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Cuba

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Por:   •  27/5/2014  •  9.904 Palavras (40 Páginas)  •  2.870 Visualizações

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CUBA

Curiosidades

Idioma: Espanhol

População: 11.120,000

Número de Províncias: 15

Pinar Del Río, Artemisa, Mayabeque, Cidade De Havana, Matanzas, Cienfuegos, Villa Clara, Sancti Spíritus, Ciego De Ávila, Camagüey, Las Tunas, Granma, Santiago De Cuba, Holguín E Guantánamo. Para além destas há o município especial da Ilha da Juventude.

Flor Nacional: Lírio (Hedychium Coronarium Koenig), um jasmim perfumado de cor branca nativo da região.

Pássaro Nacional: O Trogon Cubano (Priotelus Temnurus), ou Tocororo, tem uma plumagem com as mesmas cores da bandeira cubana.

Árvore Nacional: a Palmeira Real

Idade Legal Para Votar: 16

Locais Classificados Como Patrimônio Mundial Unesco:

 Velha Havana E Suas Fortificações

 Trinidad E O Vale De Los Ingenios

 Castelo San Pedro De La Roca, Santiago De Cuba

 Parque Nacional Desembarco Del Granma

 Vale Viñales

 Local Arqueológico Das Primeiras Plantações De Café No Sudeste De Cuba

 Parque Nacional Alejandro De Humboldt

 Centro Urbano Histórico De Cienfuegos

 Centro Histórico De Camagüey

Fuso Horário: Est (Horário Padrão da Costa Leste)

1 - BANDEIRA, BRASÃO E HINO

(Adotada em 20 de maio de 1902)

A bandeira de cuba tremulou pela primeira vez na cidade de cárdenas (província de matanzas) em 1850 quando um grupo de rebeldes se rebelou em armas contra o poder colonial espanhol. O triângulo é uma referência à liberdade, igualdade e fraternidade e a cor vermelha do triângulo simboliza o sangue derramado para ganhar a independência. A estrela branca solitária simboliza a solidariedade entre os povos, a liberdade. As três listas de cor azul representam a divisão geográfica configurada naquele momento que eram as regiões coloniais oriental, central e ocidental. As duas listas brancas evocam a pureza das intenções do movimento independentista e a virtude do povo cubano.

BRASÃO DE ARMAS DE CUBA

brasão de armas de cuba - adotado em 1906

O brasão de cuba tem o formato de uma adaga ogival, composta de três espaços. No espaço superior aparece o mar. De cada lado, um à frente do outro, dois cabos ou pontas terrestres, entre as quais, fechando o estreito que formam, se estende de esquerda a direita uma chave dourada que simboliza a posição estratégica de cuba entre as duas américas, daí o nome “a chave do golfo”. Ao fundo, o sol nascente, irradiando pelo céu sua luz simboliza o surgimento de uma nova nação.

Na parte inferior esquerda há cinco divisões de igual largura inclinadas da esquerda à direita. Três são azul turquesa, representando a configuração geográfica da ilha na época colonial, e duas são brancas, situadas alternadamente.

Na parte inferior direita aparece a palmeira real, que representa a fidalguia e firme serenidade do povo cubano, à frente das montanhas, sob o céu tênue com nuvens de vários matizes.

O brasão é laureado por um feixe de varas cujo extremo inferior está unido por uma fita estreita de cor vermelha, cruzada em “x”, que sobressai por baixo do vértice da ogiva.

A coroa do feixe de varas sobressai pelo centro da parte superior do escudo unida por uma banda circular estreita e coberta por um gorro frígio, ambos de cor vermelha, com uma estrela branca de cinco pontas no centro. O lado esquerdo está ornado por um ramo de louro e o direito por um de carvalho. Os ramos se entrecruzam no extremo inferior do brasão por trás do feixe de varas.

HINO DE CUBA

Bayamo

(Perucho Figueredo)

Composto Em 1867-8

Hino de Cuba

BAYAMO

Lucha contra bayameses Correi,

la Patria que contempla con orgullo;

Temai no una muerte gloriosa,

a morir por la patria es vivir!

En cadenas vivir es vivir

en la vergüenza y el oprobio consumido.

Escucha el sonido de la corneta,

a las armas, valientes, Correi!

No Temai; feroses ibéricos

que todos los tiranos son cobardes

No se resista brazo cubano;

para siempre su imperio cayó.

Cuba Libre! España ha muerto,

su poder y orgullo a dónde fueron?

Escucha el sonido de la corneta,

a las armas, valientes, Correi!

He aquí nuestras tropas victoriosas.

