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A Arca de Zoe

Por:   •  23/3/2023  •  Resenha  •  978 Palavras (4 Páginas)  •  59 Visualizações

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Disciplina: Antropologia Jurídica

Turno: Noturno. Data: 25.01.23

Discentes: Gabriela Repolho de Andrade e Raimundo José Passos Neto

Atividade: Produção de texto sobre A Arca dos Zo'é

Após verem uma reportagem sobre os Zo’é, os indígenas Waiãpi resolvem ir até a região para conhecê-los e registrar o seu modo de viver. Logo no primeiro contato, eles observam as primeiras diferenças entre eles e os recém conhecidos: enquanto os Waiãpi usam roupas, pela influência dos homens brancos, os Zo'é mantêm o costume de andar desnudos. Num primeiro momento, o Waiãpi relata que ficou envergonhado por ver as mulheres sem roupas, mas com o tempo foi se acostumando.

Para chegar na região onde os Zo’é vivem, os Waiãpi tiveram que tomar um avião e atravessar por cima do rio, e essa também foi uma experiência desafiadora, visto que eles tinham mais o hábito de fazer viagens longas pela terra.

Os adornos usados pelos Zo’é também chamaram a atenção dos Waiãpi, que questionaram o seu significado. Segundo os Zo’é, os adornos são usados de acordo com o ensinamento do seu Criador e eles os usam pra se destacar entre os demais.

Apesar da dificuldade de comunicação, pois nem todos entendiam a língua dos Waiãpi, os Zo’é foram receptivos e amigáveis, todos quiseram se aproximar e conhecer os visitantes, e os mais jovens tiveram mais facilidade pra entender a língua dos forasteiros.

Os Waiãpi fazem observações interessantes sobre os costumes do Zo’é, na hora de fazer as refeições, eles usam cuias, o que o Waiãpi diz ser “como os seus antigos faziam, idênticas às do tempo do nosso criador”, algo que mudou a partir do contato que eles tiveram com os homens brancos e por isso adotaram o uso de pratos e afins.

Após o registro do preparo das refeições, os Waiãpi vão conhecer os instrumentos de uso diário e como eles são feitos. Flechas, redes de casca de castanheira. Trocam informações sobre costumes e o uso de produtos naturais para aumentar a fertilidade das mulheres.

Outro ponto que chamou a atenção dos Waiãpi foi o nível de preservação da área em que os Zo’é vivem, a mata intacta, os rios limpos, o que evidencia que apenas os indígenas andam por aquela região.

Outra diferença entre os seus costumes que foi registrada foi na realização do ritual com as tucandeiras. Os Zo’é colocam as formigas dentro de uma panela, onde devem colocar as mãos e aguentar as ferroadas.

Os Zo’é questionam sobre o uso de tangas e os Waiãpi explicam que na cidade não pode andar sem roupa, que isso é motivo de vergonha e constrangimento.

No fim do documentário, os Waiãpi apresentam os Zo’é a televisão e juntos eles assistem os registros em vídeo. O Waiãpi ressalta que um dos motivos pra região dos Zo’é ser mais preservada é a ausência de garimpeiros, dizendo que se houver a chegada de invasores, será uma tragédia. O que infelizmente já aconteceu na área dos Waiãpi, ele diz que lá já fizeram buracos, derrubaram árvores e exploram a região. Ele faz um alerta sobre a presença dos homens brancos, que é sinônimo de devastação, a chegada de doenças e morte.

O documentário data de 1993, uma época em que os Zo’é já estavam sob uma proteção mais ampla da Funai, após a intromissão de missionários na região, que buscavam evangelizar os indígenas, mas acabaram levando doenças à região, o que motivou a intervenção da Funai. Apesar dessa política da Funai ser criticada por promover o seu isolamento, há de se reconhecer que a implementação dessas restrições fez a diferença na preservação da área e das vidas dos Zo’é nas últimas décadas, o controle sobre quem entra na região foi essencial para evitar o alastramento de doenças, poluição e exploração local e permitiu que a população se reestabelecesse.

Com o crescimento da população, os Zo’é buscam ter suas vozes ouvidas para que suas demandas referentes à educação e saúde sejam atendidas, em 2011 representantes de lá foram até Brasília para discutir pessoalmente essas questões. A região que eles ocupam ainda é alvo do interesse de garimpeiros e missionários e o desafio maior é que os Zo’é aprendam a interagir com os povos fora de sua região sem colocar em risco as suas próprias vidas.

O modelo de saúde implementado pela Sesai e Funai é um exemplo de sucesso e de como a assistência à saúde deve estar presente no território indígena, sem exigir que os indígenas saiam da sua região para buscar tratamentos básicos, evitando assim a sua exposição. A garantia de uma assistência primária, vacinas e o isolamento foram o que permitiram que a área permanecesse protegida ao longo da pandemia da Covid-19. Um modelo que combina assistência de qualidade e elementos da cultura indígena, sem descaracterizar os seus costumes e descartar os seus conhecimentos tradicionais, levando educação aos indígenas sobre doenças, tratamentos e o contato com pessoas de fora da região. Aliar os saberes tradicionais e conhecimentos científicos mostrou-se uma boa estratégia para garantir a sua preservação.

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