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Aquiferos

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Por:   •  13/10/2014  •  2.202 Palavras (9 Páginas)  •  1.060 Visualizações

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Geologia dos aquíferos

Aquíferos são porções internas da crosta terrestre com capacidade para armazenar água e cuja porosidade é suficiente para que a água realize movimentos por diferença de pressão hidrostática. A crosta terrestre, ou litosfera, é a porção mais fina entre as principais camadas que formam o nosso planeta. É nela que vivemos, e dela retiramos os recursos naturais necessários para o nosso sustento e desenvolvimento.

Afirmar que a litosfera (lito, do grego líthos, significa rocha, pedra) é formada apenas por material sólido é um erro. Com espessura média variando entre 10 e 35 km, constitui-se também por líquidos, como água e gases associados a depósitos fósseis. Materiais em estado sólido representam a maior parte da sua composição; porém, os diferentes níveis de porosidade desses materiais propiciam maior capacidade de armazenar água e formar aquífero.

A importância das águas subterrâneas:

Estima-se que atualmente mais de 95% de toda a água doce disponível para a humanidade esteja confinada nos aquíferos, podendo estar localizada a até 4 mil metros de profundidade.

Atualmente, segundo a Unesco, a Europa conta com cerca de 75% de seu consumo diário de água proveniente das águas subterrâneas, sendo que em países como a Alemanha, Holanda e Suécia, esse índice está acima dos 90%. No Brasil, muitas cidades pequenas e médias usam água do Aquífero Guarani para garantir o abastecimento, e aproximadamente 80% dos municípios do Estado de São Paulo utilizam água proveniente das profundezas da Terra. Esses números demonstram a importância dos aquíferos, que cada dia mais se tornam uma alternativa viável e confiável para suprir as populações com uma água de boa qualidade e que, em muitos casos, dispensa tratamento.

É preciso destacar que as águas subterrâneas também fazem parte do ciclo hidrológico, não estando confinadas eternamente no subsolo. Elas fluem e acabam por alimentar os rios, lagos e oceanos, voltando à superfície, evaporando-se e precipitando-se em forma de chuvas, que abastecerão novamente os aquíferos.

Questão de sustentabilidade

Apesar de abundantes, as águas subterrâneas não são inesgotáveis, e o seu uso sem uma gestão consciente pode trazer problemas a curto e a médio prazos.

Veja os principais problemas ambientais causados pelo mau uso dos aquíferos.

Contaminação dos aquíferos

Mesmo confinados nas camadas inferiores da crosta terrestre, os aquíferos também sofrem com a poluição, pois, como foi dito, as suas águas também estão no ciclo hidrológico e, por isso, podem receber substâncias contaminantes. Isso pode ocorrer caso a região de recarga esteja sob uma área urbana densamente povoada; caso se realize a prática da agricultura comercial em suas áreas de recarga, pois agrotóxicos e outros insumos agrícolas podem chegar até o aquífero; ou na ocorrência de lixões, que contaminam a água com o chorume que produzem – substância altamente poluente; ainda não há estudos para reter esse tipo de dejeto.

Outro meio de contaminação são poços abertos e abandonados sem o devido cuidado. Esses poços passam a ser porta de entrada para elementos poluentes que podem contaminar a água. Em 2006, pesquisadores da Universidade de Manaus realizaram um trabalho por meio do qual detectaram que o lixão da cidade estava contaminando o Aquífero Alter do Chão, que ainda não fazia parte das notícias nacionais. Se as águas de aquíferos são mais difíceis de serem contaminadas que as águas de superfícies, o mesmo não se pode dizer sobre sua recuperação. Uma vez que se contamine um aquífero, é muito difícil limpá-lo, e o capital despendido nessa missão é na maioria das vezes proibitivo, ou seja, é demasiadamente caro recuperar um aquífero contaminado; portanto, devemos evitar que isso aconteça.

Uso excessivo

Quando vários poços são perfurados sem critério ou sem que se faça um estudo da quantidade de água disponível, a descarga excede a recarga, fazendo com o volume de água disponível diminua. Nesses casos, poços mais rasos secam, e é preciso perfurar cada vez mais fundo para obter-se água, o que encarece o processo. Porém, esse não é o maior problema, pois existem ligações entre os aquíferos livres e os confinados, levando a uma diminuição no nível dos livres, responsáveis diretos na alimentação dos rios e nascentes.

Dessa forma, períodos de grande estiagem podem gerar enormes problemas para a população, como a falta de água para indústrias e ate mesmo para os afazeres domésticos.

Terremotos de mentira

Outro problema associado à exploração excessiva das águas existentes nos aquíferos está relacionado aos aquíferos cársticos, que se desenvolvem em rochas carbonáticas, as quais, por sua composição são facilmente diluídas na presença de água. Dessa forma, a água infiltra em pequenas rachaduras na rocha e, à medida que flui por essas fraturas, vai ampliando o canal, formando verdadeiros rios subterrâneos, nos quais, sob pressão, atua no sentido de fortalecer as paredes desses canais subterrâneos.

Quando a água é escoada para a superfície através de poços em um ritmo maior que a recarga, podem-se originar espaços ocos, que estão sujeitos a acomodações ou desmoronamentos.

Quando esses desmoronamentos subterrâneos são muito próximos da superfície, podem causar danos à população local.

Um exemplo desse problema ocorreu no município de Almirante Tamandaré, no Estado do Paraná. O município está sobre o Aquífero Karst, associado a rochas carbonáticas. Com o crescimento da população da zona urbana, a companhia de saneamento do Estado perfurou uma série de poços no centro da cidade. A partir da década de 1990, casas começaram a rachar, calçadas e ruas quebraram e buracos (dolinas) começaram a se formar.

Em função disso, a empresa encomendou estudos, que apontaram a necessidade de fechar cinco poços existentes na cidade, entre outras ações no sentindo de evitar maiores problemas.

Água e esperança

A descoberta do enorme volume de água do Aquífero Alter do Chão mostra-nos que conhecemos pouco as profundezas do nosso planeta. Já enviamos sondas espaciais para os confins do sistema solar, mas, em se tratando de perfurar poços, somos barramos por dificuldades naturais ao atingimos alguns quilômetros.

Vivemos um momento interessante. No final

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