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ALEITAMENTO MATERNO

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Por:   •  26/4/2013  •  2.410 Palavras (10 Páginas)  •  1.910 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O aleitamento materno é uma prática biologicamente determinada, porém socialmente condicionada. Está presente desde o surgimento da raça humana, sendo mantida como objeto de pesquisa por ser ainda pouco conhecida nas suas várias especificidades (Machado, 1985). Os estudos sobre seus componentes são recentes e os efeitos de sua falta para o ser humano continuam ainda motivo de muitas dúvidas (AKRE et al ,1994).

Durante décadas de existência da espécie humana, com exceção dos últimos anos, a alimentação ao seio foi considerada a forma natural e praticamente exclusiva de alimentar a criança em seus primeiros meses de vida (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA, 2003).

Entre os povos gregos e romanos, havia o hábito de utilizar as amas de leite para nutrir os recém-nascidos, não sendo tão frequente a amamentação ao peito da própria mãe. Hipócrates foi um dos primeiros a reconhecer e escrever sobre os benefícios da amamentação no seio, evidenciando uma maior mortalidade de bebês que não amamentavam no seio, logo depois Sorano se interessou pelos aspectos cor, odor, sabor e densidade do leite humano e Galeno foi o primeiro a considerar que a alimentação deveria ser feita sob a supervisão de um médico (VINAGRE; DINIZ, 2001).

A proteção às crianças e o incentivo à prática da amamentação aumentou com o surgimento do cristianismo inclusive com incentivo à prática da amamentação, isto se torna evidente nas épocas de Constantino, de Carlos Magno, Inocêncio III os quais também promoviam a proteção às crianças órfãs e abandonadas (Wehba et al, 1991). No século 18, a prática de amamentar não era algo mais admirável pelas pessoas da elite europeia (Bardinter et al, 1985). A mortalidade infantil nesta ocasião teve um aumento significativo, devido ao desmame precoce, as quais não tinha opção da ama do leite. Em Paris e em Londres este índice chegou a 80% e 56%, respectivamente, mesmo as crianças sendo amamentadas pelas amas de leite. Na Inglaterra, o índice menor foi devido ao trabalho de Cadogan, que instituiu alguns cuidados na alimentação das crianças com amas de leite e com esta teoria de amamentar e introduzir mais tardiamente os alimentos ele conseguiu salvar muitas vidas (BITAR, 1995).

Durante a história da humanidade, houve uma média de 15% a 25% de mortes em crianças chegando a 90% quando órfãs e sem mãe substituta para o aleitamento. Até o final do século XIX a amamentação ao peito era uma opção de vida ou morte, sendo o processo de amamentar, bastante complicado (VINAGRE; DINIZ, 2001).

Devido à falta de incentivo pelos pediatras durante a década de 70, o índice de aleitamento materno no Brasil era muito baixo, havia também propaganda não ética de substitutos do leite materno e grande venda desses produtos e distribuição gratuita de leite em pó pelo governo (REA, 2004).

As Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno de acordo com a Organização Mundial da Saúde e Fundo das Nações Unidas para a Infância são:

1 - Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe do serviço.

2 – Treinar toda a equipe, capacitando-a para adotar essa norma.

3 – Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da amamentação.

4 – Ajudar a mãe a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto.

5 – Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo que sejam separadas de seus filhos.

6 – Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica.

7 – Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.

8 – Encorajar a amamentação livre.

9 – Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.

10- Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para onde as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar (CARVALHO; TAMEZ, 2003).

A Política Nacional de Aleitamento Materno incorpora intervenções visando a promoção, proteção e o apoio ao aleitamento materno. Essas intervenções vêm sendo implementadas, normatizadas nas três esferas de gestão do SUS, federal e municipal. A Política Nacional de Aleitamento Materno está organizada basicamente em suas estratégias. São elas: Implementação da Rede Amamenta Brasil, a qual incentiva o aleitamento materno na Atenção Básica, através da educação permanente em saúde (oficinas e ações); já na rede hospitalar duas iniciativas foram elaboradas: a Iniciativa Hospitalar Amigo da Criança (IHAC), onde são realizadas mudanças nas rotinas das maternidades, visando o cumprimento dos dez passos para o sucesso da amamentação e o Método Canguru, o qual promove maior vinculo entra a mãe e o recém-nascido (de baixo peso); A utilização da Rede Brasileira de Banco de Leite Materno (BLM), onde se processa e distribui leite humano às lactentes com a amamentação; adoção do código internacional de substitutos do leite materno na sua totalidade; realização da Semana Mundial de Amamentação, visando ações de mobilização social; e por fim, a realização do monitoramento das ações e das práticas de amamentação no País.

As taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão abaixo do recomendado, mesmo diante dos esforços para o aumento da prática do aleitamento ao longo dos últimos trinta anos. Isso se deve a alguns obstáculos encontrados no Brasil, tais como importantes diferenças culturais; dificuldade de mobilizar alguns profissionais quanto à importância da promoção do aleitamento materno, incluindo gestores e profissionais de saúde. Essa dificuldade também é encontrada na população em geral, devido à manutenção da “cultura da mamadeira”, a qual resulta em grande parte do processo histórico de evolução, a pressão dos industriais etc.; a escassez de recursos humanos qualificados; desmame precoce após ou mesmo antes a licença maternidade entre outros. Esses obstáculos colocam em evidência a necessidade do Brasil investir em novas estratégias de incentivo à amamentação para que os seus indicadores atinjam patamares mais elevados (MS, 2009).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o aleitamento materno exclusivo (AME) até os seis meses de idade e tem como objetivo de suprir as necessidades nutricionais do recém-nascido. Os lactentes

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