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A Visão Funcionalista

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Por:   •  12/12/2013  •  1.459 Palavras (6 Páginas)  •  857 Visualizações

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Mario Eduardo Martelotta, Doutor em Linguística pela Ufrj e Coordenador Geral do grupo de Estudos do Discurso & Gramática, juntamente, com o também doutor Eduardo Kenedy que faz parte como professor do Departamento de Ciências da Linguagem, Programa de Pós- Graduação em Estudos da Linguagem, e da Linha Pesquisa Teoria e Analise Linguística com ênfase em linguística gerativa.

Foram os criadores do artigo “A visão funcionalista da linguagem no século XX”, que pode ser encontrado nolivro: A Linguística Funcional: teoria e prática, no ano de 2003, que reúne textos de inúmeros pesquisadores brasileiros de linguística e tem como objetivo aliar estudos sobre vários aspectos da linguagem tornando-se leitura necessária para estudantes da área de Linguística e afins. Nele se encontram os capítulos onde o foco é o Estruturalismo e o Gerativismo.

O artigo nos traz o breve panorama sobre o século XIX, que nos deixou, o delineamento claro da língua como uma realidade histórica, reorganização da nossa percepção da diversidade, da forma ao senso do sistema, elaboração de um novo modo de pensar, no qual a língua não seria um sistema e sim uma atividade sistemática, perspectiva que voltaria no século XX sob as mais variadas formas. A partir do aparecimento da linguística moderna que foi identificado com a divulgação do Cours de LinguistiqueGénerale de Saussare (1916), as idéias de Saussure ficaram conhecidas como saussurianismo, que promoveram uma revolução cientifica, pois apresentaram uma orientação teórica inovadora (noção de valor; língua x fala; forma x substancia; noções de significante, significado e signo).

A partir dessa evolução e da distinção da linguagem como: sistema – estrutura- função, o estruturalismo que se compreendia como um conjunto de pesquisas que se apoiavam numa hipótese de que a linguagem era essencialmente uma entidade autônoma de dependências internas. Foi ganhando adeptos, dessa linha de pensamento foram criadas a Escola de Copenhague e o Circulo Linguístico de Praga, que conseguiu harmonizar os ensinamentos de Saussure com a linha de reflexão da linguagem do psicólogo venense Karl Buhler, que via a função como elemento essencial à linguagem.

Os teóricos de Praga utilizaram a função como elemento para caracterizar suas análises, que nem sempre apresentavam características semelhantes. Pois segundo Nichols (1984), função é um termo polissêmico e não uma coleção de homônimos.

Porém o que caracterizou o Circulo Linguístico de Praga foi a adoção teleológica da função, para eles a língua deve ser entendida como um sistema funcional. No sentindo de que é utilizada para um determinado fim. Desta forma pode-se perceber que o estruturalismo não foi um movimento unificado, pois apresentava aspectos distintos influenciados pelos seus autores.

Devido às inúmeras abordagens da linguística estrutural que são herdeiras da concepção saussureana da linguagem, foi dividido em dois grandes polos:

1- Formalista: Estuda a analise da língua como um objeto autônomo, cuja estrutura independe de seu uso em situações comunicativas reais. Essa tendência esta associada a figura do dinamarquês LuisHjelmeslev que propôs que a língua era “unidade encerrada em si mesma, como uma estrutura sui generis”, foi ligada a Escola de Copenhague, porém o polo formalista teve maior expressão na figura Leonard Bloomfield, mais foi aplicado nos moldes gerativistas.

2- Funcionalista: Contribuiu para o entendimento da chamada dupla articulação da linguagem, trabalhou com a analise sintática e o seu foco principal esta na economia, advindo dos fenômenos de assimilação dos sons na diacronia da língua. Desenvolvido na França, por André Martinet que sempre manteve contato com os linguistas praguenses, no qual é um herdeiro importante do pensamento linguístico de Praga.

Os trabalhos nos Estados Unidos se desenvolveram entre as décadas de 1920 e 1950 por meios de autores que possuíam interesses diversos. Um dos principais projetos linguísticos dos Estados Unidos foi descrever as línguas indígenas do continente e que vinha sendo realizado, desde 1920 por Franz Boas e Edward Sapir. Esta era uma tarefa eminentemente descritiva, que deveria ser descrita sem interferência dos conhecimentos prévios dos linguistas, no que diz respeito ao conhecimento da gramática, uma vez que cada língua tem uma gramatica própria. Tese reforçada nos 1950, pelos adeptos das teses “relativistas” de Benjamin Lee Whorf, segundo as quais as diferenças linguísticas determinam diferenças no modo como várias culturas representam a realidade. Os linguistas americanos não se reconheceram como saussurianos e sua referencia intelectual foi Leonard Bloomfield, autor de Language. Para Bloomfield a analise deveria ser conduzida por forma indutiva, sempre comprovada pelos dados linguísticos, empiricamente, sem interferência da instituição pessoal do linguista.

Por isso, o sentido, que é mental, e, portanto faz parte da psicologia individual, não poderia ser estudado cientificamente. Essa postura teórica foi tão influente que nos Estados Unidos, a semântica foi deixada de lado e a linguística americana foi totalmente avessa ao estudo do sentido.

O termo funcionalismo ganhou forças a partir da década de 70, através dos trabalhos de Paul Hopper, Sandra Thompson e TalmyGivón que tinham como tendência em observar a língua do ponto de vista do contexto linguístico e da situação extralinguística, de acordo com essa concepção à sintaxe é uma estrutura em constante mutuação em consequência das vicissitudes do discurso. Com base no texto The originsofsyntax in discourse: a case studyofTokPisinrelatives, de Gillian Sankoff e Penelope Brown em 1976 e foi pioneiro nos desenvolvimento das ideias funcionalistas, as autores fornecem evidencias das motivações discursivas geradoras das estruturas

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