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Atps - lígua Brasileira De Sinais ( Libras )

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Por:   •  18/3/2015  •  4.189 Palavras (17 Páginas)  •  295 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHAGUERA DE SANTO ANDRÉ

Pedagogia

Lígua Brasileira de Sinais ( Libras )

ATPS – Lígua Brasileira de Sinais ( LIBRAS )

Daniela Viliegas Barreto

Santo André

2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHAGUERA DE SANTO ANDRÉ

Pedagogia

Lígua Brasileira de Sinais ( Libras )

ATPS – Lígua Brasileira de Sinais ( LIBRAS )

| Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina “Língua Brasileira de Sinais”, sob a orientação do professor tutor a distância |

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Santo André

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2012

1. Terminologia e Aspectos Históricos

Linguagem de sinais?

Língua dos sinais?

Língua de sinais?

O correto é “língua de sinais”, porque se trata de uma língua viva e, portanto, a quantidade de sinais está em aberto, possibilitando o acréscimo de novos sinais. Quando se diz “língua

dos sinais”, fica implícito que a quantidade de sinais já está fechada.

1.2 Gestualismo X Oralismo

A concepção das línguas de sinais como línguas é muito recente, embora muitos estudiosos apontem que seu surgimento seja tão remoto quanto o surgimento da própria linguagem humana. A imprecisão da origem se dá principalmente pelo fato de que essas línguas, até bem pouco tempo, não apresentavam registros escritos. Para se ter uma ideia, o primeiro livro conhecido em inglês que descreve a língua de sinais, escrito por J. Bulwer, é datado de 1644 (Ramos, 2011), quase quatro mil anos depois do aparecimento dos

primeiros livros.

Apenas a partir de 1997, um grupo de pesquisadores vem desenvolvendo um processo de representação gráfica das línguas de sinais, chamado Sign Writing ou Escrita de Sinais.

Além da ausência de registros, as línguas de sinais sofreram, ao longo do tempo, todo o impacto da rejeição social à qual as pessoas surdas foram historicamente submetidas. A dificuldade de convivência com o diferente, marca da sociedade-padrão, relegou a pessoa surda ao isolamento e à negação dos direitos básicos de cidadania.

Por muito tempo, desde a Idade Antiga, os surdos foram vistos como não passíveis de vida em sociedade. A surdez era vista como um defeito ou patologia que os impediam de exercer sua cidadania, sendo sua forma de comunicação o marco denunciador dessa patologia.

Acreditava-se que, por não falarem, os surdos não tinham capacidade de raciocínio, de aprendizagem ou mesmo de tomada de decisão, ficando suas escolhas a cargo de seus tutores. Direitos básicos, como os de tirar documentos, receber herança, casar-se, constituir família ou patrimônio, por exemplo, eram-lhes sumariamente negados.

Mas, a partir do final da Idade Média, evidencia-se um processo de reconhecimento do indivíduo surdo como ser social, especialmente a partir de suas potencialidades educativas. Familiares, educadores, filósofos e médicos buscaram compreender os processos de aprendizagem dos surdos, oferecendo-lhes novas oportunidades de vida social.

Destaca-se, nesse movimento, Charles Michel de L’Epée, abade francês que, por volta dos anos 1750, desenvolvia um trabalho de educação de surdos. L’Epée observou que os surdos se comunicavam utilizando um conjunto de

gestos com significado funcional e lançou mão dessa comunicação para o desenvolvimento de estratégias pedagógicas diferenciadas.

L’Epée priorizava a comunicação gestual como mecanismo de transmissão de conhecimentos, como a leitura e escrita e as operações matemáticas básicas, além de conteúdos socialmente relevantes.

Engajado na socialização do surdo, L’Epée registrava sistematicamente suas experiências e as divulgava, com a expectativa de que a sociedade compreendesse que o desenvolvimento individual e social do surdo dependia essencialmente do desenvolvimento de um canal comunicativo adequado; nesse caso, o gestual.

Por esse trabalho, L’Epée ficou mundialmente conhecido como “pai dos surdos”, título que

permanece até os dias atuais.

Quase simultaneamente a L’Epée, mas em outra linha filosófica, o alemão Samuel Heinicke trabalhava a produção da fala. Ele acreditava que os surdos precisavam desenvolver a competência linguística oral e, o máximo possível, comportar-se dentro dos padrões de normalidade, de modo a constituir o universo ouvinte como membro produtivo (Capovilla, 2004).

Para Heinicke, o desenvolvimento cognitivo provinha do uso da palavra e, portanto, a comunicação gestual impedia o melhor desempenho social dos surdos, dificultando a aprendizagem e tornando evidente sua deficiência.

As divergências entre as duas abordagens educacionais se arrastaram por anos e marcaram em definitivo as concepções de surdez, linguagem e pessoa surda, polarizando as discussões em gestualismo e oralismo.

A corrente oralista, contudo, tinha maior aceitação social e, por isso, ganhava força como estratégia educativa. A ideia de “normalizar” o

surdo por meio do desenvolvimento da competência linguística oral e do comportamento social, emocional e cognitivo semelhante ao dos ouvintes caía bem aos olhos da sociedade que, apoiada principalmente por grupos religiosos, imaginava estar equacionando o grande problema da exclusão do surdo. Na verdade, hoje sabe-se que se mascarava a inabilidade dos grupos sociais majoritários em lidar com o diferente. Tanto que a principal deliberação do II Congresso Internacional de Instrução de Surdos, ocorrido em 1880, em Milão, Itália, foi o banimento da língua de sinais.

Nesse Congresso, muitos estudiosos apresentaram casos bem sucedidos de reabilitação de surdos por meio da aquisição da fala, sendo estes

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