Contemplado caído a ellos,

por los perdedores huyendo cobardes:

por valiente, sabía triunfo!

Cuba Libre! Podemos llorar

cañón al terrible accidente.

Escucha el sonido de la corneta,

a las armas, valientes, Correi!

Hino de Cuba (Tradução)

BAYAMO

Ao combate correi bayameses,

que a pátria vos contempla orgulhosa;

não temai uma morte gloriosa,

que morrer pela pátria é viver!

Em cadeias viver é viver

em afronta e opróbrio consumido.

Do clarim escutai o som,

às armas, valentes, correi!

Não temei; os ferozes ibéricos

são covardes qual todo tirano

não resistem ao braço cubano;

para sempre seu império caiu.

Cuba livre! Espanha já morreu,

seu poder e seu orgulho aonde foram?

Do clarim escutai o som,

às armas, valentes, correi!

Contemplai nossas tropas triunfantes.

Contemplados a eles caídos,

por covardes, fogem vencidos:

por valentes, soubemos triunfar!

Cuba livre! Podemos gritar

do canhão ao terrível estampido.

Do clarim escutai o som,

às armas, valentes, correi!

2 - HISTÓRIA E INDEPENDÊNCIA

Antes do descobrimento da América por Cristóvão Colombo, em 1492, os cibonéis e os guanahatabeys habitavam o oeste de Cuba, enquanto que os taínos ocupavam o restante, incluindo-se algumas outras ilhas do arquipélago.

Regime colonial

Cuba foi avistada por Colombo em sua primeira viagem, em 27 de outubro de 1492. Depois de batizá-la com o nome de Juana, adotou a versão castelhana dos topônimos indígenas Coabaí ou Cubanacán, que designavam respectivamente a ilha e uma aldeia no interior. Em 1511, Diego Velázquez fundou o primeiro assentamento em Baracoa, com cerca de 300 espanhóis.

Nas primeiras décadas de colonização, a exploração de ouro se revelou pouco rentável e contribuiu para que se dizimasse a população indígena, obrigada a trabalhar nas minas. Logo a ilha se converteu em ponto de escala e aprovisionamento das numerosas expedições que os espanhóis realizaram à Flórida, à península de Yucatán e à costa do golfo do México, em busca de metais preciosos.

As principais dificuldades que os colonos espanhóis tiveram de enfrentar foram as epidemias, os furacões e os ataques de piratas e navegadores de outros países europeus, que tratavam de estabelecer seus próprios assentamentos na ilha, com a intenção de obter portos livres para seu comércio. A frota espanhola fazia a ligação de quase toda a América hispânica com a metrópole através de Cuba, o que aumentou a importância comercial e estratégica da ilha.

Ao longo do século XVIII intensificou-se o desenvolvimento agrícola, que dependeu cada vez mais de plantações de cana-de-açúcar e dos escravos africanos. Cuba foi um dos poucos territórios hispânicos da América que permaneceram fiéis à metrópole depois da invasão francesa da península ibérica. Em 1821 surgiu um movimento de independência, mas seus mentores, entre os quais o poeta José Maria de Heredia, foram presos e punidos.

Na segunda metade do século XIX, a indústria açucareira cubana converteu-se na mais moderna do mundo e chegou a responder por mais de um terço da produção mundial. No entanto, a enorme extensão das plantações de cana levou ao desflorestamento de grande parte da ilha.

Independência

A prosperidade agrícola de Cuba atraiu o interesse dos Estados Unidos (especialmente dos estados escravistas do sul), que chegaram a realizar várias propostas econômicas ao governo espanhol para que cedesse sua soberania sobre a ilha.

Em 10 de outubro de 1868, eclodiu a primeira guerra de independência cubana, com o "grito de Yara", protagonizado por Carlos Manuel de Céspedes. A guerra, chamada dos dez anos, concentrou-se na região oriental, onde as crueldades do exército espanhol provocaram o apoio da população aos insurretos. Céspedes foi o primeiro presidente da "república em armas", cujos representantes redigiram uma constituição e receberam o reconhecimento de vários governos latino-americanos. A superioridade das forças espanholas e a promessa de reformas por parte do general Arsenio Martínez Campos debilitaram o movimento e, em fevereiro de 1878, a guerra acabou com um acordo de paz. Muitos cubanos, entre os quais o líder nacionalista Antonio Maceo, se negaram a aceitar as condições oferecidas e continuaram a luta.

