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O PROJETO O XADREZ DAS CORES

Por:   •  17/10/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.484 Palavras (10 Páginas)  •  602 Visualizações

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Filme: O Xadrez das Cores

Gênero: Ficção Pires

Duração: 22 min

Audacioso e provocante, o filme O Xadrez das Cores traz uma história densa, que se desenvolve como um jogo de xadrez. A temática séria e profunda fala da discriminação racial. “Pela educação pode-se combater, no plano das atitudes, a discriminação manifestada em gestos, comportamentos e palavras, que afasta e estigmatiza grupos sociais. Contudo, ao mesmo tempo em que não se aceita que permaneça a atual situação, da qual a escola é cúmplice ainda que só por omissão, não se pode esquecer que esses problemas não são essencialmente do âmbito comportamental, individual, mas das relações sociais, e que como elas têm história e permanência. O que se coloca para a escola são o desafio de criar outras formas de relação social e interpessoal, por meio da interação o trabalho educativo escolar e as questões sociais, posicionando-se crítica e responsavelmente diante delas”. (PCN Pluralidade cultural, p23 e 24) É uma das responsabilidades da escola levar os alunos a assumirem uma postura ética e responsável diante da diversidade cultural e étnica. De acordo com o dicionário Michaelis on lain discriminar dis. cri.mi.nar (lat. discriminare): é “Tratar de modo preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes”. É sobre isso que trata O Xadrez das cores. Cida está em prejuízo em sua vida e, por dinheiro, precisa se sujeitar a situações degradantes protagonizadas por sua patroa branca e racista. Por muito tempo aprendemos na escola, uma versão pouco conflituosa, como se os negros tivessem sido trazidos e aceitando a condição sub-humana a que foram submetidos. O ensino de História avançou e, assim as atividades propostas em sala de aula devem buscar uma visão mais contextualizada e menos romanceada da participação dos negros na História e os reflexos dessa construção histórica nos dias atuais. É necessário ver o negro como um povo que tem direito e deveres; é preciso vê-lo como cidadão. Essa soberania existe em leis, mas na prática, ainda há muita injustiça. O Xadrez das Cores é um filme que nos incomoda, é impossível manter-se distante da tensão das personagens. A forma como a história é construída nos convida a participar do enredo. Vamos tomando parte do jogo. A alusão ao jogo de xadrez é outro elemento intrigante, esse é um jogo de raciocínio. Está feito o convite para alunos e professores: para combater a discriminação é preciso pensar, refletir, entender as raízes do preconceito. Precisamos unir nossas vozes na luta contra o preconceito, e como em um jogo de xadrez, saber faz toda a diferença. O conhecimento pode ser conquistado e assim como faz a personagem Cida, é preciso virar o jogo. As personagens do filme apresentam-se como forças contrárias: rico e pobre, o branco, o negro, a patroa, a empregada. Apesar da relação contrária existente, ambas possui em comum a força, a determinação. Maria insiste em oprimir, Cida aceita por causa da necessidade da situação, mas utiliza-se do tabuleiro do xadrez para conhecer sua oponente. Não se satisfaz com suas derrotas. Apesar de ver suas peças negras sendo jogadas no lixo prazerosamente por sua patroa, estuda a adversária, busca um conhecimento que não tem. Uma das mais belas lições do filme é a negação do conformismo, da busca pelo conhecimento para a transformação dos fatos. É alquimia do conhecimento. É esse desejo que a escola tem que despertar. O jogo de xadrez é outra bela simbologia... Têm os peões, o rei, a rainha, o movimento das peças... O objetivo do jogo é que cada jogador é coloque o rei adversário ‘sob ataque’, de tal forma que o adversário não tenha lance legal a evitar a ‘captura’ de seu rei no lance seguinte. O jogador a alcançar tal objetivo, ganhou a partida e diz-se, deu ‘mate’ no adversário. O jogador que levou o mate perdeu a partida. É um jogo de raciocínio, de inteligência, no qual o tabuleiro é o palco aonde os personagens vão mostrando suas habilidades. Competências estas que são conquistadas a cada movimento, a cada jogada. Como o ser humano que se desenvolve, não nasce pronto, mas vive suas escolhas. A forma como conduzimos nossas vidas indica o quanto iremos evoluir. Cida representante da classe mais excluída de nossa sociedade deixou a vontade de persistir, de mudar, de levar o jogo, o lúdico, o envolvimento aonde era só esquecimento. Está feito o convite para que todos os educadores provoquem o debate. É no confronto de ideias que a escola pode tentar garantir o espaço da diversidade e do respeito. Dizem que a Arte fala ao coração dos Homens. Que este vídeo seja o inicio de uma obra de conscientização da preservação de todos os povos. Pluralidade Cultural. Objetivos de aprendizagem: ¬ Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes representantes da raça afrodescendente, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles, continuidades e descontinuidades, conflitos e contradições sociais; ¬ Valorizar a diversidade cultural considerando critérios éticos; Situações didáticas sugeridas: Nesta proposta, sugiro a junção do filme O Xadrez das Cores e a outro tipo de mídia para o debate inicial. O professor pode iniciar questionando os alunos sobre que conhecimentos possuem sobre o jogo de xadrez. Os alunos vão apresentando suas ideias. Lança-se a pergunta sobre qual seria a temática de um filme chamado O Xadrez das Cores. Na medida em que a classe esgote suas hipóteses, o professor propõe assistirem ao filme. Esse debate inicial é importante para trazer os alunos para a temática, já que eles ainda não sabem qual será esta, e é justamente nesta motivação que o filme é inserido. A preparação da sala para a sessão do filme é fundamental para desafiar os alunos. As estratégias podem ser as mais diversas, o importante é criar um clima de expectativa, de desejo de saber mais sobre o filme. Após a sessão do filme, o professor retoma o debate, e neste caso deve centrar sobre a principal temática. Para estimular ainda mais a exposição de ideias, o professor pode pedir que os alunos se posicionassem, relacionando com situações que já vivenciaram ou que conhecem sobre a discriminação racial. Pode-se introduzir no debate a questão sobre a discriminação racial em relação à posição social. No debate é importante garantir o direito a fala de todos. Aprender a ouvir, se posicionar e argumentar é aprendizagens que só desenvolvemos no exercício. O professor deve fazer um registro das principais ideias apresentadas, para tal pode pedir a ajuda de um aluno que pode ir registrando em uma cartolina, este levantamento servirá para o professor identificar possíveis novos focos de discussão, bem como, para perceber o avanço da turma e até mesmo uma auto avaliação. É necessário provocar os alunos a refletirem sobre o que escutam. www.curtanaescola.com.br “Apesar da força de nossos poetas cantores, dos nossos artistas, da presença negra no futebol e na literatura e de termos também o maior geógrafo do mundo, Milton Santos, a invisibilidade da população negra continua, hoje menor, mas continua. Não só a invisibilidade no sentido real da palavra, mas aquela pusilânime e cínica, que só faz visíveis datas e situações oportunas, como: 13 de maio, 20 de novembro, carnaval e campeonato mundial de futebol, agora também nas competições de ginástica, com a atleta Daiane Santos. um” Um dos alunos pode anotar as conclusões da classe. Para dar continuidade ao debate, é possível elaborarmos um projeto de trabalho intitulado “Nossos Heróis – Qual é a cara do brasileiro”, cujo objetivo central é reconhecer a presença negra no Brasil como uma dos matizes mais importantes na formação do povo brasileiro. Sugiro que o professor lance a ideia de que cada dupla deve buscar a história de um negro (a) que fez história e apresente para a classe. Nos sites http://www.acordacultura.org.br/ ou http://www.criola.org.br/ há material disponível com vários exemplos, mas os alunos podem encontrar outros. O registro das descobertas pode ocorrer através de diferentes formatos: os alunos podem fazer seminários, contação de histórias, caracterizarem-se de acordo com o personagem. O professor deve incentivar a criatividade, mas deve orientar cada apresentação para fazer sugestões para o bom desempenho de todos os alunos. Uma forma de continuar a atividade seria a produção de jogos sobre o tema, como por exemplo, elaborar perguntas e respostas e também um tabuleiro, vence quem conseguir responder o maior número de respostas corretas. Caso seja possível seria interessante filmar a desempenho dos alunos e constituir um acervo de discussão que pode ser ampliado para outras classes. Depois desta trajetória, sugiro que vejam novamente o filme e comentem que novas relações fizeram após os debates e seminários realizados. Em outra aula o professor pode trazer a música Racismo é Burrice (Gabriel Pensador). É interessante entregar a letra aos alunos para que eles possam identificar mais facilmente os trechos. Sugiro que o professor coloque em discussão o conteúdo da música e também a questão da lavagem cerebral. É este o caminho? A Música pode ser encontrada no site http://gabrielpensador.letras.terra.com.br/letras/72839/ Avaliação: A avaliação deve ocorrer durante todo o processo. Com um levantamento inicial sobre o que os alunos pensam sobre o assunto e o avanço que demonstrarem. Quanto à apresentação o professor deve compartilhar com os alunos os itens que serão avaliados, tais como, conteúdo apresentado, clareza e síntese, criatividade e o trabalho em grupo. Para quem quiser um pouco mais... Pode-se propor estudar as influências africanas na cultura brasileira. Em nossas raízes culturais temos a forte presença do negro, devido à