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Reconto Do Conto De Machado De Assis - Ideias Do Canário

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Por:   •  4/9/2014  •  1.076 Palavras (5 Páginas)  •  637 Visualizações

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Reconto do conto de Machado de Assis - Ideias do canário

No princípio do mês passado, assim que acabara de abrir meu comércio, um homem que parecia dados aos estudos entrou em minha loja, parecia assustado e sem ar. Como poucos eram os clientes que entravam para adquirir algum produto, geralmente apenas observavam as coisas velhas e empoeiradas. Continuei a cochilar em minha cadeira de abrir acolhido em meu gorro.

Mas algo naquele homem, por nome Macedo chamou minha atenção. Ele parecia muito interessado e observava lenta e detalhadamente os objetos, como se precisasse deixar gravado na memória. Parecia desapontado, pronto para sair de minha loja, quando para a porta e observa a gaiola que deixo pendurada com o canário que trouxe do viveiro de meu amigo.

Enquanto observava aquela cena que poderia ser algo natural, notei que Macedo murmurava baixinho e o canário pulando de um lado a outro da gaiola de madeira piava e o homem parecia entender o que este pássaro queria dizer. Qualquer pessoa que olhasse aquela cena teria as mesmas conclusões, cuja no início eu obtive, que este homem perdeu o juízo. Em contrapartida nenhum desses esteve em contato com o caderno de anotações de Macedo, como eu. Eis aqui o resumo da narração.

Depois que Macedo teve o primeiro contato com o canário continuou a aparecer semanal e diariamente em minha loja, em maior parte do tempo ele conversara com o canário, porém, às vezes muito frustrado trocava algumas palavras comigo.

Passado um tempo de sua primeira vez em que entrara aqui, resolvi presenteá-lo com o canário, que na época não estava à venda, pois era importante para mim, mas percebi que muito mais para Macedo. Ele continuou a voltar para me ver e comprar a comida do canário.

Em uma segunda – feira, abri a loja como de costume e esperava Macedo para comprar a ração do canário, confesso que algo me incomodou ao fechar o armarinho sem ter vendido a ração, assim foi o resto da semana. Até um dia receber um de seus criados carregando uma gaiola vasta, circular, de madeira e arame acompanhado do canário e um pequeno caderninho, mais parecia uma agenda. Perguntei ao criado se havia notícias de Macedo, ele respondeu:

 Seu Macedo fora internado em uma clínica para pessoas que apresentam problemas psicológicos, pediu para que o senhor cuidar do canário e deixa- lo na parte de fora da loja sempre que possível.

Agradeci e mandei lembranças. Levei o canário para casa e instalei-o na varanda, sentei no sofá e quando me dei conta, estava eu a ler o caderno do homem que agora estaria no manicômio da cidade. Sempre hesitei em perguntar sobre o assunto entre ele e o canário, mas o que estava prestes a ler confrontaria todas as minhas conclusões sobre a sanidade e insanidade de Macedo. O texto começava com a descrição dele sobre minha loja de belchior, uma descrição do canário, demonstrações de sabedoria sobre ornitologia e diálogos.

Ele diz que após quase ser atropelado, para salvar-se escapou saltando para dentro de minha loja, onde eu tenho que concordar, ele descreve como escura, atulhada de coisas velhas, uma mistura interessante. Em seguida descreve a primeira vez em que viu o canário e tudo que pensou nesse instante, diz ele:

 A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. Logo que olhei para ele, entrou a saltar mais abaixo e acima, de poleiro em poleiro, como se quisesse dizer que no meio daquele cemitério brincava um raio de sol. Não atribuo essa imagem ao canário, senão porque falo a gente retórica; em verdade, ele não pensou em cemitério nem sol, segundo me disse depois. Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do

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