Várias organizações políticas e ativistas no exílio, coordenadas pelo poeta José Martí, chamado pelos cubanos "o apóstolo", organizavam a propaganda contra o domínio espanhol, dirigindo-se tanto à população nativa como às potências estrangeiras. A guerra recomeçou em 24 de fevereiro de 1895, com o "grito de Baire" e estendeu-se rapidamente por toda a ilha. Morreram muitos civis, povoados e cidades foram destruídos. Sob o pretexto de inexplicável explosão no encouraçado americano Maine, atracado no porto de Havana, em 25 de abril de 1898 os Estados Unidos declararam guerra à Espanha. A armada americana obteve rápida vitória e o governo espanhol foi obrigado a firmar um protocolo de paz em Washington, em agosto do mesmo ano. Pelo Tratado de Paris, firmado em 10 de dezembro, a Espanha cedeu aos Estados Unidos os territórios de Cuba, Porto Rico, Guam e as Filipinas.

A ocupação americana de Cuba se prolongou desde o primeiro dia de janeiro de 1899 até 20 de maio de 1902, período em que os governadores gerais John Brooke e Leonard Wood tentaram adaptar a ilha às políticas econômica e cultural que então prevaleciam nos Estados Unidos. Em 1901 foi promulgada uma constituição a que os americanos agregaram a chamada emenda Platt, pela qual se reservavam o direito de intervir na ilha em determinadas circunstâncias e de supervisionar seus tratados internacionais, assim como sua política econômica e de assuntos internos. Além disso, a nova República de Cuba cedeu aos Estados Unidos as bases navais de Baía Funda (devolvida em 1913) e Guantánamo.

Primeira década da República de Cuba

A administração republicana começou em 20 de maio de 1902, com o governo de Tomás Estrada Palma, primeiro presidente de Cuba independente, notável por sua honradez e seu interesse pela educação pública. Sua intenção de permanecer no poder depois das eleições de 1906 deu lugar à segunda ocupação da ilha pelos americanos, em 29 de setembro desse ano. No final do governo corrupto do general José Miguel Gómez (1909-1912), as tropas governamentais sufocaram manifestações e protestos na parte oriental da ilha, quando morreram mais de três mil pessoas.

Seguiram-se os governos de Mario García Menocal (1913-1921), Alfredo Zayas (1921-1925) e Gerardo Machado (1925-1933), que no segundo mandato se tornou ditador. Seu sucessor, Carlos Manuel de Céspedes y Quesada, foi derrubado pelo golpe militar (4 de setembro de 1933) liderado pelo sargento Fulgencio Batista e pelo professor Ramón Grau San Martín.

Em 1934, Grau se viu obrigado a renunciar e se sucederam vários governos provisórios em que Batista manteve o poder de fato, assumindo a presidência constitucional de 1940 a 1944. Seguiram-se dois períodos de governo democrático, com Grau San Martín (1944-1948) e Carlos Prío Socarrás (1948-1952), que sofreu novo golpe militar encabeçado por Batista (1952): este, em regime de crescente corrupção e violência, manteve-se no poder até 1958.

A Revolução

Reagindo a essa situação de desigualdade, um grupo de guerrilheiros comandado por Fidel Castro começou a lutar contra o governo cubano em 1956. Após dois anos de combate, a guerrilha havia conquistado a simpatia popular. Em 1° de janeiro de 1959, conseguiu derrubar o governo de Batista. Após a tomada do poder, a revolução tomou rumossocialistas. Cresceram, então, os conflitos entre o novo governo e os interesses norte-americanos.

Em 1961, uma força militar treinada e financiada pelo governo de John F. Kennedy, composta por exilados cubanos, tenta invadir o país através da baía dos Porcos. No ano seguinte, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) graças à influência dos Estados Unidos, só sendo readmitida 47 anos depois. No mesmo ano, o governo norte-americano impôs um embargo econômico que perdura até os dias de hoje. Os graves conflitos de interesse entre Cuba e Estados Unidos acabaram forçando a aproximação do governo cubano com a União Soviética.

Em 1962, Cuba permitiu a instalação, em seu território, de mísseis nucleares soviéticos. Kennedy reagiu duramente à estratégia militar soviética, considerando-a uma perigosa ameaça à segurança nacional americana. Ocorreu então o episódio que ficaria conhecido como crise dos mísseis cubanos. Numa verdadeira mobilização de guerra, os Estados Unidos impuseram um poderoso bloqueio naval à ilha de Cuba, forçando os soviéticos a desistirem dos planos de instalação dos mísseis no continente americano. A crise dos mísseis é reconhecida como um dos momentos mais dramáticos da Guerra Fria.

