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As Dinâmicas Da Globalização

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Por:   •  20/6/2013  •  2.703 Palavras (11 Páginas)  •  1.034 Visualizações

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1. As dinâmicas da globalização

Se o termo “globalização” sugere diferentes significados, podemos entender o fenômeno a partir de suas diferentes dimensões ou dinâmicas, assim consideradas: comerciais, produtivas, financeiras e tecnológicas.

1. 1 Globalização comercial

A globalização comercial é, provavelmente, a dimensão mais facilmente mensurável. Ao passo em que as pautas dos mercados externos estão cada vez menos atreladas às dos mercados internos, as nações vêm procurando se adaptar à demanda mundial de produtos e consumidores.

Se esse aspecto contribui para uma maior universalização dos padrões de consumo e das novas tecnologias, pode trazer consigo um acirramento do desemprego e o enfraquecimento de regiões produtoras de artigos específicos (Barbosa, 2006, p. 42).

A análise de várias fontes (estatísticas e históricas) nos revela que, a partir dos anos 1950, intensificou-se o processo de abertura do mercado internacional por países participantes da conjuntura globalizada, fato que pode ser comprovado através do coeficiente de abertura, ou seja, Quando o volume de comércio – produção destinada ou proveniente de outros mercados – cresce mais rapidamente do que o volume total de produtos fabricados mundialmente, isso indica que as economias estão se abrindo e que os mercados internos perdem importância como fonte de escoamento da produção local (Barbosa, 2006. p. 41).

Este processo, qual seja, o de crescimento do comércio mundial, acelerou-se particularmente nos anos 1980 e 1990, o que nos leva a concluir que o incremento da atividade comercial pode caracterizar, se não um fato novo, algo de relevante importância e que explica a interpretação da globalização como sendo particularmente um fenômeno de características comerciais.

Tal leitura está, portanto, irremediavelmente ligada à extinção de barreiras comerciais e práticas protecionistas e ao surgimento de grandes blocos comerciais. Também por essa razão ganham excepcional notoriedade as políticas aduaneiras e os acordos comerciais preconizados pela Organização Mundial do Comércio (OMC), herdeira das principais conquistas obtidas pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), estabelecido em 1947. É importante, porém, salientar: ainda que o GATT visasse facilitar as relações comerciais sob a égide da equidade, a realidade vem revelando profundas diferenças entre o discurso pronunciado e a práxis, o que significa dizer que nem sempre as práticas de nações industrializadas encontram-se

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em sintonia com o preconizado para os “outros”, ou seja, nem sempre os países que mais defendem o livre comércio são aqueles que o praticam. Outra evidência da intensificação do comércio mundial é a formação de blocos regionais. O comércio entre os países dos blocos e entre blocos tem se expandido, visto que os tratados de tarifas alfandegárias e as concessões implicam reciprocidade e são aplicados em conjunto.

Segundo Prado (2003, p. 4), a discussão sobre os aspectos da globalização comercial não é particularmente controversa: “Se o crescimento do comércio mundial (...) [se dá] a uma taxa de crescimento média anual mais elevada do que a do PIB mundial, podemos afirmar que há globalização comercial”. Utilizando esse critério, podemos perceber que:

A) A relação exportação mundial/PIB mundial apresenta taxas de crescimento até o ano de 1929, a partir de quando passa a decrescer. Tal fato pode ser explicado pela recessão que tomou conta da maioria dos países, em decorrência das consequências da quebra da bolsa de Nova Iorque e da posterior retração da economia mundial;

B) A relação exportação mundial/PIB mundial volta a apresentar taxas de crescimento a partir da década de 1950, muito provavelmente por conta dos efeitos benéficos do pós-guerra;

C) A relação exportação mundial/PIB mundial apresenta substancial crescimento a partir da década de 1980 e, de forma mais notável, a partir dos anos 1990.

1.2 Globalização produtiva

Por seu turno, a dinâmica produtiva refere-se à integração internacional da produção a partir das estruturas produtivas domésticas. Tal processo pode se dar de diferentes formas, tanto envolvendo a distribuição espacial de diversas etapas da produção nos mais diversos países para aproveitamento de vantagens comparativas quanto envolvendo a distribuição espacial da produção em termos do ciclo do produto.

Na primeira situação, empresas fabricariam “pedaços” do produto nos locais em que essa etapa fosse mais barata, comparativamente. Na segunda, os produtos seriam oferecidos ao mercado segundo uma lógica em que aqueles inovadores e resultantes de pesquisas de última geração seriam primeiramente oferecidos nos mercados mais “nobres” (Estados Unidos e Europa), chegando aos países periféricos apenas quando substituídos por outros de tecnologia mais moderna. Assim, haveria mercados de primeira e de segunda linha, e a estrutura produtiva das empresas se

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organizaria segundo essa divisão internacional do mercado através da atuação de suas filiais espalhadas por todo o mundo. Principais agentes responsáveis pela dinâmica produtiva, as empresas multinacionais – e que respondem por quase 36% da economia mundial –, (...) podem fazer investimentos em lugares onde os custos são mais baixos, produzir peças num país para serem transformadas em outros e comercializadas em todo o planeta. Ou seja, por trás da expansão do comércio, a economia atual é regida por uma variável ainda mais forte: a expansão rápida da produção comandada por empresas que realizam suas atividades fora do seu país de origem (Barbosa, 2006, p. 55).

Segundo Barbosa (2006), a característica mais marcante dentre as observadas na expansão da empresa multinacional é o alcance da produção em países que não o da sua sede.

Facilitam esse crescimento as políticas de redução de tarifas e impostos dos países que procuram por investimentos externos em seu território, uma vez que a implantação das multinacionais fora de seu país de origem, na maioria das vezes, acarreta em desenvolvimento ou, ao menos, valorização do território em que se encontram.

As empresas multinacionais têm como área de atuação muitos setores de produção ou aplicação financeira, sejam eles de eletroeletrônicos, de produtos esportivos, de automóveis, de telecomunicações, de comércio varejista, de serviços tecnológicos de ponta, etc. Segundo definição da Conferência do Comércio e Desenvolvimento para as Nações Unidas (UNCTAD),

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