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Crianças Desafiadoras

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Por:   •  22/4/2014  •  1.852 Palavras (8 Páginas)  •  157 Visualizações

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CRIANÇAS DESAFIADORAS

A agressividade está cada dia mais presente no nosso cotidiano e é nesse contexto que estão crescendo nossas crianças. A escola, como mecanismo social, certamente foi atingida e convive com esta situação.

Crianças têm desde cedo modelos de comportamentos violentos bem sucedidos, seja nos desenhos animados, seja nos filmes, onde a agressividade é vista como um meio aceitável de se chegar ao fim esperado, onde os “mocinhos” e os “bandidos” tem o mesmo tipo de conduta violenta.

A agressividade pode ser vista como um reflexo de uma situação bem atual: pais com menos tempo para os filhos, gerando relações familiares empobrecidas, contatos interpessoais menos carinhosos onde todos seguem um padrão mais estressado de resposta, por vezes agressivo.

Neste contexto, percebemos no cenário escolar, desafios novos, situações inusitadas, problemas, violência, agressividade, inclusão de alunos portadores de alguma necessidade Educativa Especial, diferentes dificuldades de aprendizagem, novos transtornos... O mais conhecido é o Transtorno de Déficit de Atenção – Hiperatividade (TDAH).

É comum que crianças com TDAH apresentem também outras patologias associadas, entre eles, estão os comportamentos de desafio e oposição, ansiedade, transtornos de conduta, tiques e perturbações do humor. Porém, os comportamentos de oposição constituem a maioria dos casos.

O Transtorno Desafiador Opositivo (TDO), ou Transtorno de Oposição e Desafio (TOD) - (CID 91.3) pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos negativos, hostis, desafiadores e desobedientes nas interações sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral, sejam pais, tios, avós ou professores. As crianças com TDO facilmente perdem a paciência, discutem com os adultos, desafiam e recusam obedecer a solicitações ou regras, incomodam deliberadamente os outros, não assumem os seus erros e estão quase sempre irritadas.

TRANSTORNOS DE CONDUTA E TDO

No DSM-IV (2002) o Transtorno de Conduta (TC) define-se por “ser um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos individuais dos outros ou as normas e regras sociais importantes para a idade”. Dentre os critérios determinantes para o enquadramento no transtorno estão:

1) Agressão a pessoas e animais, caracterizados por provocações, ameaças, lutas corporais, crueldade física com animais ou pessoas, roubos com confronto a vítima ou coação para obtenção de sexo;

2) Destruição de patrimônio, que compreende envolvimento deliberado na provocação de incêndio com intenção de causar sérios danos e destruição de patrimônio alheio por outro meio (que não incêndio);

3) Defraudação ou furto, onde se entende arrombar residência, prédio ou automóvel, mentiras freqüentes para obter vantagens ou evitar obrigações legais e roubo sem confronto à vitima (como furto em loja);

4) Sérias violações às regras, como freqüente permanência na rua à noite, contrariando proibições da parte dos pais (menores de 13 anos), fugir de casa a noite e gazear aula.

Quanto ao Transtorno Desafiador de Oposição (TDO), os critérios que definem esse padrão são:

1) Freqüente perda de calma;

2) Freqüentes discussões com adultos;

3) Desacata ou se recusa ativamente de obedecer a solicitações ou regras dos adultos;

4) Freqüentemente adota um comportamento deliberadamente incomodativo;

5) Freqüentemente responsabiliza os outros por seu mal comportamento;

6) Suscetível ou irrita-se com facilidade;

7) Enraivecido ou ressentido;

8) Rancoroso ou vingativo.

Devido aos sintomas mencionados, existe nestas crianças ou adolescentes um prejuízo significativo no funcionamento social e acadêmico. Estão constantemente envolvidas em discussões e são muitas vezes rejeitadas pelos colegas de escola, o que lhes traz problemas na auto-estima. Os sintomas iniciam-se antes dos oito anos de idade.

A IMPORTÂNCIA DAS REGRAS

Russell Barkley, um dos mais conceituados especialistas na área da hiperatividade, também considera que o comportamento de oposição se encontra associado ao transtorno de hiperatividade, e refere que este, inclusive, é o responsável pelas dificuldades da criança na regulação das suas emoções. Por outro lado, as famílias de hiperativos parecem ter, elas próprias dificuldades em lidar adequadamente com emoções, portanto, não conseguem ensinar suas crianças como fazê-lo. Estas crianças precisam, então, de ser educadas com ainda mais atenção na escola.

O QUE NÃO FAZER

O conhecimento de certas estratégias comportamentais pode ajudar a corrigir hábitos que, minimizam atritos nas relações. Vamos referir alguns aspectos que devem ser evitados porque estimulam a desobediência:

• DAR ORDENS À DISTÂNCIA: Falar distante da criança é algo completamente ineficaz, pois ela irá manter-se desatenta e sem cumprir a ordem. As ordens têm de ser dadas presencialmente, assegurando-se que ela as compreendeu.

• DAR ORDENS VAGAS: Pedir à criança que se comporte “como um bom menino” não deixa claro o que se espera e o que não se espera que ela faça. Deve-se ser o mais concreto possível!

• DAR ORDENS COMPLEXAS: Havendo de antemão dificuldade em fixar na memória de curto prazo as atividades a fazer, solicitar a execução de várias tarefas só servirá para tornar a sua realização mais difícil e menos provável.

• DAR ORDENS COM ANTECEDÊNCIA: Ordenar a uma criança com TDO que, quando acabar de brincar, tem de arrumar os brinquedos, só serve para interromper o prazer que ela está tendo, já que as ordens serão esquecidas.

• DAR ORDENS ACOMPANHADAS DE MUITAS EXPLICAÇÕES: Algumas pessoas, para evitar parecer autoritários, perdem-se em argumentações sobre as necessidades do cumprimento das ordens. Como a criança não consegue estar atenta durante muito tempo, é bastante provável que no final da explicação ela já não se lembre da maior parte do que foi dito.

• DAR ORDENS SOB A FORMA DE PERGUNTA: Perguntar: “Podes ir agora fazer teus trabalhos?” deixa um espaço livre para que a criança diga que não. As ordens devem ser claras e assertivas.

• DAR ORDENS EM TOM AMEAÇADOR: É frequente que, antevendo

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