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A Tradução do Humor

Por:   •  26/1/2022  •  Ensaio  •  614 Palavras (3 Páginas)  •  54 Visualizações

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A tradução e interpretação pode estar presente em quase todas as áreas de conhecimento e cultura, para cada uma definimos e encontramos a/as técnica(s) e a/as teoria(s) que mais se adapta e se adequa ao objetivo. Por exemplo, em textos ou materiais acadêmicos, que visam transmitir ao receptor métodos e conhecimentos empíricos, muita das vezes é usado uma tradução literal – onde pode-se traduzir letra a letra do idioma original para o idioma da tradução. Para textos poéticos uma tradução literal pode não funcionar, pois a poesia faz uso não só da palavra, mas também de símbolos, metáforas, musicalidade, rima etc. De forma parecida funcionam os textos e elementos audiovisuais de humor.  

Para se traduzir o humor não basta apenas ser fluente no idioma original, mas também ter vasto conhecimento cultural, criatividade e uma competência comunicativa bastante significativa. Dentre as várias abordagens teóricas da tradução, uma que se adequa bem ao trabalho de tradução humorística é a chamada teoria do escopo (finalidade/objetivo), é uma abordagem funcionalista – e, portanto, pragmática – da tradução na qual se pressupõe que:

 

Toda ação visa (de forma mais ou menos consciente) a um determinado objetivo e se realiza de modo que tal objetivo possa ser alcançado da melhor forma possível na situação correspondente. [...] A produção de um texto é uma ação que também visa a um objetivo: que o texto “funcione” da melhor forma possível na situação e nas condições previstas. Quando alguém traduz ou interpreta, produz um texto. A tradução/interpretação também deve funcionar de forma ótima para a finalidade prevista. Eis aqui o princípio fundamental de nossa teoria da translação. O que está em jogo é a capacidade de funcionamento do translatum (o resultado da translação) numa determinada situação, e não a transferência lingüística com a maior “fidelidade” possível a um texto de partida (o qual pode, inclusive, ter defeitos), concebido sempre em outras condições, para outra situação e para “usuários” distintos dos do texto final (Reiss e Vermeer 1996, p. 5).

 

Ao trabalhar com elementos humorísticos o tradutor assume o papel de não só traduzir, mas de fazer aquele texto/ação ter sentido e provocar riso no público receptor, então, este deve reescrever o riso – o que é uma tarefa difícil. Para o desempenho dessa função alguns estudiosos no campo de tradução afirmam que, para traduzir o humor é necessário também entender a cerne do humor, suas nuances, suas teorias e técnicas/gatilhos usados que provocam o riso, o desconforto, a situação embaraçosa que tiramos graça.  

 

O estudo do humor por parte de alunos de tradução, possibilita o aprofundamento da sensibilidade lingüística e cultural dos mesmos (Schmitz 1996, p. 87).

 

Em resumo, é importante durante o processo da tradução, aqui falamos especificamente da tradução do humor (seja textual ou audiovisual), o olhar atento e inteligente do tradutor em reescrever o humor para o idioma de chegada de forma a fazer sentido, seja mudando os objetos alvo das piadas, seja recriando cenários ou qualquer outra metamorfose essencial para que a graça aconteça. Milllôr Fernandes diz que o tradutor não deve “explicitar aquilo que o autor quer deixar implícito, esclarecer aquilo que ele quer deixar misterioso, engrossar o humor que é fino ou tornar sutil o humor que é grosso” (FERNANDES, 1989, p. 78).

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