Após quase cinquenta e tres anos de governo de Castro, Cuba exibe seus melhores êxitos no campo social, tendo conseguido eliminar o analfabetismo, implementar um sistema de saúde pública universal, diminuir significativamente as taxas de mortalidade infantil e reduzir o índice de desemprego.22 No campo político, no entanto, Cuba segue com um sistema de partido único, o Partido Comunista Cubano, apontado como um sistema ditatorial, apesar de que, no país, são realizadas dois tipos de eleições, as parciais, a cada dois anos e meio, para eleger delegados, e as gerais, a cada cinco, para eleger os deputados nacionais e integrantes das assembleias provinciais. Até o final da década de 1960, todos os jornais de oposição haviam sido fechados, e toda informação foi posta sob rígido controle estatal, o que se segue até os dias de hoje. Num único ano, cerca de 20 mil dissidentes políticos foram presos. Estimativas indicam que cerca de 15 a 17 mil cubanos tenham sido executados durante o regime. Homossexuais, religiosos, e outros grupos foram mandados para campos de trabalhos forçados, onde foram submetidos a "re-educação" segundo o que o Estado considera correto.

Apesar do sucesso nas áreas de saúde, igualdade social, educação e pesquisa científica, houve fracasso no campo dasliberdades individuais, além disso, o governo de Castro também foi um fracasso no campo econômico. Não conseguiu diversificar a agricultura do país e tampouco estimular a industrialização. A economia segue dependente da exportação de açúcar e de fumo. Às deficiências do regime, soma-se o embargo imposto pelos Estados Unidos, que utilizam sua influência política para impedir que países e empresas mantenham negócios com Cuba.

Com a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação econômica de Cuba tornou-se extremamente delicada, uma vez que os principais laços comerciais do país eram mantidos com o regime soviético, que comprava 60% do açúcar e fornecia petróleo e manufaturas. Nesse cenário de crise, o governo de Fidel Castro flexibilizou a economia, permitindo, dentro da estrutura socialista, a abertura para atividades capitalistas. A principal delas é o turismo, que não só deu uma injeção de capital ao país como também gerou grandes problemas, como o aparecimento de casos de AIDS com a alta na atividade de prostituição.

Em 24 de fevereiro de 2008, com a renúncia do irmão devido a problemas de saúde, Raúl Castro assumiu o comando da ilha, prometendo algumas reformas econômicas, como o incentivo a mais investimentos estrangeiros e a mudanças estruturais para que o país possa produzir mais alimentos e reduzir a dependência das importações. Entretanto, o regime segue fechado no campo político.

Apesar de seus fracassos e de acordo com seus sucessos, a Revolução Cubana é considerada um capítulo importante da história da América Latina, por constituir o primeiro e único Estado socialista do continente americano. Atualmente, Cuba é único país socialista do Ocidente, e um dos poucos do mundo, ao lado da China, da Coreia do Norte, do Vietnã e doLaos.

3. LOCALIZAÇÃO

Localização Geográfica: Caribe na América Central

Coordenadas Geográficas: 21 30 N, 80 00 W

Limites geográficos: Oceano Atlântico (norte), Mar do Caribe (sul), Golfo do México (oeste), Oceano Atlântico (leste)

Área: 110.861 km²

Fronteiras com os seguintes países: não possui fronteiras terrestres por se tratar de uma ilha.

Extenção do litoral: 3.735 km

A localização de Cuba, também conhecida como República de Cuba, é na América Central, mais especificamente no Caribe. Cuba é um país de território insular composto por um grupo de ilhas, porém praticamente toda sua população situa-se em uma ilha principal, onde está localizada sua capital, Havana.

O arquipélago de Cuba é formado por cerca de 4.195 restingas, ilhotas e ilhas, e tem uma área de cerca de 110 861 km².

Dentro do Caribe, a localização de Cuba é privilegiada, ficando a nordeste de Bahamas, sudeste do Haiti e tendo os Estados Unidos alguns quilômetros ao norte. Planícies onduladas ocupam grande parte do território cubano, e na zona sudeste, colinas e montanhas predominam e fazem a paisagem da região. Cuba tem clima tropical, encontramos duas estações bem definidas: uma chuvosa (maio a outubro) e uma mais seca (novembro a abril).

4 - GEOGRAFIA FÍSICA

Relevo

O acidente orográfico mais notável é a Sierra Maestra, cadeia de montanhas com extensão de 250km, entre o cabo Cruz e a baía de Guantánamo, a sudeste. O pico Turquino, com 1.974m, é seu ponto culminante. A suave inclinação que a ilha apresenta ao sul facilita a formação de enseadas, como as da península de Zapata.

