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Aline Chaves

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Por:   •  26/5/2014  •  981 Palavras (4 Páginas)  •  361 Visualizações

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Que organizações para o século XXI?

Dez anos antes da virada do milênio, Arie de Geus teve uma intuição genial quando estava lendo a revista The Economist. Como se tratava de uma edição anual com a lista das 500 maiores empresas do mundo, ele se perguntou onde elas estariam em 2000. Como teria que esperar 10 anos pela resposta, resolveu fazer uma pesquisa reversa e foi procurar a lista das 500 maiores empresas em 1980, para saber onde elas estavam em 1990. E fez isto para vários anos.

O resultado o surpreendeu. Cerca de 50% das empresas simplesmente haviam desaparecido com menos de 10 anos! E a média de vida das empresas era de apenas 14 anos! E não se tratavam de pequenas e médias empresas. Estamos falando da lista das maiores empresas do mundo.

Mas esta não foi a única surpresa. Seu estudo identificou um grupo de 20 empresas centenárias, que tinham sobrevivido às duas guerras, à crise de 1929 e todas as mudanças tecnológicas acontecidas ao longo do século. E foi aí que entrou o toque de gênio e ele se fez a pergunta certa: Será que existem características comuns a estas vinte empresas? E se existem, quais são estas características?

A partir daí, ele se dedicou durante mais de cinco anos a conhecer profundamente cada uma destas vinte empresas. E o resultado deste trabalho mudou para sempre a maneira como encaramos as empresas. Na verdade, seu estudo comprovou que estas empresas possuíam quatro características em comum, e com a ajuda de Peter Senge, ele resolveu batizar estas empresas de learning organisations, organizações que aprendem.

As quatro características das empresas que duram (as organizações que aprendem) que emergiram do estudo de Arie de Geus foram:

Possuem visão sistêmica: O grupo das empresas centenárias monitoram sistemáticamente o ambiente de negócios e procuram identificar as principais tendências. Muitas delas, ao longo de sua longa vida, mudaram de ramo, ou abriram novas empresas. E NÃO se utilisaram da visão cartesiana, que procura dividir a empresa em áreas que não se falam. Ao contrário, adotam uma visão mais sistêmica, holística. E TODAS elas adotam um estilo de gestão que Arie de Geus batisou de empresas orgânicas.

Possuem um propósito: Todas as empresas do grupo possuem uma forte cultura e identidade, e todos os funcionários conhecem os valores e propósitos da empresa. Curiosamente, NENHUMA das organizações que aprendem colocaram o LUCRO como seu principal objetivo! O que as move são valores e princípios éticos, compartilhados por todos os funcionários. Uma delas chegou a citar uma frase de Peter Drucler: “o lucro é o oxigênio das empresas, mas viver é mais do que respirar...” Toda empresa precisa ter lucro para sobreviver, mas o que as faz única são seus valores e princípios. O lucro é o resultado de um trabalho bem feito, com paixão e compromisso.

Valorizam a diversidade: Nas organizações que aprendem a diversidade não é apenas tolerada, ela é incentivada. Ao invés de “alinhar todos com as idéias da organização”, estas empresas valorizam quem pensa diferente. O alinhamento se dá em torno de valores e princípios, mas as idéias “fora da caixa” são estimuladas e recompensadas.

São conservadoras no aspecto financeiro: Exatamente por monitorarem o ambiente de negócios, terem uma estratégia e objetivos claros e valores compartilhados por todos, estas empresas não embarcam atrás de qualquer modismo. Sabem onde investir seu dinheiro e são extremamente cuidadosas com seus gastos.

Estas idéias já são conhecidas por todo mundo. Por que então as empresas, em particular as empresas brasileiras ainda resistem tanto ao óbvio? Por que insistem em modelos de gestão conservadores e retrógrados?

Acredito que uma das razões é o desconhecimento. Muitos já ouviram falar em “organizações que aprendem”, mas poucos conhecem

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