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Conclusão De Curso

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Por:   •  22/8/2013  •  1.650 Palavras (7 Páginas)  •  889 Visualizações

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

Aline Thais Pereira de Morais¹, Sueli Carrijo²

RESUMO

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), é a degeneração progressiva dos neurônios motores cerebrais e neurônios motores espinhal, essa degeneração provoca atrofia muscular já que os neurônios não enviam mais os impulsos devido a degeneração.Sendo uma patologia de difícil diagnostico e fazendo com que o tratamento tenha inicio tardio pois do primeiro sintoma até o diagnóstico o portador já apresenta perda de neurônios motores considerável.Trata-se de uma pesquisa descritiva em forma de estudo de caso. Foi estudado o caso de uma paciente portadora da Esclerose Lateral Amiotrófica com objetivo de relatar o caso levantando os diagnósticos de enfermagem e propor as intervenções de enfermagem necessárias. Para coleta de dados foi utilizado questionário respondido pela paciente de forma escrita e as informações foram organizadas no modelo de sistematização de enfermagem (SAE).

PALAVRAS- CHAVE: esclerose, enfermagem, assistência

KEYWORDS: sclerosis, nursing, assistance

INTRODUÇÃO

A Esclerose Lateral Amiotrófica segundo a Organização Mundial de Saúde (2009) é caracterizada por ser uma doença degenerativa assim como o Parkinson e Alzheimer.Tendo incidência variada na população de 0,6 - 2,6 por 100.000/ habitantes, sendo a idade fator preditivo em sua ocorrência tendo prevalência em pacientes entre 55 e 75 anos.

A esclerose lateral amiotrófica é uma patologia de origem desconhecida, a medida que os neurônios morrem as fibras musculares sustentadas por eles sofrem atrofia.O principal sintoma é a fraqueza muscular, seguida de endurecimento dos músculos (esclerose), com inicio em um lado do corpo (lateral), e atrofia muscular (atrofia), os sintomas apresentados podem ser espasmos, câimbras, tremor ,perda de sensibilidade, dificuldade em ações que exigem atividades motores finas e na medida que a doença evolui o portador já apresenta dificuldade de se locomover, falar, comer e comprometimento da musculatura respiratória levando o paciente a morte entre quatro a cinco anos após os primeiros sintomas ou dois a três anos após diagnóstico definitivo. (Robins, Cotran 2005).

Demais teorias relatam que a ELA é uma patologia auto-imune (quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano) e o comprometimento por antioxidante. (SMELTZE e BARR 2004)

Na ausência de ventilação mecânica prolongada, a porcentagem de sobreviventes em dez anos é de 8%- 16%, podendo chegar á 15 anos ou mais com ajuda de suporte ventilatório. (Hayashi H, 2003).

Acredita-se que nos casos onde se identificam os primeiros sintomas, já ocorre 80% da perda dos neurônios motores e até o diagnostico final de ELA o paciente já passou por vários profissionais, na média cinco em um único ano e com isso o tratamento se inicia muito tarde e as conseqüências já se apresentão em grande quantidade e de forma irreversível. (Mitsumoto H., Rabkinson JG- 2007).

A ELA no Brasil é uma doença pouco conhecida, mesmo com a apresentação de casos existentes, a doença é considerada rara afetando não só o doente mas toda sua família.

A primeira descrição da doença foi pelo Drº Cypriano de Souza Freitas que identificou quatro casos de ELA e apresentou no IV Congresso Médico latino Americano no Rio de Janeiro em 08/1909.

O primeiro estudo epidemiológico nacional foi realizado em 1998 por iniciativa da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABRELA fundada em 1998), vários profissionais participaram e concluíram que os resultados da doença no Brasil são semelhante a dos estudos internacionais, mudando apenas no requisito idade já que os brasileiros apresentam os primeiros sintomas mais jovens.

“A saúde é direito de todos e dever do estado "

(Art. 196 da Constituição Federa)l.

Pensando nisso o Ministério da Saúde estabeleceu na Portaria SAS/MS nº 496, de 23 de dezembro de 2009, critérios para diagnóstico de ELA e inserção do portador no protocolo clinico e diretrizes terapêuticas.

Segundo a Portaria os diagnósticos são evidentes nos pacientes com longa duração da doença e sinais e sintomas generalizados, porém quando há apenas sintomas focais fica difícil o exato diagnostico. Exames complementares podem influenciar na identificação do portador da doença como a Ressonância Magnética, Eletroneuromiografia e exames laboratoriais. Porém a ELA, é diagnosticada através dos sinais e sintomas, pois nenhum exame é especifico para descobrimento da patologia. (BRUNNER; SUDDARTH, 2002)

Várias estratégias para modificar a doença têm sido testadas, mas apenas o Riluzol foi aprovado até agora (Miller, RG 2007).Com o diagnóstico definitivo de ELA, o portador irá iniciar o tratamento com o medicamento Riluzol , com seu uso tem-se o resultado de maior sobrevida. O fármaco deve ser iniciado na dose de 50 mg, a cada 12 horas sendo 1 hora ou 2 horas antes das refeições por via oral. O tempo de tratamento é indeterminado ou seja o medicamento será usado de forma continua e conforme tolerância do paciente.

O uso do Riluzol tem resultado maior chances de vida do que as dos ensaios clínicos estatísticos controlados, necessitando de confirmação. ( Joshi M, 2006)

O portador da ELA é inserido nesse protocolo e terá todo seu tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contando com equipe multiprofissional de médicos, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e especialidades solicitadas conforme necessidade.

