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AS TRÊS CORRENTES TEÓRICAS

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Por:   •  6/9/2013  •  5.090 Palavras (21 Páginas)  •  558 Visualizações

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AS TRÊS CORRENTES TEÓRICAS

MARIANE INÊS HERMANY1

Resumo: O positivismo, a fenomenologia e o marxismo são as principais correntes teóricas do pensamento contemporâneo. Basicamente, essas são as três linhas de idéias fundamentais e de extrema importância para nossos estudos. Elas servem como nosso guia, pois nos basearemos a partir dos conceitos das mesmas em nossa futura prática profissional. Estas linhas são as tendências que se concretizam em nossos trabalhos, ou pesquisas. O conhecimento é fator essencial; ter uma concepção de vida, do homem e do mundo é base indispensável de todo enfoque teórico. É preciso compreender o homem a partir da realidade do mundo em que ele vive e integrar as correntes do pensamento dentro de uma concepção geral e ampla, adaptando-as com as necessidades do meio em que vivemos.

Palavras-chave: positivismo; fenomenologia; marxismo.

INTRODUÇÃO

Neste artigo pretendemos, em geral, analisar os conceitos fundamentais das principais correntes do pensamento. Primeiramente analisaremos o positivismo, o que é positivismo, qual a sua visão de homem e mundo, e quais as influências que ainda hoje persistem da linha positivista. O fundador dessa linha de pensamento é Augusto Comte, baseada nos dados da experiência como a única verdadeira, negando outra realidade que não seja a dos fatos que podem ser observados.

Logo em seguida, falaremos da fenomenologia, procurando destacar seus aspectos importantes, contextualizando seu surgimento e que influências teve e ainda tem até a atualidade. Essa corrente teve como grande mérito o de ter questionado os conhecimentos do positivismo, elevando a importância do sujeito no processo de construção do conhecimento.

O marxismo é a última corrente a ser analisada, destacando suas principais características, e como esta linha de pensamento marxista está relacionada com os dias atuais. Certamente a teoria marxista será a linha em que mais trabalharemos, visto que essa está comprometida com um projeto de transformação da realidade social, visando uma idéia global sobre a realidade. Com ênfase a estas colocações, o artigo tem a intenção de

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1 – Aluna do 4º semestre do curso de Serviço Social da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

demonstrar como essas três correntes se constituem, destacando os traços fundamentais que distinguem o positivismo, a fenomenologia e o marxismo.

1 POSITIVISMO

1.1 Idéias básicas

O fundador do positivismo foi Augusto Comte, não nasceu espontaneamente no século XIX, suas raízes podem ser encontradas já na Antiguidade. É uma tendência dentro do Idealismo Filosófico e representa nele uma das linhas do Idealismo Subjetivo. Tem por base a exaltação dos fatos, sendo uma reação à filosofia expeculativa e sua expeculação pura. O termo identifica a filosofia baseada nos dados da experiência como a única verdadeira. O conhecimento se afirma numa verdade comprovada, sendo assim considerado o método experimental o caminho para o pensamento científico, a verdade comprovada jamais é questionada. O positivismo, uma corrente filosófica, caracteriza-se por três preocupações principais: Uma filosofia da história (na qual encontramos as bases de sua filosofia positiva e sua célebre “lei dos três estados” que marcariam as fases da evolução do pensar humano: teológico, metafísico e positivo); uma fundamentação e classificação das ciências (Matemática, Astronomia, Física, Química, Fisiologia e Sociologia); e a elaboração de uma disciplina para estudar os fatos sociais, a Sociologia que, num primeiro momento, Augusto Comte denominou física social (Triviños, 1987, p. 33).

O positivismo rejeita o conhecimento metafísico, devendo limitar-se ao conhecimento positivo, aos dados imediatos da experiência. Defende a idéia de que tanto os fenômenos da natureza como os da sociedade são regidos por leis invariáveis.

Podemos distinguir três momentos na evolução do positivismo. A primeira fase, chamaremos de positivismo clássico, na qual, além do fundador Comte, também se sobressaem os nomes de Littré, Spencer e Mill. Logo após ao final do século XIX, o empiriocriticismo de Avenarius e Mach. A terceira etapa denomina-se de neopositivismo e compreende uma série de matizes, entre os quais se podem anotar o positivismo lógico, o empirismo lógico, vinculados ao Círculo de Viena (Carnap, Schlick, Frank, Neurath, etc.); o atomismo lógico (Russell, 1872-1970, e Witgenstein, 1889-1951); a filosofia analítica (Witgenstein e Ayer, n.1910) que acham que a filosofia deve ter por tarefa elucidar as formas da linguagem em busca da essência dos problemas; o behaviorismo (Watson, 1878-1958) e o neobehaviorismo (Hull, 1884-1952, e Skinner, n.1904) (Triviños, 1987, p. 33 ).

Facilmente se observa que a filosofia positiva se colocou no extremo oposto da especulação pura, exaltando, sobretudo, os fatos.

1.2 Positivismo Clássico

Nas idéias de Comte temos alguns princípios fundamentais do positivismo, cujo emprego se considera como prática comum entre os pesquisadores. Estes princípios são: a busca da explicação dos fenômenos através das relações dos mesmos e a exaltação da observação dos fatos, mas resulta que para ligar os fatos existe “necessidade de uma teoria”. Não sendo assim, acredita que seja impossível que os fatos sejam percebidos. “Desde Bacon se repete que são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados, mas para entregar-se à observação nosso espírito precisa de uma teoria” (Triviños, 1987, p. 34).

Segundo Comte, o estudo das ciências possui algo muito mais elevado que o, de atender o interesse da indústria, que é o de “satisfazer a necessidade fundamental sentida por nossa inteligência, de conhecer as leis dos fenômenos”, “prescindindo de toda consideração prática” (Triviños, 1987, p. 35).

Também prega a submissão da imaginação à observação, mas isto não deve transformar “a ciência real numa espécie de estéril acumulação de fatos incoerentes’, porque devemos entender “que o espírito positivo não está menos afastado, no fundo, do empirismo do que do misticismo” (Triviños, 1987, p. 35).

O positivismo proclama como função essencial da ciência sua capacidade de prever. “O verdadeiro espírito positivo consiste em ver para prever” (Triviños, 1987, p. 35).

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