Os corais litorâneos formaram a nova plataforma continental sobre a qual o arquipélago se sustenta. Foi submetida a sucessivos movimentos de elevação e rebaixamento. Caso o mar baixasse algumas dezenas de metros, quase todas as ilhas do arquipélago estariam unidas, já que são porções emersas da mesma plataforma. São numerosos os portos naturais.

Clima

Situada em região tropical e influenciada pelo centro de altas pressões do Atlântico norte, Cuba compreende duas zonas climáticas distintas: a planície seca e a área exposta aos ciclones. O clima dominante na maior parte do arquipélago registra temperaturas que oscilam entre 22,5 °C em janeiro e 27,8 °C em agosto. O índice pluviométrico é de aproximadamente 1.380 mm, adequado para as extensas plantações de cana-de-açúcar, café e fumo, que cobrem grande parte do solo cultivado. A estação chuvosa se estende de maio a novembro, quando também ocorrem violentos furacões.

Hidrografia

O relevo da ilha determina duas vertentes fluviais de características muito diferentes, embora todos os rios sejam curtos e de pouco volume. Entre mais de 500 cursos de água, pouco menos da metade fluem do norte. O rio mais importante é o Cauto, que desemboca no sul, depois de percorrer 250 km, dos quais oitenta são navegáveis.

Os lagos são pequenos e alguns têm água doce, outros salgada. O maior deles é a lagoa de Leite, ligada ao mar por meio de três canais naturais. Sua coloração se deve aos depósitos de carbonato de cálcio acumulados no fundo e removidos pelas correntes marinhas.

Flora e fauna

A vida vegetal está representada por mais de oito mil espécies, das quais umas seis mil são plantas superiores. Muitas delas são nativas do arquipélago. Grande parte da vegetação original foi substituída pelas plantações de cana-de-açúcar, café e arroz. O pinho, o mogno e o ébano, exportados em grandes quantidades, são de boa qualidade.

A vida animal é particularmente rica e variada no que diz respeito aos invertebrados, com mais de sete mil espécies diferentes de insetos e quatro mil de moluscos terrestres e marinhos. As esponjas são a base de uma próspera indústria, assim como a piscicultura, com dezenas de espécies de peixes de considerável valor comercial. Entre os répteis, destacam-se as tartarugas e os iguanas, assim como duas espécies diferentes de crocodilos quase extintas, mas protegidas.

5 - POPULAÇÃO

Tipos raciais e língua

Durante mais de quatro séculos Cuba foi base de grupos étnicos de diferentes procedências. Os descendentes de espanhóis e de negros africanos são os grupos raciais predominantes, mas também há chineses, judeus europeus e libaneses, entre outros.

Os habitantes pré-colombianos procediam do continente sul-americano, sendo os cibonéis um dos grupos étnicos mais antigos. Estima-se que pouco antes da chegada de Cristóvão Colombo, os taínos, procedentes da península venezuelana de Paria, se estabeleceram não somente em Cuba, mas também no resto das Antilhas e nas Bahamas, desenvolvendo uma agricultura primitiva. Este último povo, pertencente ao grupo aruaque, constituía por si só entre setenta e oitenta por cento da população no início do século XVI.

Ao reduzir-se, a população indígena logo foi substituída por negros africanos, empregados principalmente nos grandes canaviais. Na maior parte, procediam do Senegal e da costa da Guiné, podendo detectar-se em suas origens étnicas a presença de elementos da cultura ioruba e banto. Muito depois da abolição da escravatura, entre 1919 e 1926, cerca de 250.000 trabalhadores negros provenientes do Haiti e da Jamaica foram contratados para trabalhar nas plantações de açúcar e, em sua maioria, estabeleceram-se definitivamente na ilha. Sua influência cultural, especialmente na música e na dança, tornou-se determinante.

A exemplo do Brasil e de outras partes da América Latina, em Cuba ocorreu intensa miscigenação racial, de modo que há vários séculos a população mestiça, em maior ou menor grau, passou a ser mais numerosa que todas as raças, à exceção da branca. Todavia, com a diminuição das taxas de mortalidade da população total e a redução da natalidade dos brancos, esta diferença reduziu-se significativamente.

A população européia, representada principalmente pelos imigrantes espanhóis, chegou a constituir três quartos do total. Sua influência nos usos e costumes, assim como na evolução política e econômica da sociedade, caracteriza a história cubana, seu folclore e suas tradições culturais.

O componente asiático está presente em apreciável proporção, sobretudo devido à imigração de trabalhadores chineses entre 1853 e 1874 e, mais tarde, na década de 1920. A grande maioria era composta de homens oriundos da região de Cantão.

