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A Ecologia de Campo

Por:   •  29/11/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.616 Palavras (11 Páginas)  •  95 Visualizações

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[pic 1]

ATIVIDADE DE ESTUDO DE CAMPO APLICADO A PESQUISA

Docentes: Carlos Camargo Alberts

Sérgio Nascimento Stampar

Renata Giassi Udulutsch

Discente: Matheus Marques da Silva Souza

ASSIS - SP

2021

Caracterização da Fauna e Flora.

  1. Características Gerais

O município de Tibagi se localiza no centro-leste do Estado do Paraná, na região conhecida como Campos Gerais, à cerca de 200 quilômetros da capital Curitiba. Foi fundada em 1872 e segundo estimativas do IBGE (2020) possui população de 20.607 habitantes com área total correspondente à 2.973,369 km². As coordenadas geográficas são 24º30’48’’ a sul e 50º24’41’’ a oeste, com altitude de 728m acima do nível do mar.

Segundo a classificação de Köppen-Geiger o clima é do tipo Cfa com influências de Cfb, ou seja, subtropical úmido quente/temperado sempre úmido (CARMO,2006). A pluviosidade média anual é de 1371mm, com agosto sendo o mês mais seco e janeiro o mais úmido e a temperatura média anual é de 18,9ºC.

Figura 1: Escarpa Devoniana[pic 2]

Fonte: Geocaching

Quanto ao relevo, pode ser dividido em 3 unidades definidas pelas suas caracteristicas geoecológicas, sendo estes: platô de Arenito Furnas, Vale do Tibagi e Grupo Itararé (formado por morros e serras). O Arenito Furnas, possui diversas falhas e fraturas que formam um caminho de drenagem que ao longo de milhares de anos possibilitou a formação de grandes vales estreitos e cânions, sendo o maior deles o de Guartelá, formado pelo rio Iapó. Outra característica importante do relevo de Tibagi são os escarpamentos, sendo o principal deles a Escarpa Devoniana, um “degrau” de aproximadamente 260 quilômetros, formado durante a ruptura de Gondwana, que divide o Primeiro e Segundo Planalto Paranaense e percorre os estados de São Paulo e Paraná. (MOCHIUTTI,2013)

  1. Parque Estadual do Guartelá

        O Parque Estadual do Guartelá (PEG) é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral criada pelo Decreto Estadual nº 2.329 em 24 de setembro de 1996 (IAT,2002) e localizada no município de Tibagi com cerca de 798 hectares. O PEG, abriga diversos pontos importantes para o ecoturismo do município como o Cânion do Rio Iapó considerado o 6º maior cânion do mundo, e a Cachoeira da Ponte de Pedra, além de proteger a fauna e a flora, preservar sítios arqueológicos e atuar na manutenção das florestas de araucárias.

        A área onde o parque se localiza já foi habitada por grupos indígenas, sendo inicialmente pelos Tupi Guarani e, posteriormente, pelos Kaingang, estes que por anos procuraram resistir às pressões de bandeirantes, desbravadores e colonos. Décadas mais tarde, os habitantes da região, em sua maioria caboclos e negros estabeleceram áreas de cultivo e pastagens com objetivo de subsistência.

        Devido à grande beleza das paisagens naturais presentes na área do PEG, durante muito tempo o local recebeu visitas desordenadas de diversos turistas que, na intenção de percorrer o cânion, causaram uma série de impactos ambientais, afetando trechos de interesse arqueológico, histórico-cultural e ecológico (IAT,2002). Dessa forma no início da década de 90 o poder público iniciou discussões que visavam a proteção do cânion do rio Iapó, que culminaram na promulgação do Decreto Estadual de Nº 1.229 de 27 de março de 1992, que considerava toda de extensão cerca de 4.389 hectares, e posteriormente no Decreto Estadual de nº 2.329 de 24 de setembro de 1996, considerando apenas 798 hectares.

  1. Fauna
  1.  Mamiferos         

Segundo o Plano de Manejo do Parque Estadual do Guartelá realizado pelo Instituto Água e Terra (IAT), a riqueza de mamiferos é de 85 especies, divididas em 8 ordens. Sendo estas Rodentia (pequenos roedores, capivaras, cutias, preás e pacas), Chiroptera (morcegos), Xenarthra (tatus e tamanduás), Carnivora (felinos, canídeos, mustelídeos e procionídeos), Primatas (macacos, bugios e saguis), Artiodactyla (catetos, queixadas e veados), Xenarthra (tatus e tamanduás), Lagomorpha (lebres e tapitis) e Didelphimorphia (gambás e cuícas). Os mamiferos de maior porte (médio e grande) se distribuem de forma homogênea, com seus vestígios sendo observados ao longo de trilhas, estradas e rochas no perímetro do parque, já para os de pequeno porte ainda não há muitas informações pois dependem de estudos mais detalhados e a longo prazo. (IAT,2002)

        Das 85 especies de mamiferos levantada no parque, 31 delas estão sob ameaça, sendo a ordem dos Carnívoros a mais representada, com destaque para o cuíca-d ’água (Chironectes minimus), cuíca-graciosa (Gracilinanus microtarsus), cuíca-de-cauda-grossa (Lutreolina crassicaudata), tatu-de-rabo-mole (Cabassous unicinctus), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), jaguatirica (Leopardus pardalis) e gato-do-mato (Leopardus tigrinus).

3.2 Aves

        Quanto as aves, no parque e aos arredores foram observadas cerca de 200 espécies divididas em 191 táxons, pertencentes a 45 famílias e 15 ordens. As famílias com maior riqueza são Tyrannidae que inclui bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), tesourinha (Tyrannus savana), gibão-de-couro (Hirundinea ferruginea), João-pobre (Serpophaga nigricans) e Emberizidae mariquita (Parula pitiayumi), tiê-preto (Tachyphonus coronatus), tico-tico (Zonotrichia capensis) e trinca-ferro (Saltator similis). De todas as especies observadas 109 são passeriformes e 82 não passeriformes.

        A grande riqueza de espécies se explica ao fato de existir um amplo mosaico com diferentes cenários, incluindo campos abertos, formações florestais contínuas, brejos e “capões de mata”, que mantém especies típicas e exclusivas (IAT,2002). De todas as aves, apenas 7 especies estão ameaçadas no estado do Paraná: papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), gavião-pombo-grande (Leucopternis polionota), Seriema (Cariama cristata), andorinhão-velho-da-cascata (Cypseloides senex), bico-de-veludo (Schistochlamys ruficapillus) e urubu-rei (Sarcoramphus papa) (IAT,2002).

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