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Adeus Ao Trabalho

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Por:   •  18/5/2014  •  1.461 Palavras (6 Páginas)  •  704 Visualizações

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Resenha do Livro de ANTUNES, Ricardo.

“Adeus ao trabalho?” São Paulo: Cortez, 1995. p.158

Resenhado por

Lançado em 1995 o livro “Adeus ao trabalho?” tem sido muito utilizado no meio acadêmico por muitos ligados a área de sociologia. Tem um histórico de sucesso e podemos atribuir parte deste sucesso por ser um livro de fácil compreensão, apesar de tratar de temas complexos, sua estrutura organizada e os temas envolvem o leitor e o levam a refletir.

Entre os temas abordados estão: os trabalhadores de “chão de fábrica” estariam em extinção? A classe trabalhadora está perdendo sua importância e não possui mais papel central na sociedade moderna?

O livro está dividido em quatro capítulos que comentaremos individualmente a seguir, e possui também diversos artigos que foram publicados e são de muita qualidade.

FORDISMO, TOYOTISMO E ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL

Neste capítulo são discutidas as alterações sofridas pelo trabalho. O autor comenta sobre a crise que a classe trabalhadora vem passando, e reflete sobre as influencias que esta causa no mundo do trabalho e até na subjetividade dos trabalhadores.

O mundo do trabalho atual possui múltiplas formas de apresentação, onde não existem modelos padrões de gestão. O fordismo e o taylorismo não são considerados os únicos sistemas de produção, o autor considera que o toyotismo é a forma com maiores chances de sucesso e propagação na sociedade atual, e que ele será a resposta para a crise do fordismo. Tal tendência citada pelo autor traria riscos para os trabalhadores, e colocaria os europeus como principais prejudicados. A esse contexto multiforme se inserem também novos padrões de gestão como “neofordismo”, “neotaylorismo”, e o “posfordismo” todos com uma inclinação para idéias sócio-democratas.

As novas formas de gestão são parte da reestruturação do processo capitalista, parte responsável pela otimização do processo de acumulo de capital e pela melhoria na eficiência de exploração da força de trabalho.

O texto enfatiza dois tipos de processo produtivo, como acumulação flexível e o toyotismo, o primeiro baseado em grande desenvolvimento tecnológico e descentralização produtiva, já o segundo é um modelo japonês que utiliza uma alimentação puxada (Kanban), ou seja, somente após a venda e nova demanda o processo produtivo é alimentado, o que permite uma redução nos estoques e tempo de processamento, gerando uma economia de escala, esta modalidade tem se expandido rapidamentee já faz muito sucesso na indústria automobilística, é também conhecido como just-in-time.

No segundo capítulo, Antunes trata das mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho, revela algumas tendências e trata outros temas como “processualidades” que levam a uma só direção. Aponta como tendência a redução de empregos fabris e aumento da classe assalariada no setor de serviços, além de uma intelectualização do trabalhador juntamente com a precarização do trabalho a redução de empregos de tempo integral e o aumento dos trabalhos parciais ou temporários, também é citado o aumento da participação feminina no trabalho, esse conjunto de processos e tendências tem tornado a classe trabalhadora cada vez mais heterogênea e complexa.

No terceiro capítulo do livro Antunes trata da crise dos sindicatos na sociedade de trabalho atual. Mostra como alguns processos como os de fragmentação, heterogeinização e complexificação das forças de trabalho vão contra os modelos tradicionais dos sindicatos. A grande diversidade da classe trabalhadora dificulta sua representação, pois a exercerem a mesma profissão é muito pouco para que os participantes criem elos fortes e se juntem de maneira eficaz.

As adesões sindicais enfrentam umatendência de queda, e o autor cita como possíveis responsáveis por tal decadência e crise, tendências como desregulamentação, flexibilização do mercado de trabalho e individualização das relações de trabalho.

Para quarta e última parte do livro o autor guarda a polêmica de discussão sobre a crise do trabalho, criticando outros autores por tratarem do trabalho de maneira una, desconsiderando o duplo caráter do trabalho, que se constitui em trabalho concreto e abstrato, o primeiro responsável pela produção de bens de utilidade social e o segundo como produtor de valores de troca. Comenta que se a crise for do trabalho abstrato, não existiriam novidades, pois está é uma tendência do capitalismo citada por Marx, o que não pode ser confundido com a perda de centralidade do trabalho, pois esta para Antunes não seria possível ocorrer em uma sociedade capitalista produtora de mercadorias.

Concluindo, é bom citar que os artigos que contém no livro abordam temas muitos interessantes e contribuem muito para o enriquecimento e complemento da leitura do livro, sendo que considerado por muitos como imperdível, recomendo a leitura da resenha de Robert Kurz, “O Colapso da modernização”, que discute a crise da sociedade capitalista.

RESENHA DO LIVRO: ADEUS AO TRABALHO?

REFERÊNCIA DO LIVRO: ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 8. Ed. São Paulo: Cortez, Campinas: Unicamp, 2002. p. 40 à 51.

O livro Adeus ao Trabalho? De forma geral busca compreender a centralidade do mundo do trabalho, proporcionada por uma globalização que influencia a desigualdade, além de entender os paradigmas que vem sendo quebrados durante o século, e sobre tudo, mostrar as transformações que vem ocorrendo no mundo do trabalho desde o início da Revolução Industrial até os dias atuais.

Sendo mais específico as páginas 40 à 51 abordam dois capítulos:

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