BUMBA MEU BOI

Universidade Federal do Maranhão – UFMA

Centro de Ciências Sociais – CCSO

Coordenação do Curso de Hotelaria

Ândrea Luiza Falcão

Leni Medeiros Lima

BUMBA-MEU-BOI

São Luis

2013

Ândrea Luiza Falcão

Leni Medeiros Lima

BUMBA-MEU-BOI

Relatório de pesquisa apresentado à disciplina Cultura Popular Maranhense, do curso de Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, como requisito para obtenção de nota parcial.

São Luis

2013

Resumo

Hipótese do estudo: O presente estudo hipotetiza o bumba-meu-boi como fator determinante de uma identidade local. Objetivos: Assim, realizamos a pesquisa bibliográfica e a visita ao grupo folclórico pesquisado, com o objetivo de analisar e verificar seu histórico, sua estruturação, hierarquia e principalmente a sua importância para a comunidade local como fator construtor de sua identidade. Método: Se buscou em diversas fontes bibliográficas a origem da brincadeira e suas características a fim de ter base para poder conhecer e entender mais sobre o papel do folguedo para a comunidade e como tem sido sua evolução e transmissão ao longo dos anos. Foi feita a coleta de dados de forma qualitativa através de entrevistas com a diretoria do Boi de Morros, a respeito da criação, elaboração e organização das apresentações. Esses dados serão submetidos à análise comparativa com a bibliografia a fim de identificar o seu papel na prática. Conclusões: Com o presente estudo buscou-se informar e mostrar a influência da brincadeira como parte integrante da cultura popular para a vida social e identidade do povo maranhense.

Palavras-chave: Bumba-meu-boi; Identidade local; Cultura popular.

Sumário

1 INTRODUÇÃO 6

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6

2.1 Contexto Histórico 6

2.2 Enredo 8

2.3 Personagens 9

2.4 Sotaques 10

2.5 Ciclo da brincadeira 11

3 BOI DE MORROS 12

4 OBJETIVOS 14

4 METODOLOGIA 14

5 CONCLUSÕES 15

REFERÊNCIAS 16

1 INTRODUÇÃO

O bumba-meu-boi é uma manifestação folclórica de grande destaque na cultura popular maranhense, que envolve e mobiliza grande parte da comunidade desde a confecção das roupas e instrumentos até as apresentações nos meses de junho e julho.

Com esse estudo buscamos conhecer sua origem, característica, organização e significado para a comunidade como um todo, com o objetivo de analisar e identificar à dinâmica e a sua importância na construção da identidade local.

Traçamos neste trabalho o contexto histórico, sua evolução e seu atual papel para a comunidade através de pesquisas bibliográficas feitas através de livros, artigos científicos e internet. Além, de uma visita a Casa das Festas, localizada no centro histórico, na Rua do Giz e uma pesquisa de campo junto a um dos principais grupos de bumba-meu-boi do Maranhão que é o Boi de Morros, localizado no bairro do Cohatrac.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Contexto Histórico

A origem do bumba-meu-boi é bastante remota, e tudo o que se sabe dela não passa de suposição. Não há registros anteriores apenas, os relatos dos mais velhos que afirmam que a brincadeira já existia na sua época.

Primeiramente tentam relaciona-lo ao chamado ciclo do Gado, nos séculos XVII e XVIII, onde se constata uma posição de destaque do boi na vida econômica e cultural do país, ou seja, é um retrato das relações sociais e econômicas vigentes naquela região no período colonial. Já que o nordeste brasileiro vivia da monocultura e da criação de gado, apoiando-se em um regime de escravidão. (CARVALHO, 1995, p 34)

Segundo Lima (1994), o primeiro registro do bumba-meu-boi de que se tem noticia no Brasil data de 1840, em Recife, sendo tal registro do padre pernambucano Miguel do Sacramento Lopes Gama, no seu periódico “O Carapuceiro”, no qual ele classifica o boi como “tolo, estúpido e destituído de graça (...)”. E é dessa forma, enquanto manifestação de caráter popular, que ele passou por vários momentos distintos, sendo até meados de 1860 decretado como perigoso e terrível, e após um período de censura, hostilidade e proibições, as autoridades chegam a decretar sua estrita proibição até o ano de 1867. (CARVALHO, 1995)

De fato, o folguedo não era bem aceito pela sociedade da época, era considerado uma brincadeira da classe menos favorecida. A brincadeira só poderia acontecer com permissão policial e os grupos não podiam deixar os bairros dos quais faziam parte sob pena de multa, estavam assim, proibidos de adentrarem ao centro ficando limitados à zona rural. E foi assim, que mesmo tendo estado por longo tempo à margem do processo social, o boi manteve-se vivo principalmente, pela força de sua representação e de sua interação com os sujeitos de sua construção.

Trazendo o folguedo para o âmbito maranhense temos um segundo momento, no qual a brincadeira toma outra proporção que Marques (1999) vem afirmar:

[...] o Bumba-meu-boi diferenciou-se das demais formas nacionais, adotando um conteúdo ritualístico próprio, diversificando seus estilos e sotaques; criando novas formas de apresentação, de músicas, de adereços e pautando sua sobrevivência pelo gosto popular, sem, no entanto, desrespeitar a lenda

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