posição desigual que a raça negra se encontrava, a escola nunca valorizou e se aprofundou no estudo dessas influências. A proposta é um resgate da cultura africana e seu impacto na cultura brasileira. http://www.unidadenadiversidade.org.br/ Este site é fruto da junção de várias entidades que lutam pelos diretos humanos e contém um material bem interessante para se discutir a diversidade na sala de aula, com sugestões de atividades, músicas, vídeos e jogos. http://portal.mec.gov.br/secad/ Este link faz parte do portal do MEC- Ministério da Educação e Cultura, constituindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), que trata de temas como alfabetização e educação www.curtanaescola.com.br de jovens e adultos, educação do campo, educação ambiental, educação escolar indígena, e diversidade étnico-racial. Racismo é burrice- Gabriel Pensador Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano "O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar" Racismo, preconceito e discriminação em geral; É uma burrice coletiva sem explicação Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união Mas demonstra claramente Infelizmente Preconceitos mil De naturezas diferentes Mostrando que essa gente Essa gente do Brasil é muito burra E não enxerga um palmo à sua frente Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente Eliminando da mente todo o preconceito E não agindo com a burrice estampada no peito A "elite" que devia dar um bom exemplo É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento Num complexo de superioridade infantil Ou justificando um sistema de relação servil www.curtanaescola.com.br E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação Não tem a união e não vê a solução da questão Que por incrível que pareça está em nossas mãos Só precisamos de uma reformulação geral Uma espécie de lavagem cerebral Racismo é burrice Não seja um imbecil Não seja um ignorante Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante O quê que importa se ele é nordestino e você não? O quê que importa se ele é preto e você é branco Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços Se você discorda, então olhe para trás Olhe a nossa história Os nossos ancestrais O Brasil colonial não era igual a Portugal A raiz do meu país era multirracial Tinha índio, branco, amarelo, preto Nascemos da mistura, então por que o preconceito? Barrigas cresceram O tempo passou Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor Uns com a pele clara, outra mais escura Mas todos viemos da mesma mistura Então presta atenção nessa sua babaquice www.curtanaescola.com.br Pois como eu já disse racismo é burrice Dê a ignorância um ponto final: Faça uma lavagem cerebral Racismo é burrice Negra e nordestino constroem seu chão Trabalhador da construção civil conhecido como peão No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia É revistado e humilhado por um guarda nojento Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói O preconceito é uma coisa sem sentido Tire a burrice do peito e me dê ouvidos Me responda se você discriminaria O Juiz Lalau ou o PC Farias Não, você não faria isso não Você aprendeu que preto é ladrão Muitos negros roubam, mas muitos são roubados E cuidados com esse branco aí parado do seu lado Porque se ele passa fome Sabe como é: Ele rouba e mata um homem Seja você, ou seja, o Pelé Você e o Pelé morreriam iguais www.curtanaescola.com.br Então que morra o preconceito e viva a união racial Quer ver essa música você aprender e fazer A lavagem cerebral Racismo é burrice O racismo é burrice, mas o mais burro não é o racista É o que pensa que o racismo não existe O pior cego é o que não quer ver E o racismo está dentro de você Porque o racista na verdade é um tremendo babaca Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca E desde sempre não para pra pensar Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar E de pai pra filho o racismo passa Em forma de piadas que teriam bem mais graça Se não fossem o retrato da nossa ignorância Transmitindo a discriminação desde a infância E o que as crianças aprendem brincando É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica Ninguém explica Precisamos. Da. lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural Todo mundo que é racista não sabe a razão Então eu digo meu irmão Seja do povão ou da "elite" www.curtanaescola.com.br Não participe Pois como eu já disse racismo é burrice Como eu já disse racismo é burrice Racismo é burrice E se você é mais um burro, não me leve a mal É hora de fazer uma lavagem cerebral Mas isso é compromisso seu Eu nem vou me meter Quem vai lavar a sua mente não sou eu É você. Um Cecilia de Oliveira Prado é Mestre em Educação: História e Filosofia da Educação e Especialista em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação. Atualmente atua como Diretora de Escola Pública Municipal e Professora Universitária (UNIMES)

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