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A CRIANÇA COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR

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Por:   •  1/10/2013  •  7.746 Palavras (31 Páginas)  •  864 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) exerce interferência na aprendizagem da criança na educação infantil, ocasionando baixo rendimento escolar e outras dificuldades, com grandes chances de ser minimizada quando houver intervenção com orientação psicopedagógica para professores e pais e/ou responsáveis. Este transtorno decorre de uma alteração no funcionamento do sistema neurobiológico cerebral, onde os neurotransmissores (substâncias químicas geradas pelo cérebro) moldam e executam todas as funções da impulsividade, atenção e atividade física e mental no comportamento humano.

Trata-se de um problema de saúde mental, uma disfunção e não uma lesão, pois o cérebro apresenta um funcionamento bastante peculiar, consequentemente exibindo um comportamento típico, sendo caracterizado por três fatores: a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade manifestadas com intensidade, causando grande choque na vida de pessoas que convivem com esse transtorno (LIMA, 2011).

É demonstrado por dificuldades de relacionamento familiar e social, emocionais e escolares, pois frequentemente lidam com dificuldades para organizar atividades em processos mentais, impossibilitando que a informação essencial seja captada para que ocorra a aprendizagem (REIS, 2011).

O TDAH costuma se manifestar ainda na infância e em cerca de 70% dos casos continua na vida adulta, acomete ambos os sexos, independentemente do grau de escolaridade, situação socioeconômica ou nível cultural, o que pode resultar em sérios prejuízos na qualidade de vida das pessoas que o têm, caso não sejam diagnosticadas e orientadas precocemente (SILVA, 2009).

Acredita-se que um dos maiores problemas na vida de um TDAH seja a desinformação sobre o assunto. Muitos pais perguntam-se onde erraram na criação dos filhos, se foi falta de limite e professores se questionam acerca da metodologia utilizada na educação infantil, ambos buscando o motivo pelo comportamento incessante, inquieto e atrapalhado destas crianças.

A partir de estudos realizados sobre tal assunto, as pessoas com essas atitudes e as de seu convívio encontraram respostas a tantas indagações, angústias e sofrimentos, contribuindo para a identificação desses sintomas, compreendendo essa nova forma de agir e pensar, direcionando seus impulsos e ideias para algo realmente produtivo.

Devido ao comportamento que a criança TDAH apresenta, os pais e irmãos logo o denominam como culpado de qualquer desentendimento familiar ou fato desagradável que aconteça, apontando-o sempre como errado. Esse tratamento negativo e inadequado causa grande sentimento de rejeição.

Na escola, essa criança precisará seguir regras e se adaptar a uma rotina diferente da familiar, apresentar um ritmo compatível com as outras crianças, e é nesse momento que grandes problemas surgem para essa criança, sua família e a escola, que não sabem como lidar com o comportamento TDAH.

Nesse contexto, a pesquisa justifica-se devido ao fato da interferência negativa e prejudicial que o transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade (TDAH) exerce na aprendizagem e influência na sociabilidade dos portadores na infância, e que o descobrimento e tratamento tardio resultam em adultos problemáticos. O interesse pelo tema está relacionado com a possibilidade de oferecer subsídios para os profissionais que atuam na área educacional e para as famílias que desconhecem os sintomas e sua relação com o futuro desempenho escolar da criança.

A presente pesquisa tem como finalidade abordar o que é o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, seu conceito, histórico, tipos, características e causas, como também evidenciar o TDAH no âmbito escolar; sua relação com o professor e a família.

A maneira como se conduz uma pesquisa possui fundamental importância, e Lakatos e Marconi (2001) define metodologia como:

Conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (p. 83).

O presente trabalho utilizou a pesquisa bibliográfica, de natureza básica, por meio de análise em documentos primários e secundários como livros, artigos, periódicos, jornais e matérias online (GIL, 2008, p. 44), bem como a pesquisa possui natureza básica, com abordagem qualitativa.

2 O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O TDAH

Esse transtorno teve seu primeiro relato oficial em 1902, quando um pediatra inglês, George Still revelou informações clínicas de crianças com hiperatividade e outras mudanças comportamentais, as quais julgou não terem explicação por omissões educacionais ou ambientais, apontando a causa a algum transtorno cerebral incógnito na época (ABDA – Associação Brasileira de Déficit de Atenção, 2009).

Macêdo e Nascimento (2011) citam que duas décadas após:

[...] médicos americanos estudaram crianças que apresentam características comportamentais similares as descritas por Still. Mais do que isso, as crianças estudadas nesse período tinham em comum o fato de serem sobreviventes da pandemia de encefalite ocorrida entre 1917-1918. Numerosos estudos descreveram crianças com “distúrbio de comportamento pós- encefalite” em que eram destacados prejuízos na atenção, regulação da atividade física e controle dos impulsos.

Ainda Macêdo e Nascimento (2011) evidenciam que foi publicado um artigo no The new England Journal of Medicine, em 1934, o qual declararam existir uma fundamento biológico nessas alterações de conduta, baseados em uma pesquisa com as próprias vitimas contagiadas pela encefalite.

De acordo com Caliman (2008, p. 47), em 1976 surge uma nova descoberta sobre o TDAH:

[...] Gabriel Weiss mostrou através de estudos realizados ao longo prazo, que quando as crianças atingem a adolescência, a hiperatividade pode diminuir, entretanto os problemas de atenção e impulsividade tendem a persistir. O consenso anterior tratava a síndrome como uma alteração exclusiva da infância e que, de alguma forma desapareceria na adolescência e na vida adulta.

Essa descoberta contribuiu decisivamente para que esse modelo de funcionamento cerebral fosse reconhecido na população jovem/adulta.

Em relação ao termo “hiperatividade”, Silva (2009, p. 15) comenta:

O termo hiperatividade só foi usado em 1957 por

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