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CARACTERÍSTICAS GERAIS DA NOVA POLÍTICA DESENVOLVIMENTO

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Por:   •  22/5/2014  •  Tese  •  2.235 Palavras (9 Páginas)  •  220 Visualizações

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I - CARACTERÍSTICAS GERAIS DE NOVA POLÍTICA DE

DESENVOLVIMENTO

A Economia do Desenvolvimento Tradicional

- Antes de entrarmos diretamente na proposição das linhas básicas de

nova política de desenvolvimento capaz de viabilizar a eliminação do atraso

econômico brasileiro ponto importante deve ser recapitulado. No momento

presente com base nos ensinamentos da “mainstream economics” se

considera que a condicionante básica do sucesso das políticas de

desenvolvimento é a disponibilidade de poupanças. Mais poupanças

significam menos consumo e como este último já é extremamente baixo nos

países subdesenvolvidos, a solução é recorrer ao capital estrangeiro, Com a

conseqüência de que toda a política econômica das economias retardatárias

deve obedecer aos desejos dos investidores internacionais. Uma

recapitulação se faz necessária.

Após a Segunda Guerra Mundial se tomou conhecimento da gravidade

do problema do subdesenvolvimento, no sentido de que, contrariamente do

que se pensava até o momento, o atraso econômico não poderia ser

resolvido pelo simples funcionamento dos mecanismos de mercado. Surgiu

então a Economia do Desenvolvimento cujo objetivo era identificar as

características específicas do crescimento retardatário, determinando as

políticas econômicas a ele aplicáveis.

A disciplina teve seu auge nas duas décadas que se seguiram à guerra

entrando, a partir daí, em perda de substância diante do desinteresse por ela

dos países desenvolvidos, donde provinham as contribuições mais

significativas para ela. Isso não porque ela houvesse esgotado sua

capacidade de progredir, mas simplesmente por terem esses países

concluído que não era do seu interesse a eliminação do atraso econômico em escala planetária. Voltou então a “mainstream economics” a dominar a

Economia. Segundo ela o que era certo para as economias desenvolvidas

valia também para as retardatárias. Ou seja, a eliminação do problema do

desenvolvimento do subdesenvolvimento exigia de nível adequado de

poupanças o que, por sua vez. Dependia do capital estrangeiro.

Nessa visão o livre funcionamento do mecanismo de preços resolveria o

problema dado que as poupanças se deslocariam espontaneamente dos

países ricos, onde estes eram abundantes e, portanto juros e lucros baixos

para os menos desenvolvidos onde ela era escassa e juros e lucros altos.

Acontece que a bem sucedida experiência dos países asiáticos desmentiu

essa concepção. Neles em vez de o aumento de poupanças preceder ao

crescimento sucedia exatamente o contrário. Os debates em torno dessa

revolucionária descoberta levaram a conclusão de que o importante para o

sucesso das políticas de desenvolvimento não era volume adequado de

poupanças, mas a disponibilidade de mercado de dimensões e dinamismo

adequados. Reacapitulemos.

A Economia do Desenvolvimento Atual

A primeira contribuição para o reconhecimento do papel básico

do mercado nas políticas de desenvolvimento foi de Hirschman (1959) ao

assinalar que, na existência de oportunidades de investimento, as poupanças

se elevavam endogenamente. Como oportunidades de investimento

sinalizam a existência de mercado deve-se atribuir a ele a primeira

percepção do papel fundamental do mercado no crescimento retardatário

Outro corolário da análise de Hirschman, que vai constituir ponto importante

nas análises atuais sobre o papel da demanda no crescimento retardatário,

é a tese de que investimentos podem ser feitos sem a prévia formação de

poupanças

Como essa constatação não foi aprofundado por ele, nem por outros especialistas em Economia do Desenvolvimento de sua época, o

papel da demanda no crescimento retardatário só passou a ser considerado

como fundamental em função das análises sobre o excepcional sucesso das

economias do Leste Asiático. A contribuição inicial para colocar a existência

de mercado como motor básico do crescimento retardatário foi do relatório

do Banco Mundial “The East Asian Miracle” (1993). O documento constatou

que, contrariamente ao aceito pela “mainstream economics”, não foi o

aumento de poupanças que acelerou o crescimento nos países asiáticos,

mas a aceleração do crescimento que elevou a taxa de poupanças.

Conclusão revolucionária em termos de política de desenvolvimento, dado

que toda a literatura considerava depender o crescimento do aumento prévio

das poupança.

Na

...

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