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Língua Brasileira De Sinais - LIBRAS

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Por:   •  12/11/2013  •  3.282 Palavras (14 Páginas)  •  883 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, a surdez tem sido objeto de polêmica e incompreensão. Até hoje a surdez se constitui um desafio tanto para educadores, linguistas, profissionais da área médica como para própria família. E a história revelou muitos conflitos no processo de compreensão da surdez que já foi considerada como maldição, loucura e patologia.

Há uma enorme diferença entre compreender a surdez como deficiência e compreendê-la como diferença. Aqui surge a separação de duas importantes concepções da surdez. A primeira concepção é clínico-terapêutica que entende a surdez como patologia, visando a medicalização, o tratamento, a normalização do surdo e os trata de forma assistencialista. A segunda concepção é sócio antropológico, que entende a surdez como uma experiência visual, uma forma distinta de perceber o mundo, que tem uma maneira diferenciada de construir a realidade histórica, política e social. Essas duas concepções estão intrínsecas nas formas como os surdos são considerados pelas pessoas ouvintes.

A sociedade cria situações de exclusão deixando os surdos à margem das questões sociais tanto políticas, como culturais e educacionais. Tais situações de exclusão acontecem porque o surdo não é visto através das suas potencialidades, mas são encarados como incapazes. E essa visão que se tem dos surdos é consequência da incompreensão sobre a forma que os surdos veem o mundo, bem como por associarem a surdez com a deficiência mental.

Tal problemática se situa especialmente nas questões acadêmicas. Muitos surdos não têm acesso a altos níveis acadêmicos, mesmo já sendo comprovado que suas potencialidades de desenvolver competências e habilidades são as mesmas que as de pessoas ouvintes. E o que se percebe nas instituições de ensino é uma ausência de compromisso com as questões linguísticas que cercam a vida dos surdos, permitindo que as barreiras comunicativas continuem a existir. Atualmente os surdos têm tomado consciência disso e tem ido a busca dos seus direitos inclusive reivindicando a formação de professores surdos.

Embora a audição seja o canal importante na aquisição da linguagem, não é o único. A linguagem pode ser percebida pelos diversos órgãos do sentido e por isso distinguimos linguagem oral e linguagem visual. A criança surda não pode adquirir uma linguagem oral, mas o sentido da visão lhe permite a aquisição de um tipo especifico de linguagem visual, a linguagem de sinais.

Relacionando as línguas orais com as línguas de sinais temos a fala e o sinal. É comum a confusão de que a língua de sinais é simples gestos ou mera mímica.

No Brasil, em 2002, a língua de sinais adquire status linguístico com a sanção da Lei nº 10.436.

“É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados” (art. 1º).

E é compreendida como forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (Parágrafo único.).

Diante dessas questões, pode-se concluir que o portador de surdez tem as mesmas possibilidades de desenvolvimento linguístico que a pessoa ouvinte, precisando, somente, que tenha suas necessidades comunicativas supridas.

A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos sons. A audição é geralmente medida e descrita em decibéis (dB), uma medida relativa da intensidade do som. A audição normal é representada por zero decibéis e a perda auditiva de até vinte e cinco decibéis não é considerada uma deficiência significativa. Quanto maior o número de decibéis necessários para que uma pessoa possa responder ao som, maior a perda auditiva. Diante do exposto, existem vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda auditiva.

Pela área da saúde e educacional, o individuo com surdez pode ser considerado parcialmente surdo ou surdo. O individuo parcialmente surdo ou com deficiência auditiva são pessoas com surdez leve e moderada. A surdez leve apresenta a perda auditiva entre vinte e sete a quarenta decibéis que impede o individuo perceber sons distantes e os fonemas das palavras, mas não impede a aquisição normal da língua oral. A pessoa com surdez moderada apresenta perda auditiva entre quarenta e um a setenta decibéis ocasionando atraso de linguagem e alterações articulatórias. Já individuo considerado surdo é aquele com surdez severa e profunda. A surdez severa apresenta perda auditiva entre setenta e um a noventa decibéis e o individuo consegue ouvir apenas sons próximos. E por fim a surdez profunda é a perda superior a noventa e um decibéis privando o individuo de informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir a língua oral, nesse caso fazendo-se necessário o uso da língua de sinais.

A cultura surda não é simplesmente determinada pelo que os surdos fazem juntos e de que maneira distinta fazem isso, ao contrario, a cultura dos surdos é entendida como um campo de lutas entre diferentes grupos sociais, em torno da significação do que sejam surdez e os surdos no contexto social global. E vai além desse aspecto, pois a cultura dos surdos é determinada pela experiência de vida.

A cultura surda refere-se aos códigos próprios dos surdos, suas formas de organização, de solidariedade, de linguagem, de juízos de valor, de arte, etc. Os surdos constituem grupos sociais que têm interesses, objetivos, lutas e direitos em comum, e ainda terão de lutar por muito tempo para mudar a visão social ouvinte da surdez e, sobretudo para exercer plenamente sua cidadania e liberdade de decidir. Daí a importância da formação consciente das crianças surdas, que a partir do acesso a sua língua natural terá possibilidades distintas no seu desenvolvimento global, equipando-se para a busca da sua cidadania.

ETAPA 2

Elaborar e listar atividades possíveis de serem oferecidas nas salas regulares que contemplem o aprendizado para o aluno deficiente auditivo. Investigar propostas didático-pedagógicas elaboradas especialmente para a inclusão social de surdos.

Esta proposta busca nos auxiliar no processo de alfabetização das

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