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A Filosofia Grega e a Teologia Cristã

Por:   •  3/10/2025  •  Resenha  •  437 Palavras (2 Páginas)  •  25 Visualizações

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A Filosofia Grega e a Teologia Cristã: de Platão a Aristóteles na obra de Santo

Agostinho e São Tomás de Aquino

A Idade Média foi marcada por um intenso diálogo entre a fé cristã e a filosofia gre-

ga. Desde os primeiros séculos, os Padres da Igreja buscaram nos conceitos filosóficos

instrumentos para explicar a fé, defender a doutrina e estruturar uma visão de mundo coe-

rente. Nesse processo, destacam-se dois nomes fundamentais: Santo Agostinho, que en-

controu em Platão a base conceitual para sua reflexão teológica, e São Tomás de Aquino,

que, séculos depois, se apoiou em Aristóteles para compor uma síntese entre fé e razão.

1. Platão e Santo Agostinho: a primazia da alma e a busca do Bem supremo

Um dos principais pontos da filosofia de Platão apropriados por Santo Agostinho foi

o dualismo corpo-alma. Platão, especialmente no

Fédon

, sustentava que a alma é imortal,

proveniente de uma realidade superior das ideias, enquanto o corpo é transitório e limita-

do. Segundo o filósofo, “enquanto tivermos corpo e nossa alma estiver misturada a esse

mal, jamais possuiremos suficientemente o objeto de nosso desejo: a verdade”¹.

Agostinho retoma esse dualismo, mas o interpreta à luz do cristianismo. Para ele, a

alma é criada diretamente por Deus, possui dignidade superior ao corpo e é nela que se

encontra a “imagem e semelhança divina”. Como afirma Belisario, “o cristianismo absor-

veu da tradição platônica a concepção de que a alma é superior ao corpo, mas deu a essa

ideia um fundamento teológico, situando-a na criação divina”². Assim, a interioridade e a

vida espiritual tornam-se centrais para o pensamento agostiniano.

Outro ponto essencial é a teoria do conhecimento. Enquanto Platão defendia a

anamnese

— a ideia de que conhecer é recordar verdades eternas já presentes na alma

—, Agostinho cristianizou essa noção ao falar da iluminação divina. Segundo ele, “a men-

te do homem não seria capaz de conhecer a verdade se não fosse iluminada pela luz que

vem de Deus”³. O conhecimento, portanto, não é apenas esforço humano, mas participa-

ção na verdade divina.

Além disso, Agostinho encontra em Platão a ideia do

Sumo Bem

. Platão concebia

que a vida humana deveria ser orientada

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