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Combustiveis Fosseis

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Por:   •  1/9/2013  •  2.829 Palavras (12 Páginas)  •  1.029 Visualizações

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COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E INSUSTENTABILIDADE

Joaquim Francisco de Carvalho

INTRODUÇÃO Graças às radiações solares que incidiram sobre a Terra há centenas de milhões de anos, tiveram origem e se desenvolveram desde microorganismos, como bactérias e micro-algas, até árvores gigantes e grandes animais, cada qual com seu ciclo de vida, terminando em morte e decomposição.

Há cerca de 300 milhões de anos, troncos, raízes, galhos e folhas de árvores que cresceram e morreram em regiões pantanosas, depositaram-se no fundo lodoso e ficaram encobertas. O tempo e a pressão das camadas de terra que foram se acumulando sobre esses resíduos fossilizaram-nos e os transformaram em materiais homogêneos – a turfa e o carvão.

Durante as eras de aquecimento global – que se supõe terem ocorrido há 150 e há 90 milhões de anos – certas micro-algas, principalmente das famílias das Botrycoccus e das diatomáceas, ricas em lipídeos, além de bactérias e remanescentes de plantas que viveram e morreram sobre superfícies aquáticas, submergiam e se incorporavam aos leitos de mares e lagos, decompondo-se e gerando os componentes básicos do petróleo. E as folhas e outros resíduos de plantas terrestres iam sendo carreados para o fundo do mar pelos rios ou pela erosão, criando, sob elevadas pressões e temperaturas, condições para a formação de gás.

Assim, os combustíveis fósseis consubstanciam energia solar acumulada por fotossíntese em vegetais e em determinados organismos que deles se nutrem, ao longo de milhões de anos.

Neste artigo é descrito, de forma sintética, o processo pelo qual a humanidade evoluiu no emprego de fontes de energia cada vez mais eficientes e é mostrado que os combustíveis fósseis – em particular o petróleo e o gás natural – exerceram uma influência decisiva sobre a criação e desenvolvimento das tecnologias industriais, agrícolas e de transportes em que se baseiam os processos produtivos e, conseqüentemente, os modelos econômicos, os costumes e a própria cultura da sociedade moderna. Em seguida são apresentadas algumas informações básicas sobre o carvão, o petróleo e o gás natural. Por fim, são analisadas as perspectivas que se abrem ao emprego do gás natural no Brasil, diante das importantes descobertas na plataforma continental, recentemente anunciadas pela Petrobras.

PERSPECTIVA HISTÓRICA A linha divisória que separou as comunidades neolíticas, das primeiras civilizações humanas foi a cultura irrigada de cereais, que surgiu na Mesopotâmia, há mais de 6 mil anos, tendo como fonte de energia a força muscular dos homens primitivos complementada pelo potencial dos rios. Ainda na Mesopotâmia, começou-se a usar a tração animal e a madeira (lenha para cocção de alimentos, aquecimento de cavernas e fornos primitivos).

Embora seja a madeira um combustível potencialmente renovável, a tecnologia para aproveitá-la em larga escala – a silvicultura – permaneceu estagnada durante muitos séculos. Apesar disso, como as populações primitivas eram rarefeitas, o próprio ciclo natural assegurava a regeneração e reposição das florestas.

Depois, ao longo dos séculos, foram-se agregando outras fontes de energia, tais como os ventos (barcos à vela, pilões, moinhos), o óleo de baleia, a turfa etc.

No limiar do século XVIII as florestas inglesas estavam sendo devastadas pela extração de lenha e materiais de construção (inclusive para os navios da armada) e o carvão era abundante e barato, chegando mesmo a aflorar à superfície do terreno, em determinadas regiões. Em pouco tempo, esse combustível passou à frente da madeira como fonte de energia e as jazidas mais fáceis foram-se esgotando.

A exploração teve então que descer ao subsolo, em poços e minas freqüentemente inundadas, tornando indispensável o bombeamento. Em 1712, Thomas Newcomen inventou a máquina a vapor, inicialmente empregada para acionar as bombas, nas minas de carvão. Essa máquina foi posteriormente aperfeiçoada por James Watt e passou a ser usada em fábricas, locomotivas, navios, etc. Sem ela, a Revolução Industrial não teria tomado o rumo que tomou. No século XIX, entre os anos de 1830 e 1840, o emprego da eletricidade nas comunicações (telégrafo) e na metalurgia (galvanoplastia) despertou o interesse dos empresários industriais, mas o grande impulso só veio em 1878, quando Thomas Edison colocou em condições de uso a lâmpada incandescente de filamento e Werner Siemens apresentou a primeira locomotiva elétrica.

Um pouco mais tarde, Nikola Tesla desenvolveu o motor de corrente alternada, graças ao qual a eletricidade (até então produzida preponderantemente em termelétricas a carvão) passou a ser usada nas fábricas, para o acionamento mecânico. Ao mesmo tempo, aperfeiçoava-se a turbina hidráulica, como alternativa para a turbina a vapor na geração elétrica. Apareceram então as primeiras hidroelétricas de certo porte, com linhas de transmissão que permitiam o uso da energia dos rios, nas cidades e nas fábricas.

Há registros históricos datando do quarto milênio antes de Cristo, relativos a usos de petróleo (do grego πετρελαιο, pelo latim petra = pedra + oleum = óleo) no Oriente Médio, onde são freqüentes as exsudações e afloramentos de hidrocarbonetos.

No início da era cristã, os árabes já o usavam em suas lâmpadas a óleo. E, por volta dos anos 1270 a 1280, no Azerbaijão, Marco Polo viu que o petróleo era produzido comercialmente. Mas foi na virada dos séculos XIX para XX que o petróleo passou a ser usado em larga escala. Começava então a "idade do petróleo".

Embora o carvão ainda seja um dos combustíveis mais consumidos, foi o petróleo que consolidou o modelo industrial moderno, caracterizado pela produção em massa, com os setores mais dinâmicos forçando o desenvolvimento tecnológico de indústrias ligadas às suas linhas de produção.

O petróleo, abundante e barato, ofereceu as condições básicas para o vertiginoso desenvolvimento da indústria automobilística, com seus fornecedores e sub-fornecedores, e uma poderosa estrutura de distribuição e comercialização que se estende pelo mundo inteiro, em paralelo à indispensável rede de postos de combustíveis. Esse complexo industrial – que, em poucas décadas, consagrou o transporte individual e transformou o automóvel em suprema aspiração de posse das famílias – deu forma aos modernos sistemas de transporte e passou a responder por grande parte do PIB mundial.

Por dependerem diretamente

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