Devido ao aumento da patologia ELA, identifiquei necessária a realização de um estudo aprofundado da patologia para proporcionar ao paciente melhor esclarecimento sobre as medidas que deverão ser tomadas a partir do diagnostico, formas de tratamento, onde realizar o tratamento, conhecimento da patologia, causas, expectativas e qualidade de vida.

• Relatar o caso de um paciente portador da Esclerose Lateral Amiotrófica, levantando os diagnósticos de enfermagem e propor as intervenções de enfermagem necessárias.

METODOS

Trata-se de uma pesquisa exploratória na modalidade de Estudo de caso

A pesquisa foi realizada em visitas domiciliares na cidade de Ipaussu- SP, onde a população apresenta um único paciente com diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica, durante o período de janeiro a maio de 2013.

Para desenvolvimento do trabalho foram realizadas visitas domiciliares por duas vezes na semana com período de 1 hora. Nas primeiras reuniões foi aplicado questionário e identificado os principais problemas relatados pelo portador e pela família. O histórico do paciente foi elaborado através das informações colhidas do questionário com a própria paciente que apresenta afasia e respondeu o questionário de forma escrita. Desse questionário e avaliação primaria será realizado a tabela de Diagnóstico de enfermagem (NANDA 2013) e Intervenções de Enfermagem (NIC 2010) baseada na apresentação dos problemas.

Nas visitas seguintes foram aplicadas as intervenções de enfermagem ao portador e também a família com única e exclusiva intenção de proporcionar qualidade e expectativa de vida e diminuição dos problemas apresentados.

ANAMNESE E DADOS COLETADOS

A.S.O 61 anos, cor branca, brasileira, natural de São Paulo – SP. Evangélica, casada, mãe de doze filhos sendo nove vivos, com formação ensino médio completo. Atualmente reside em Ipaussu-SP com o esposo, em casa própria situada no Centro do município Ipaussu, os filhos se organizam para estarem sempre com a mãe para auxilio em suas necessidades. A paciente A.S.O relata que os primeiros sintomas começaram no inicio de 2012. Sentia sensação de dormência na coxa direita que se estendia aos pés e quando parava sentia dores.

No meio do ano começou a apresentar mancha claudicante a direita e sono intermitente devido algia em membro inferior direito. Devido essa queixa de algia intensa os filhos á levaram ao medico ortopedista particular no dia 23 de Março de 2012 onde foram feitos os exames e não diagnosticou nada além de Artrose que a paciente já estava em tratamento. O ortopedista disse “que poderia ser inflamação de nervo ciático ou coluna” e orientou fisioterapia e a encaminhando para um Neurologista.

Em consulta com o Neurologista ele solicitou Raio- X, exames laboratoriais e principalmente uma Ressonância Magnética, porém os resultados foram todos normais com apenas alterações consideradas em acido úrico. Foi solicitado a eletroneuromiografia de membro superior e inferior do lado direito.

Foi no resultado da eletroneuromiografia realizada no dia 27 de Abril de 2012 que se diagnosticou a Esclerose Lateral Amiotrófica á direita.

Porém ele não entrou com nenhum tratamento ou firmou o diagnostico e sim encaminhou para tratamento com o Cardiologista dia 07 de abril de 2012 já que a paciente apresentava picos hipertensivos mesmo realizando tratamento, foram realizados exames laboratoriais, porém todos se apresentavam normais.

Com o passar do tempo e sem um diagnóstico conclusivo e tratamento especifico a paciente relata que estava sentindo mal estar constante e percebeu que apresentava disfasia. O esposo e os filhos diante do quadro da mãe que não tinha nenhum diagnostico conclusivo e a situação da paciente estava cada dia mais critica, resolveram leva-la ao médico conhecido da família no dia 05 de dezembro de 2012. Ele realizou uma internação de 15 dias e a encaminhou para o neurologista da Santa Casa de Misericórdia de Ourinhos, que a encaminhou para Botucatu e foi transferida para atendimento em Jaú por um médico Neurologista especialista em doenças Neuro degenerativas e lá ele avaliou os exames que já haviam sido feitos e enviou o diagnóstico para o Neurologista da Santa Casa que foi quem me transmitiu o Diagnóstico de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica ) no dia 10 de Fevereiro de 2013.

Infelizmente dos primeiros sintomas até o diagnóstico a doença já havia evoluído muito e á deixado muito debilitada.

A paciente apresenta afasia, extrema dificuldade para deglutir, deambular sem auxilio, manter a postura corporal, apresenta dispneia e sono intermitente devido severa complicação respiratória e algia em articulações. Mantem eliminações sem necessidade de sonda ou fralda, só auxilio para ir até o banheiro.

A família providenciou uma cadeira de rodas e fizeram adaptações na casa para melhor qualidade de vida.

Partindo do diagnostico já iniciou o tratamento medicamentoso com Riluzol 50 mg... 1cp via oral 12/12 horas, e acompanhamento com equipe multiprofissional como fisioterapeuta, neurologista, cardiologista, enfermeiro, nutricionista e psicóloga.

DIAGNOSTICOS (NANDA 2009-2011) E PLANEJAMENTO DA ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM

QUADRO 1

DIAGNÓSTICO DE ENFEMAGEM (NANDA) CARACTERISTICA DEFINIDORAS ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM

Deglutição prejudicada Defeitos anatômicos adquiridos/ sufocar antes de deglutir/ envolvimento do nervo craniano. Posicionar corretamente.

Flexionar a cabeça para a frente sobre a linha média em 45° para manter o esôfago desobstruído.

Manter o indivíduo concentrado na tarefa, dando instruções até que ele tenha terminado de deglutir cada porção.

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