O espanhol é o idioma oficial de Cuba e não há dialetos locais diferenciáveis. Algumas palavras indígenas, como hamaca (rede de dormir) e muitas outras, enriqueceram o espanhol local, assim como o suave acento e entonação usados pelos cubanos.

Estrutura demográfica

Na segunda metade do século XX, a população registrou mais de dois por cento de crescimento vegetativo anual, principalmente devido ao rápido decréscimo das taxas de mortalidade e ao elevado índice de natalidade, sobretudo nos extratos sociais inferiores. Desde 1960, porém, mais de um milhão de pessoas abandonaram o país por motivos políticos. A evolução demográfica posterior tendeu a compensar os desequilíbrios regionais, sendo maior o crescimento nas províncias escassamente povoadas que nas grandes cidades.

Além da capital, Havana, outras cidades importantes são Santiago de Cuba, Camagüey e Holguín, nas províncias homônimas; Santa Clara, capital da província de Villa Clara; Guantánamo, Cienfuegos e Matanzas, nas províncias de mesmo nome; Bayamo, capital de Granma; e Vitoria de Las Tunas.

6 – POLÍTICA

O governo é dividido em três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

O Poder Executivo se compõe do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros. O presidente do Conselho de Estado é o presidente de Cuba. O atual presidente, Raúl Castro, exerce também os cargos de presidente do Conselho de Ministros, primeiro-secretário do Politburo e do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC) e Supremo General das Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea). Raúl Castro é o sucessor de Fidel Castro, que ocupava o cargo de primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, o de presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (equivalente a presidente da República), e governava desde 1959 como Primeiro-Ministro (chefe de governo) e, a partir de1976, como Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros (chefe de estado e governo) e comandante em chefe das forças armadas. Fidel foi afastado do poder em 1º de agosto de 2006, pela primeira vez desde a vitória da Revolução Cubana, por problemas de saúde. Desde então, seu irmão, Raúl Castro, assumiu interinamente as funções de Fidel. Em 18 de fevereiro de 2008, Fidel Castro anunciou através do jornal oficial do partido, Granma, que tinha decidido se aposentar.

O Poder Legislativo é unicameral, exercido pela Assembleia Nacional do Poder Popular contando atualmente com 614 deputados eleitos para mandatos de 5 anos. A Corte Suprema de Cuba é o mais alto órgão do poder judiciário do país - a corte de apelação de última instância. Ela é subordinada à Assembléia Nacional.

Cuba é dividida em 15 províncias e 168 municípios. Cada província e cada município têm, simultaneamente, uma Assembléia do Poder Popular eleita, e um sistema de cortes judiciais. As cortes municipais são a justiça de primeira instância, enquanto as cortes provinciais cuidam do julgamento de pequenas contravenções penais e causas civis de conflito, como divórcios, além de servirem como corte de apelação para as sentenças das cortes municipais.

Além dessas organizações formais, o sistema político de Cuba incorpora, em seu processo decisório, um conjunto de organizações populares, tais como o Partido Comunista de Cuba, a Federação Cubana de Mulheres e a Associação Nacional de Pequenos Fazendeiros.

Relações com os Estados Unidos

A política dos Estados Unidos para Cuba se caracteriza por grandes conflitos de interesses que remontam ao governo de Thomas Jefferson, na primeira década do século XIX. As relações conflituosas se aprofundam com a Revolução Cubana de 1959, na qual os revolucionários encabeçados por Fidel Castro Ruz promoveram reformas estatais de cunho socialista que desagradavam os EUA naquele contexto da Guerra Fria.

Os Estados Unidos que desde 1898 vinha apoiando o povo cubano na sua luta pela independência da Espanha, instalou um governo militar na ilha em substituição ao espanhol, tornando a ilha um protetorado americano até 20 de maio de 1902, data em que se retirou da ilha entregando o poder ao presidente da recém fundada republica cubana.

A Revolução Cubana (1959), liderada por Fidel e Che Guevara, popular teve apoio popular de esquerdistas, liberais e anarquistas, pois os principais ideais dos revolucionários vitoriosos eram a soberania nacional e a soberania popular. Cuba estava então sob o jugo do autoritário e impopular ditador Fulgêncio Batista, que ao ser deposto fugiu para a República Dominicana, levando consigo 40 milhões de dólares de fundos públicos, retirados do tesouro cubano.

