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Arte prévia

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Por:   •  29/11/2013  •  Tese  •  1.068 Palavras (5 Páginas)  •  186 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Este trabalho parte da observação de que tem sido cada vez mais intenso, nas sociedades o sentimento de medo devido a violência urbana. Com isso a pesquisa tem como objetivo investigar a possível influência que as relações de intervisibilidade entre espaços de passagem pública e edificações privadas possuem sobre a ocorrência de falta de segurança. Tendo como pontos de pesquisa duas ruas próximas, Rua Osório P. Conceição e Rua Professor Lichoti Tinoco, no Bairro Cidade Nova, na cidade de Itaperuna/RJ.

A pesquisa se faz na percepção do cotidiano, público e moradores dos edifícios transformados pelos aparatos de segurança, em relação às suas percepções sobre a arquitetura alterada que interfere na paisagem, aos motivos que os levam a realizar tais medidas, e descobrir porque locais próximos podem ser tão distintos ao se tratar do modo como veem a segurança. Sendo assim, necessários se fazem os mecanismos de investigação que nos permitam perceber os discursos da população estudada e os motivos para a adoção dessa proteção que indicamos como prolongadoras da situação de violência cotidiana.

JUSTIFICATIVA

O tema explicitado nesse artigo tem como intuito mostrar de que forma e até que ponto os elementos arquitetônicos de segurança influenciam e afetam o dia-a-dia das pessoas, bem como seu modo de agir e se relacionar, em um ambiente considerado público.

Sabe-se que hoje vivemos em uma sociedade considerada “prisioneira do medo”, influenciada por toda gama de informações tanto de mídia quanto de vivências relacionadas à violência cotidiana, observada principalmente nas áreas urbanas. Isso fez com que por medo as pessoas buscassem cada vez mais formas de se sentir “protegidos”, maneiras que proporcionassem o sentimento de maior tranquilidade e segurança nos locais considerados por eles como particulares. Gerando por fim mudanças em seus hábitos e a descaracterização da arquitetura.

DISCUSSÃO TEÓRICA

Se fizermos um apanhado histórico de todos os processos relacionados a sociedade, a arquitetura e a violência e colocássemos todos relacionados em uma linha do tempo, perceberíamos o quanto ao longo dos anos passamos por transformações extremas. Vivemos hoje em uma sociedade onde a busca pelo sentimento de segurança e proteção contra a violência, considerada um grande problema mundial, vem afetando as relações interpessoais entre a sociedade e também a arquitetura das edificações aonde essa sociedade vem a permanecer.

De acordo com Pires (1996), enclaves fortificados geram cidades fragmentadas em que é difícil manter os princípios básicos de livre circulação e abertura dos espaços públicos que serviram de fundamento para a estruturação das cidades modernas. Consequentemente, nessas cidades o caráter do espaço público e da participação dos cidadãos na vida pública vem sendo drasticamente modificado.

O crescente índice dos atos de violência urbana geram na sociedade a procura pelo desenvolvimento e utilização de dispositivos e técnicas com o propósito de afiançar a integridade do indivíduo e da propriedade. A sensação de insegurança faz com que as formas das habitações e os costumes da própria cidade sejam modificados, fazendo com que as cidades sejam marcadas por paisagens diferentes.

Grades, muros altos, câmeras de segurança, arames farpados e cercas elétricas em altos muros, bem como fincos de ferro afiados e cacos de vidro engastados e portões eletrônicos, passaram a fazer parte da arquitetura, tanto em residências quanto em prédios e áreas públicas. Ou seja, apesar de terem usos diversos, como consumo, moradia, lazer ou trabalho, sendo restritos ou não, possuem as mesmas características. São fisicamente isolados por recursos arquitetônicos.

Em contrapartida todo esse aparato de segurança atinge o olhar público, gerando uma sensação de insegurança diante dos elementos de segurança, que é criada pela falta de visão entre o público e a edificação, criando uma barreira de visualização, bloqueando a vigilância natural. Essa teoria é bem discutida em Jacobs (2000), ao se tratar de fundamentos de planejamento urbano e reurbanização, ele afirma a importância que os edifícios têm em ralação com a rua para que ocorra a vigilância natural.

No entanto à medida que os índices de violência e a insegurança crescem, a indústria de proteção se torna mais lucrativa e as estratégias de proteção redesenham a arquitetura nas cidades. Dentre as estratégias mais contundentes de proteção residencial, os custos sociais são agravados pelas consequentes alterações comportamentais coletivas devido ao isolamento humano. Como exemplo, na maioria dos imóveis são adicionados canteiros externos, ligados aos muros, compostos por plantas espinhosas com a função

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