 dinares e 35 dinares se as vendesse por 200. Porém ao cabo de muitos dias vendeu-as por 140 dinares. O dono da hospedaria não estava concordando com os cálculos feitos pelo joalheiro, daí levantando se grande confusão,

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