Fidel Castro acabou por atrelar-se ao socialismo soviético recebendo apoio do líder soviético na época, Nikita Khrushchov, principalmente na defesa da ilha e na compra do principal produto de exportação de Cuba, o açúcar. Na sua campanha presidencial Kennedy acusou as políticas de Nixon e Eisenhower de "negligência e indiferença", e de terem colaborado para que Cuba entrasse na cortina de ferro Kennedy acusou a administração Nixon-Eisenhower de não fazer nada durante seis anos enquanto (em Cuba) as condições propícias ao comunismo cresciam depois de ignorar os repetidos alertas dos embaixadores norte-americanos em Cuba avisando que os comunistas estavam prestes a tomar Cuba.

Eleições gerais

Em 21 de outubro de 2007 realizaram-se em Cuba eleições gerais, com o comparecimento de mais de 8 milhões de eleitores, para eleger os delegados das Assembléias Municipais do Poder Popular. Segundo a ministra da Justiça, María Esther Reus, têm direito a exercer o voto cerca de 8,3 milhões de pessoas, nos 37.749 colégios eleitorais habilitados em 169 municípios. Por ocasião da realização das eleições gerais, Fidel Castro conclamou, mais uma vez, o presidente Bush a por fim ao embargo comercial a Cuba e acusou Bush de estar "obcecado" com Cuba.

O processo eleitoral cubano só foi concluído em março de 2008, quando foi eleita a Assembléia Nacional, a qual por sua vez, escolheu o Conselho de Estado, que foi liderado por Fidel Castro desde 1959, até que este passou o poder, por razões de saúde, a seu irmão Raul, em 2006.

O governo comunista de Cuba descreve seu processo eleitoral, criado pela constituição de 1976, como sendo um dos mais livres e mais justos do mundo, no qual praticamente qualquer cidadão pode se eleger para o conselho municipal ou para a Assembléia Nacional. O governo norte-americano do presidente Bush e seus aliados, bem como os opositores ao regime de Castro exilados em Miami discordam, e se referem às eleições cubanas como sendo um "exercício cosmético de democracia".

Oposição e dissidência

Um acontecimento de grande repercussão na imprensa internacional foi a greve de fome do dissidente Orlando Zapata Tamayo, um pedreiro de 42 anos, que estava preso. Segundo Zapata, a greve foi feita em protesto ao regime castrista, às condições desumanas que alegava ser submetido na prisão e ao estado de outros presos políticos. O episódio suscitou duras críticas a Cuba, em especial dos Estados Unidos e da União Europeia.

Sua greve de fome durou 85 dias, que o levaram à morte no dia 23 de fevereiro de 2010.

Os opositores do regime cubano alegam que Orlando Zapata estava preso por razões políticas, enquanto o governo alegou que o mesmo havia sido preso por crimes comuns, não se tratando de um preso político, além de acusá-lo de fazer parte de uma campanha internacional patrocinada pelos EUA, cuja intenção era desestabilizar o governo local.

O presidente Lula ao visitar Cuba, foi muito criticado por ter comparado aqueles que se denominam presos políticos em Cuba com os presos comuns do Brasil afirmando que ele "Gostaria que não houvesse (a detenção de presos políticos), mas não posso questionar as razões pelas quais Cuba os deteve, como tampouco quero que Cuba questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil. "Lula também condenou a greve de fome, como instrumento de pressão.

"Nós temos que lamentar, por alguém que morreu. E morreu porque decidiu fazer uma greve de fome. Sou contra greve de fome porque fiz e parei a pedido da Igreja Católica brasileira, que não admitia a greve de fome. Se as pessoas tivessem falado comigo ontem (quarta-feira) eu teria pedido para ele parar a greve de fome e quem sabe teria evitado que ele morresse. Depois da minha experiência de greve de fome, pelo amor de Deus ninguém que queira fazer protesto peça para eu fazer uma greve de fome que eu não farei mais" (Luiz Inácio Lula da Silva).

Como em todo país, há algumas pessoas em Cuba que são contrárias ao regime cubano. Dentre os mais famosos estão Yoani Sánchez, as Damas de Branco e Guillermo Fariña.

7 - ECONOMIA:

Produtos Agrícolas: cana-de-açúcar (principal), tabaco, arroz e frutas tropicais (banana, laranja, abacaxi).

Pecuária: bovinos, eqüinos, aves e suínos.

Mineração: níquel, cobre, cromita e cobalto.

Indústria: alimentícia, bebidas, tabaco (produção de charutos), máquinas e química.

Renda per capita: US$ 10.200 (estimativa 2012).

PIB: US$ 121 bilhões (estimativa 2012).

