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CULTURA BRASILEIRA: A EVOLUÇÃO E OS TRAÇOS PECULIARES

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Por:   •  1/10/2013  •  1.373 Palavras (6 Páginas)  •  1.756 Visualizações

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CULTURA BRASILEIRA: A EVOLUÇÃO E OS TRAÇOS PECULIARES

Fernanda C. Cominetti

KIM, Han Na. “Cultura Brasileira: a evolução e os traços peculiares”. In: KIM, Han Na (Org.). Restrições impostas pela Cultura Brasileira: As dificuldades enfrentadas pelas empresas estrangeiras, no processo de entrada no mercado brasileiro. 2003. 149 p. Dissertação (Mestrado em Administração)-EAESP/FGV, São Paulo, 2003.

O texto a ser resenhado é uma dissertação de mestrado em Administração feita por Han Na Kim, em 2003. O autor começa explicando o verdadeiro sentido da colonização dos países dos trópicos, que é a exploração dos recursos naturais e a absoluta preocupação com o comércio e o lucro dos povos europeus ao chegar nestas terras devido à mudança das rotas marítimas em busca das Índias. Para ele, os europeus não tinham o objetivo de povoar estas terras, mas somente alocar trabalhadores (escravos negros) a fim de explorar a matéria prima abundante para comercializar.

Os portugueses, segundo Han na Kim, contribuíram consideravelmente para a formação de um específico país de trópico, o povo brasileiro, principalmente porque são a nação com menos características europeias, destacando e transmitindo, por exemplo, sua forma de valorizar o trabalho. Para os portugueses, o ócio é mais importante que o negócio, pensamento que é percebido até hoje pelos brasileiros. Citando Gilberto Freyre, o autor aponta uma das mais importantes características portuguesas, que é a catequese dos índios e africanos para sua decorrente dominação. Por fim, critica os portugueses citando Darcy Ribeiro e argumentando que a baixa escolarização do Brasil é herdada dos colonizadores, devido ao restrito contato que a colônia tinha somente com o país português, que era “pobre e retrógado”.

Entretanto, os índios e os africanos também tiveram papel importantíssimo na composição da identidade brasileira. Os tupi-guaranis e os tapuaias eram os índios que primeiro habitaram o litoral brasileiro e que mais se aproximavam da cultura portuguesa, visto que eram mais pacíficos e estavam deixando de lado a caça e a pesca para investir na agricultura com os aldeamentos (conglomerados pré-urbanos, segundo o autor). O mestrando destaca a função que as índias desempenhavam em relação aos portugueses: com o inevitável contato sexual entre eles, as índias se tornaram mães e trabalhadoras domésticas e agrícolas, com um considerável valor econômico. Em relação ao negro, o autor destaca sua importância dizendo que grande parte do que se fez no Brasil Colônia, foi obra dos africanos. Devido a grande valorização do ócio pelos portugueses já comentada anteriormente, viram nos africanos a mão-de-obra necessária para a colonização, sem a limitação da igreja. Até hoje, percebe-se as marcas da dolorosa escravidão dos negros. Estas três etnias miscigenaram-se e constituíram a cultura brasileira.

Depois da estrutura social brasileira esclarecida, Han Na Kim apresenta a evolução da cultura brasileira, primeiramente com as condições do processo de emancipação da colônia portuguesa, em razão da divisão irregular das terras e o consequente desgaste dos confrontos com os colonos locais. Ressalta ainda que os negros poderiam ter efetuado um papel mais significativo na formação brasileira, porém foram abafados pelo mantimento dos portugueses por seu objetivo principal que era apenas explorar.

Com isso, o autor trata das características inerentes da Cultura Brasileira, apontando alguns traços que são comuns entre os brasileiros em geral, começando pelo “homem cordial”. Citando outros autores, o autor define o homem cordial como característica brasileira, no sentido não de civilidade, muitas vezes confundida com cordialidade, mas sim como uma forma de o brasileiro manter-se emotivo, uma vez que este povo procura sempre estabelecer um vínculo familiar em qualquer ambiente. Seguindo, o autor dispõe sobre a hierarquia e concentração de poder no Brasil, citando a grande distância (estratificação) entre os senhores de engenho e os escravos nas relações sociais, que fez surgir a hierarquia na sociedade brasileira. O autor defende que com o poder patriarcal aproveitava-se dessa hierarquia, influenciando as famílias até hoje, considerando o dever de obediência, respeito e centralização do poder que pode ser visto em uma tabela de desigualdade de poderes em uma sociedade.

O personalismo é umas das características brasileiras herdadas dos portugueses, segundo o mestrando, que define o brasileiro como solidário apenas com familiares, mas totalmente individualista e indisciplinado com os demais. Considerando a resistência do brasileiro a ser comandado por um sistema exigente, o autor aponta ainda para a influência do liberalismo econômico no comportamento deste povo, que mostra ainda uma tabela observando os laços entre os membros de uma sociedade em alguns países. Outro fator que o autor aborda e considera importante para compreender a realidade brasileira, é o “jeitinho ou flexibilidade”. Em qualquer sociedade e principalmente no Brasil, há quem mande e quem obedeça. No caso do Brasil, o “jeitinho” é utilizado para burlar algumas coisas que tornariam difícil a ação pretendida pela pessoa que o utiliza; e é obtido com simpatia, humildade e convencimento, mas sem ganho monetário.

O sensualismo como característica brasileira, segundo o autor, atualmente se deve ao fato da

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