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As Cidades E As Serras (MATD)

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Por:   •  4/11/2014  •  922 Palavras (4 Páginas)  •  287 Visualizações

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As Cidades e as Serras, o último livro de Eça De Queirós, publicado um ano após a sua morte (1901), tem como principal objetivo a analogia entre o campo e a cidade, onde o autor elogia os valores da natureza e do campo, e assinala pejorativamente a área “civilizada”, a cidade. Segundo Eça, o homem só é feliz longe daquilo a que chamamos de “civilização”. Nesta analogia, a obra pretende mostrar as diferenças entre as cidades e os campos e todas as falsas realizações, que para Eça, se sente nas cidades, em comparação com o campo, o qual o autor exalta na sua obra.

A obra tem como início, uma narrativa que relata a história de Jacinto Galião, de Tormes, por parte de José Fernandes, o narrador. Jacinto é um homem de muitos bens e extraordinariamente apaixonado pela área urbanizada, a cidade, e por tudo aquilo que abrange a vida citadina, que não é pouco nem suave. Um homem muito seguro de que ser-se urbano era a chave de entrada para o futuro no que toca ao progresso e ao desenvolvimento. A personagem tinha então como preocupação fulcral defender o progresso, a civilização, a vida urbana e a cidade grande. Morava em Paris e vivia no aconchego de toda a modernidade e de todo o luxo e ostentação da época. José Fernandes, o nosso tão presente narrador, foi convidado por Jacinto para viver em Paris. Ele nos conta que ao longo do tempo notava a transformação do sentimento por parte de Jacinto pela cidade: outrora fora tão defensor da densa vida civilizada e agora, começa a ficar desiludido com a superficialidade e despersonalização da população urbana, começa a impacientar-se com o ruído do progresso, das tecnologias (que estão sempre a falhar consigo) e do movimento. Era como que se ao longo do tempo, aquele gracioso pote de mel tivesse sido invadido por formigas, e já não se via mais o cintilar, era-lhe desenxabido e a cor do mel naquele pote agora era-lhe insípida, diferente de como outrora ele via. Ou seja, numa comparação entre o mel e a cidade, Jacinto sente o dessabor. O mesmo Jacinto, que no início da obra defendia a cidade como sendo o paraíso. Ele decide então sair da cidade e mudar-se para a sua propriedade rural, nas serras. Ambos, Jacinto e José, partem então de Paris para uma “nova vida”. Após imensos contratempos, literalmente, brota nos olhos de Jacinto, numa singela refeição caseira, o brilho do campo. O campo agora virara mel, sem formigas. Se a vida no campo era fácil? Não, não era. Mas agora ele via a beleza da vida campestre, enquanto a vida na cidade tinha virado monótona e enfadonha, onde as máquinas tinham tomado conta de muito dos lugares ocupados por humanos. Ali no campo, as coisas eram diferentes, apesar de darem trabalho, não eram fastidiosas.

A obra nos transporta para estes dois ambientes, cidade e campo, fazendo-nos observar o nítido confronto entre os mesmos.

A temática campo versus cidade vem de uma longa tradição literária. Nesta obra, Eça de Queirós empenha-se em apontar a futilidade que dominava as cidades em contraposição com a brandura na qual vivia-se no campo.

Ao contrário daquilo que Jacinto afirmava no começo do livro, de que o campo transformava os homens em selvagens, a cidade transformava os homens em escravos dos seus instintos e querenças, e dava-lhes uma vida cheia de agitação inútil. Na cidade a vida era entediante, pois o facilitismo era muito

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