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Por:   •  31/8/2014  •  444 Palavras (2 Páginas)  •  242 Visualizações

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Mito nº1

“A lingua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”

Esse mito é muito prejudicial a educação porque, ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português falado no Brasil, a escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse a língua comum a todos os 160 milhões de brasileiros. Embora a língua falada pela grande maioria da população seja o português, esse apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, não só por causa da grande extensão território, mas principalmente por causa da injustiça social. São essas diferenças de status social que explica a existência, de um verdadeiro abismo lingüístico entre os falantes das variedade não-padrão do português brasileiro – que são a maioria de nossa população – e os falantes variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na escola. Se formos acreditar no mito da língua única, existem milhões de pessoas neste país que não tem acesso a essa língua, que é a norma literária culta, empregada pelos escritores e jornalistas. O que muitos estudos empreendidos por diversos pesquisadores tem mostrado é que os falantes das variedades lingüísticas desprestigiadas tem serias dificuldades em compreender as mensagens enviadas para eles pelo poder público, que se serve exclusivamente da língua-padrão. A Constituição afirma que todos os indivíduos são iguais perante a lei, mas essa mesma lei é redigida numa língua que só uma parcela pequena de brasileiros consegue entender. É claro que a Constituição não deveria ser escrita em linguagem não-padrão, mas sim que todos os brasileiros que ela se refere deveriam ter acesso mais amplo e democrático a essa espécie de língua oficial. Muitas vezes, os falantes das variedades desprestigiadas deixam de usufruir diversos serviços a que tem direito simplesmente por não compreenderem a linguagem empregada pelos órgãos públicos.(p17)[Como se vê a uma falta de respeito quanto as diversidades de formas de fala do português do Brasil. E o poder publico não se faz accessível a grande maioria da população.] Não confunda a idéia de “monolinguísmo” com a de “homogeneidade linguística”. O fato de no Brasil o português ser a língua da imensa maioria da população não implica que esse português seja um bloco compacto. É preciso que a escola e todas as demais instituições voltada para a educação abandonem esse mito da “unidade” do português no Brasil. O reconhecimento da existência de muitas normas linguísticas diferentes é fundamental para que o ensino em nossas escolas sejam conseqüente com o fato comprovado de que a norma linguística ensinada é uma verdadeira “língua estrangeira” para o aluno que chega de um ambiente onde a norma linguística é uma variedade de português não-padrão.

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