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Capital Fetiche

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Por:   •  26/6/2014  •  2.114 Palavras (9 Páginas)  •  910 Visualizações

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Síntese do texto: Serviço Social em tempo de Capital Fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social.

3.4: a tese da correlação de forças:

O autor Vicente de Paula Faleiros vem contribuindo nos debates da profissão, enriquecendo com novos temas e abordagens. Com fina sensibilidade política, resultante de compromissos ao longo da vida com lutas e movimentos sociais, suas preocupações profissionais não se dissociam de seu engajamento político.

É necessário salientar a produção do autor referente ao Serviço Social, referente a natureza da profissão e ao exercício profissional, um dos fulcros centrais de sua elaboração. Seu traço distintivo é a preocupação com as relações de poder, que se desborda em uma importante e pioneira contribuição na temática da política social, considerando o campo em que se situa a profissão.

O eixo central de sua abordagem é a relação do serviço social com a política, introduzindo noções gramscianas de hegemonia no serviço social brasileiro. Os textos mais antigos de Faleiros apresentam uma linha fundada na tradição marxista, do que as produções mais recentes, nestas observa-se um elo de continuidade com a tradição anterior.

Faleiros preconiza uma visão política da intervenção, que articule o geral e o particular, parte da luta por novas relações sociais em todas as dimensões da vida em sociedade. As relações entre clientela dos serviços sociais, a instituição e o profissional são abordadas como parte das relações de classe.

O assistente social é concebido como um intelectual orgânico, podendo contribuir para uma nova correlação de forças, uma nova hegemonia: como conquista do consenso das classes dominadas e capacidade que a classe operaria tem de conquistar a consciência de seus aliados na formação de um bloco histórico. Essa linha de analise abriu caminho a novas ações, a partir do lugar de trabalho dos profissionais, situando a ação profissional concreta em uma perspectiva política.

Neste sentido o objeto do trabalho do assistente social é uma questão disputada, um objeto de luta formado pelas relações de força, de poder e de saber para a conquista pelas classes subalternas de lugares, recursos, normas e espaços ocupados pelas classes dominantes. Assim, a relação profissional inscreve-se na luta cotidiana dos grupos dominados pela subsistência, pela conquista da autonomia de suas organizações e pela solidariedade de classe.

Faleiros defende a tese que o serviço social, como produto da sociedade, consiste na mediação entre a produção material e a reprodução do sujeito para essa produção e na mediação entre a representação do sujeito nessa relação.

Para o autor, a relação do assistente social com a população se processa no campo da política do cotidiano, isto é nas relações entre mudanças societárias e aquelas que têm lugar na vida cotidiana.

A preocupação central que o autor analisa é a superação de dicotomias entre estrutura e sujeito.

Neste sentido podemos pontuar na tese de correlação de forças que Faleiros é um dos estudiosos que privilegia as mediações envolvidas no exercício profissional: seus determinantes institucionais, as estratégias e táticas na ação profissional, a relação entre profissional e usuários dos serviços, efeitos dessa intervenção especializada, entre outros aspectos.

3.5: A tese da assistência social

A política publica de assistência no marco da seguridade social tem sido um dos âmbitos privilegiados de atuação profissional e um dos temas de destaque no serviço social brasileiro recente. O debate sobre o tema vem oferecendo uma solida sustentação teórica á qualificação da assistência no âmbito das relações entre o Estado e a sociedade alçada, na esfera constitucional, direito dos cidadãos que dela necessitam devendo ser provida pelo Estado.

A assistência foi um tema maldito no movimento de reconceituação do serviço social latino americano em busca de ruptura com as ações de cunho paternalista e assistencialista que proliferaram no passado e denegriam a imagem social e acadêmica da profissão.

O debate sobre a assistência foi submetido a uma dupla armadilha: a primeira desconsidera o caráter contraditório da assistência social, polarizada por forças sociais distintas, acentuando unilateralmente, ora seu vinculo com o poder dominante, ora com segmentos sociais a quem se dirigia. A segunda consistia em atribuir o caráter assistencialista da profissão exclusivamente as atividades que realizava, e as finalidades a elas impressas individualmente pelo profissional.

A autora entende que o trabalho assistencial não é nem um mal necessário e nem libertador per si. Chama atenção para o potencial que dispõe as tarefas assistenciais de acumular aquelas condições necessárias para a construção de alternativas mais cabíveis para a sociedade.

Desta forma, os benefícios que temos acesso através dos serviços prestados pelos assistentes sociais devem ser reconhecidos, mesmo que seja parcial e limitado, porem é necessário fazer um esforço para converter a oferte desses serviços em um elemento catalizador de uma consciência popular mais real.

Essa linha de analise da assistência, na sua nascente formulação, mostra-se ainda desvinculada das políticas publicas e focada diretamente na profissão, prescindindo de um conjunto de determinações que adensam a produção brasileira na atualidade.

Neste sentido, a profissão é vista como uma intervenção mediadora na relação do Estado com os setores excluídos e subalternizados da sociedade, situada no campo das políticas sociais e assistenciais na concretização da função reguladora do Estado na vida social.

A autora assume a hipótese de que, no Brasil, há uma modalidade assistencial de fazer política no campo do social, presente nas relações entre o Estado e os segmentos mais pobres da questão social. Alem da gestão estatal da força de trabalho, as políticas sociais são, ao mesmo tempo, expressão da intensidade das lutas políticas dos subalternos pela ampliação de programas políticos de corte social, e através dessas lutas cotidianas, constroem espaços de politização da sociedade civil na defesa dos direitos e de sua expansão.

Uma das propostas da autora é realizar um tratamento teórico das classes subalternas que reconheça a sua heterogeneidade e diversidade interna, tal como sugerido por diversos autores, como Paoli e Sader. Salienta a importância da experiência na formação da classe, na articulação da identidade de seus próprios interesses e frente aos seus oponentes.

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