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ANÁLISE DE 1940 A 1970: ESPAÇOS E DESAFIOS DAS MULHERES CONSTRUTORAS DA EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CODÓ-MA

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Por:   •  14/4/2014  •  3.770 Palavras (16 Páginas)  •  529 Visualizações

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ANÁLISE DE 1940 A 1970: ESPAÇOS E DESAFIOS DAS MULHERES CONSTRUTORAS DA EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CODÓ-MA.

Maria Alda Pinto Soares¹- Universidade Federal do Maranhão- alda.educare@gmail.com

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise sobre a história da educação no município de Codó- MA concentrada nos anos de 1940 a 1970; pautando-se no papel das mulheres enquanto professoras e construtoras da educação neste período, bem como nas instituições formadoras de professores na cidade, no tipo de formação desejada, no currículo ofertado e no status social do ser professor nesta época. Neste, refletimos também sobre a importância dos primeiros registros escolares e da memória viva de célebres professores codoenses enquanto guardiões da história deste município. Salientamos aqui, o valor desta pesquisa para a história local, uma vez que, há uma grande carência de estudos como estes em Codó e ausente acervo literário que trate das questões educacionais em solo codoense.

Palavras-chave: professoras; história; memória.

ABSTRACT

This paper aims to present an analysis of the history of education in the municipality of Codo-MA concentrated in the years 1940-1970; basing on the role of women as teachers and builders of education in this period as well as in training institutions teachers in the city, the type of training desired, the curriculum offered and the social status of being a teacher this time. In this, also reflected on the importance of early education records and the living memory of famous teachers codoenses as guardians of the history of this county. We emphasize here, the value of this research for local history, since there is a great lack of studies like these Codo and absent literary collection that deals with educational issues in soil codoense.

Keywords: teachers, history, memory

¹Pedagoga e Graduanda em Licenciatura em Ciências Humanas-Universidade Federal do Maranhão.

1 INTRODUÇÃO

Pesquisar sobre a história da educação de Codó não é tarefa fácil, uma vez que, não existem muitos registros acerca desta, principalmente quando se trata das escolas normais Ginásio Codoense e Instituto Magalhães de Almeida- primeiras instituições formadoras de professores do município- fechadas há muito tempo, não se sabe ao certo onde foram guardados os seus registros do tempo de funcionamento destas. Os poucos materiais de pesquisa são alguns manuscritos contidos nos arquivos do Grupo Escolar Colares Moreira (primeira escola primária e ginasial de Codó). Outro fator que dificulta o trabalho é a ausência de arquivos sobre a trajetória educacional do município na prefeitura e secretaria municipal de Educação.

Sendo assim, e não de menor importância, a presente pesquisa está metodologicamente fundamentada na História Oral valendo-se de entrevistas realizadas com dois ilustres professores da cidade de Codó- MA, a citar orgulhosamente, a professora Luiza D’lly Alencar de Oliveira e o professor Carlos Gomes da Silva, que contribuíram significativamente para o desenvolvimento deste trabalho, através de suas célebres e vivas memórias, além da disponibilização de alguns arquivos pessoais. Outras fontes importantíssimas para o presente artigo foram dois livros do professor Carlos Gomes da Silva, “Escritos Avulsos” e “Codoenses & Não Codoenses”, infelizmente, ainda não lançados; e o livro “Codó, histórias do fundo do baú”, do querido escritor João Batista Machado.

Portanto, apresentamos aqui uma breve análise dos anos 1940 a 1970 no município de Codó através de um estudo sobre os espaços e desafios das mulheres construtoras da educação no município de Codó- MA.

2 AS ESCOLAS NORMAIS E A FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

A criação das escolas normais inicia uma nova etapa no processo de institucionalização da profissão docente, demarcado por um dualismo: de um lado, o controle estatal se faz mais restrito; de outro, os docentes, de posse de um conhecimento especializado, melhoravam o seu estatuto sócio-profissional.

No Brasil, esse processo de institucionalização da formação docente teria início a partir da década de 30 e 40 do século XIX, com o surgimento das primeiras escolas normais provinciais, a serem citadas, da província de Minas Gerais (1835), da província do Rio de Janeiro (1835), da província da Bahia (1836) e da província de São Paulo (1846), criadas por consequência do Ato Adicional de 1834. No entanto, apesar do pioneirismo, durante todo o século XIX, esse tipo de formação se caracterizaria por um ritmo alternado de avanços e retrocessos, de acordo com Luciano Mendes de Faria Filho (2007), em seu artigo Instrução elementar no século XIX.

Na década de 30, quando surgiram as primeiras escolas normais no Brasil, já havia em muitas províncias algumas escolas de meninas. Ao que tudo indica, destinavam-se mais ao ensino de prendas domésticas, às orações e aos rudimentos de leitura. As mulheres deveriam aprender a ler e escrever e fazer as quatro operações. A concepção de um currículo diferenciado relacionava-se ao papel reservado à mulher numa sociedade de costumes patriarcais e aos preconceitos quanto à sua capacidade intelectual.

O sexo feminino fazia parte do imbecilitus sexus, ou sexo imbecil. Uma categoria à qual pertenciam mulheres, crianças e deficientes mentais e eram comuns a pronúncia de ditados preconceituosos contra a mulher, retratados e potencializados aqui no Brasil, desde a colônia pelos portugueses, como por exemplo, “mulher que sabe muito é mulher atrapalhada, para ser mãe de família, saiba pouco ou saiba nada”. “A mulher honrada deve ser sempre calada”, “Contente-se com as contas do rosário”, do poeta português Gonçalo Trancoso, conhecido como um zeloso moralista e praticante de uma supersticiosa religiosidade da época. Portanto, desmerecendo a capacidade intelectual do sexo feminino.

No século XX, a escola sofre processos de profunda e radical transformação. A educação abre um lugar para as massas, pois, a escola ao nutrir-se de um forte ideal libertário, dá vida a novas experiências escolares, impondo-se como instituição-chave da sociedade democrática. Assim, a prática educativa voltou-se para o sujeito mais humano, onde apareceram então, em nossa história, novos protagonistas: a criança, o deficiente e a mulher, dando

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