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Compreender A Natureza Dos Opostos Qualifica O Educador

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Por:   •  17/9/2014  •  1.697 Palavras (7 Páginas)  •  514 Visualizações

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Compreender a Natureza dos Opostos Qualifica o Educador

"Uma verdade existe sem depender de opiniões..."

Lembre-se sempre, o resultado das ações do potencial adulto que está naquela criança, depende da qualidade real da instrução que ora recebe...

Até os três anos de idade, as crianças não sabem o que diferencia um menino de uma menina, e a não ser pelos estereótipos, ou traços do temperamento que herdam sem depender de suas vontades, não compreendem porque são diferentes. Mesmo o sexo, gêneros distintos, os aspectos da fisiologia, para elas, nada disso representa uma desigualdade.

Sem dar muita importância ao fato, elas tratam aquele ente, mesmo quando se dão conta que possui um órgão sexual diferente do seu, como um igual, a despeito do sexo não semelhante. Na verdade, para elas, menino é aquele que tem cabelo curto, menina quem tem cabelo grande, o que na verdade já é um estereótipo social, só que ainda não sabem disso. E mesmo as peculiaridades típicas do temperamento de cada gênero, são desprezadas.

Na realidade nós cuidamos para que desde o início, a aparência transforme os gêneros em diversidade. Para uma criança pequena isso não tem a menor importância, pois, as diferenças ocultas, até favorecem o pleno desenvolvimento conjunto. O fato de gêneros distintos e também os temperamentos próprios de cada fisiologia compartilharem o mesmo espaço, é um preparo para se compreenderem mutuamente, para que possam mais tarde conviver num mundo sem disputas, respeitando o espaço peculiar a cada um, sem os antagonismos motivados pela causa gênero. Mas, nós fazemos questão de impedir que esse processo natural se concretize.

E logo que nossos filhos nascem, cuidamos de nutrir em seus inconscientes, o que primeiramente são, mulher ou homem, o que acaba por exacerbar de forma exagerada os traços idiossincrásicos que trazem de berço. E como também já temos um padrão usado para condicionar cada gênero, isso complementa a primeira parte do processo que irá transformar menina e menino em seres completamente antagônicos, divergentes entre si, predestinados a viverem eternamente em conflito, divididos até como entes humanos. O culto às diferenças passa a ser largamente empregado a partir de então, quaisquer que sejam nossas ações.

E então repetimos os estereótipos criados para dar origem às primeiras diferenças que deveriam existir entre elas. São as roupas, os brinquedos, os hábitos, etc. Na verdade, uma criança não precisa de nossa ajuda para aprender a diferenciar naturalmente os indivíduos do sexo oposto, porque isso deveria ocorrer de maneira natural, sem depender dos costumes que criam estas linhas divisórias.

Trata-se de uma fase natural no desenvolvimento de cada um, e isso deveria ser incentivado. Cada etapa do seu amadurecimento foi cuidadosamente projetada pela natureza obedecendo a um critério lógico e bem definido, que contempla ao mesmo tempo, a evolução dos seus sentidos e da sua condição mental. No entanto, logo cedo, ao introduzirmos no mundo dessas crianças aqueles estereótipos que foram especialmente criados para separar um gênero do outro, quebramos, corrompemos, deformamos, esse ciclo natural.

Por uma predisposição natural, meninas e meninos herdam dos genes do sexo, certas características que acabam por definir involuntariamente, espontaneamente, o processo de preferências de cada um. Isso naturalmente ocorre sem a menor necessidade de nossa intervenção. Cabelos compridos, roupas azuis ou cor de rosa, carrinhos ou bonecas, saias ou calças compridas, tudo isso nós criamos para lhes dizer, desnecessariamente, quem é quem.

Ora, isso não tem a menor importância, uma vez que descobrirão na hora certa, sem deturpações, com o melhor dos entendimentos, sem tabus, sem as maledicentes barreiras que nós, por interesses duvidosos, atribuímos existir entre sexos opostos.

Mas quem seria o maior beneficiário com a instituição das diferenças precoces? Ao adotarmos uma postura que cria e depois fortalece o antagonismo dos gêneros, estamos dando os primeiros passos rumo a ideia de que no mundo nunca haverá entendimento. Do mesmo modo que, com isso, também instigamos o culto às diferenças e preconceitos, e sem nos apercebermos estamos estendendo essa prática para todas as áreas do convívio humano.

A prática sistemática da competição entre os alunos é um processo que estimula a animosidade e o antagonismo entre amigos...

Observando com mais atenção, podemos constatar que, a partir do momento que as crianças são segmentadas por gênero, toda uma imensa máquina indutora de hábitos estará por trás a apoiar, alimentar e fortalecer essa condição.

Ocorre convencidos de que se trata de um processo natural, fundamental para o desenvolvimento sadio de cada indivíduo que todo o projeto que segmenta os gêneros, dando-lhes os estereótipos característicos, foi idealizado por esse mecanismo social, e inserido em nossas vidas como uma coisa natural e necessária, e o mais importante, fomos.

E sem perceber, a partir de então, somos seus agentes multiplicadores. Estamos de um modo tal envolvidos com a questão, que até nossas emoções foram cuidadosamente planejadas, e assim, naturalmente tratamos cada sexo, como entidades antagônicas de fato. Desse modo, mais uma vez, na mente coletiva, tornamo-nos replicadores, multiplicadores ativos dessa ideia.

E existe mesmo um protocolo, um gabarito de procedimentos padrões, de como pais e mães devem tratar seus descendentes, evidentemente, com a devida distinção, caracterizando, enfatizando, ilustrando de forma didática, as diferenças que supostamente existem entre os gêneros. Trata-se de um modo operacional para lidar, no trato diário, com meninas e meninos. Assim, os conteúdos psicológicos, os interesses, os objetivos, tudo isso será segmentado, seguindo à risca a orientação imposta pelo peso e influência de tais tradições e costumes.

Como resultado, deformamos aqueles seus temperamentos inatos que foram criados pela natureza, e colocamos em seu lugar substitutos virtuais. Estes seguem os padrões estereotipados, idealizados e criados pela mão do homem, cujo interesse é outro completamente diverso, da proposta original.

É o esmagador poder das tradições que insistimos em perpetuar, ou porque nos falta interesse para questioná-las, ou porque é para nós mais conveniente copiar aquilo que já existe pronto, o que decerto nos dará menos trabalho.

Meninas

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