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Avaliação Educacional

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Por:   •  4/11/2014  •  1.675 Palavras (7 Páginas)  •  210 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A idéia que pretendo defender nesta fala é a de que a educação só pode realizar-se através de mediações práticas que se desenvolvem a partir de um projeto educacional, vinculado, por sua vez, a um projeto histórico e social, e que a instituição escolar é o lugar por excelência desse projeto, no que concerne a sua dimensão educacional. Isto quer dizer que a instituição escolar deve instaurar-se como espaço-tempo, como instância social que sirva de base mediadora e articuladora de outros dois tipos de projetos que têm a ver com o ser humano: de um lado, o projeto político da sociedade e, de outro, os projetos pessoais dos sujeitos envolvidos na educação. A instituição escolar se dá como lugar do entrecruzamento do projeto coletivo da sociedade com os projetos pessoais e existenciais de educandos e educadores. É ela que viabiliza que as ações pedagógicas dos educadores se tornem educacionais, na medida em que os impregna das finalidades políticas da cidadania que interessa aos educandos. Se, de um lado, a sociedade precisa da ação dos educadores para a concretização de seus fins, de outro, os educadores precisam do dimensionamento político do projeto social para que sua ação tenha real significação como mediação do processo humanizador dos educandos.

Com esta reflexão de cunho teórico sobre a educação, pretendo trazer alguns elementos para a discussão do lugar e do papel da escola na sociedade brasileira atual, defendendo como corolário que, mais do que nunca, a escola continua sendo uma necessidade histórica para essa sociedade, à vista de suas condições concretas. Mas esta contribuição da escola só tornar-se-á efetiva se a escola se constituir como locus de um projeto educacional.

Projeto é tomado aqui no sentido de um conjunto articulado de propostas e programas de ação, delimitados, planejados, executados e avaliados em função de uma finalidade, que se pretende alcançar e que é previamente delineada mediante a representação simbólica dos valores a serem efetivados. O projeto educacional pode ser metaforicamente representado pelo campo de força gravitacional criado por um imã. O núcleo, no caso, é uma intencionalidade, ou seja, um sentido, uma significação, que articula todas as ações, todas as medidas, todas as práticas, desenvolvidas por todos os sujeitos que se encontram no mesmo campo. É essa intencionalidade que evita a fragmentação das práticas especializadas e diferenciados dos múltiplos sujeitos envolvidos: educadores, administradores, educandos, servidores, técnicos, especialistas, comunidade imediata, etc. É a união convergente em torno dessa significação catalizadora do projeto da instância educacional que articula e legitima a integração das atividades próprias do trabalho pedagógico, a interdisciplinaridade dos componentes curriculares, que fundamenta as decisões e medidas de cunho administrativo que precisam ser tomadas e executadas no contexto da vida escolar. É na intencionalidade nuclear do projeto educacional que se encontram as raízes e as referências básicas dos objetivos que vão nortear a proposta pedagógica da instituição de ensino que queira realizar, com eficácia e qualidade, o seu trabalho educativo.

Rua Siqueira Campos, 304 – Santo Antônio – Recife – PE –CEP 50010-010 FONE : (081) 21226408/ FAX: (081) 21226367 natureza, com os outros homens e consigo mesmo. Sua existência se dá efetivamente através de atividades, através da ação, da prática, através de mediações nas quais essas relações se concretizam e tomam forma real. Assim, a verdadeira ‘essência’do homem não mais se constitui sob a forma de uma entidade metafísica nem sob a forma de uma pura realidade fisico-biológica. O homem tem um jeito especificamente humano de realizar sua humanidade. Ele é, de fato, um ser em permanente construção, que vai se fazendo no tempo pela mediação de sua prática, de sua ação histórica. É assim um ser que vai se criando no espaço social e no tempo histórico. Não é apenas uma realidade dada, pronta e acabada, mas um sujeito que vai construindo aos poucos sua própria realidade. Ela não lhe dada sequer como um programa rígido, tal como ocorre no plano natural do código genético dos seres vivos.

Assim, de um primeiro ângulo, os homens estabelecem relações com a natureza material, da qual recebem seu organismo físico-biológico e da qual retiram todos os elementos e recursos para a manutenção de sua existência material e para sua sobrevivência, tanto como indivíduos quanto como espécie. O conjunto das atividades desenvolvidas no âmbito destas relações constitui o universo do trabalho, a esfera da produção técnica e econômica. O desenvolvimento dessas relações com a natureza leva os homens a estabelecerem simultaneamente relações entre si, ultrapassando o nível puramente transitivo das relações gregárias que prevalecem entre os demais seres vivos. Instauram a estrutura social, as instituições sociais, estabelecendo

Mesmo quando as condições histórico-sociais de uma determinada sociedade estão deterioradas, marcadas pela degradação, pela opressão e pela alienação, como é o caso da sociedade brasileira, o projeto educacional se faz ainda mais necessário, devendo se construir então como um projeto fundamentalmente contra-ideológico, ou seja, desmascarando, denunciando e criticando o projeto político opressor e anunciando as exigências de um projeto político libertador.

A educação como mediação universal da existência histórica

Mas toda sociedade precisa de educação. Não é preciso insistir muito nessa exigência de cunho histórico-antropológico. A nossa é uma espécie que precisa da aprendizagem. E em cada etapa de sua história, a humanidade carece incessantemente de se refazer, reaprendendo-se. Assim, a educação se dá como mediação universal da existência histórica dos homens, uma vez que é através dela que as novas gerações se introduzem ao tríplice universo das práticas que viabilizam essa existência: a prática produtiva, representada pelo trabalho transformador da natureza física e criador dos bens naturais de reposição da vida; a prática social, representada pela participação na condução da vida política da sociedade e a prática simbolizadora, representada pela produção e fruição da cultura simbólica.

Com efeito, o homem visto de uma perspectiva histórico-antropológica, é um ser de relações: ele se relaciona com a um ordenamento entre si. Especificam relações entre indivíduos e grupos, decorrentes inicialmente da especificação das tarefas que se tornaram necessárias para a produção dos bens no processo do trabalho. Por isso, ao lado das relações técnicas de produção,

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