Economia

Desde a revolução de 1959 a economia cubana sofreu profundas reestruturações, que afetaram mais fortemente a distribuição de renda do que a produção. Todas as atividades econômicas realizadas no país são planificadas pelo Partido Comunista de Cuba. Quase todas as empresas são públicas, exceto pequenas propriedades agrícolas. A instituição econômica mais importante é a Junta Central de Planejamento, cujo responsável máximo é o ministro da Economia.

Agricultura

O solo cubano é muito fértil. Cultivado corretamente, permite obter duas ou mais colheitas anuais de diversos produtos. O regime de chuvas é muito variável. A construção de grandes barragens, no entanto, promovida intensamente a partir da década de 1960, diminuiu a importância das variações sazonais. As águas subterrâneas constituem também importante recurso para a agricultura e a indústria. A importação de tratores e outros implementos agrícolas permitiu melhorar a produção.

O principal produto agrícola de Cuba é o açúcar, de que fabricava, na segunda metade do século XX, aproximadamente oito milhões de toneladas anuais. A exportação de açúcar, junto com a de arroz, fumo, café, cítricos etc., busca compensar a necessidade de importação de grandes quantidades de laticínios, algodão etc., em que o país é deficitário.

Energia e minérios

Cuba não produz petróleo em quantidade satisfatória para o consumo. No entanto, do ponto de vista do comércio exterior pôde ser considerada durante algum tempo um país exportador de petróleo, devido à ajuda econômica que recebia da extinta União Soviética, principalmente em forma de petróleo, parte do qual repassava ao mercado internacional. Os recursos minerais próprios da ilha são o níquel, o cromo, a magnetita (minério de ferro), o manganês e o cobre.

Indústria e comércio

O processamento, muitas vezes artesanal, dos diversos produtos cultivados na ilha, sobretudo a cana-de-açúcar e o fumo, constitui a principal atividade fabril. O estado realizou fortes investimentos na indústria pesada, em fábricas de cimento, centrais elétricas e maquinaria agrícola.

Durante a primeira metade do século XX, quase três quartos das importações cubanas procediam dos Estados Unidos. Dois anos depois da revolução, em 1961, esse comércio caiu para quatro por cento, desaparecendo por completo sob o bloqueio comercial imposto pelo governo americano.

Transportes

Desde meados do século XIX, a frota mercante cubana se multiplicou mais de vinte vezes, ao ritmo dos intercâmbios comerciais do país. As autoridades se esforçaram para que pelo menos a metade das mercadorias que entram e saem dos portos nacionais fossem transportadas em barcos de bandeira cubana.

A primeira estrada de ferro cubana, inaugurada em 1837, unia as cidades de Havana e Bejucal, sendo a primeira das Américas fora dos Estados Unidos. Na década de 1980 havia mais de 12.000km de vias férreas, mais da metade destinados à ligação das plantações de cana com as fábricas de açúcar.

A partir de 1960, foi sensivelmente incrementado o transporte rodoviário. Na década anterior, o número de automóveis importados era muito maior que o de caminhões e ônibus, tendência que se inverteu nos vinte anos seguintes, para adequar-se às metas do desenvolvimento. A principal rodovia atravessa a ilha em quase toda sua extensão.

O transporte aéreo está a cargo da Empresa Consolidada Cubana de Aviação, responsável pelos vôos entre diferentes cidades da ilha e pela ligação de Havana com diversas cidades européias, americanas e africanas. A rota Moscou-Havana, coberta pela empresa russa Aeroflot, é o vôo regular sem escalas mais longo do mundo.

8 - CULTURA

A cultura de Cuba sofreu duas grandes influências, ambas oriundas da época de sua colonização. A colonização espanhola deixou fortes raízes que até hoje são bem explícitas em Cuba, principalmente em sua capital, Havana, que até hoje mantém muitas das construções e estilo adquirido durante o domínio espanhol. Por outro lado, a atual cultura de Cuba teve grande influência africana, fato que se deve à chegada em massa de escravos africanos após a quase extinção dos antigos escravos, os ameríndios.

Apesar do extermínio dos ameríndios pelos espanhóis, alguns de seus elementos culturais resistiram e se fazem presentes até hoje na cultura de Cuba. Técnicas avançadas de cultivo de tabaco e fabricação de charutos, assim como o gosto apurado por eles é uma grande herança dos ameríndios de Cuba. Em todo o país é possível notar casas e algumas construções, bem como cidadãos que ainda mantêm a tradição de seus antepassados.

Da Espanha, a cultura de Cuba herdou a língua espanhola e a religião católica, enquanto a santeria, religião baseada no culto aos orixás, foi uma herança dos africanos. E foi através da mistura dessas duas principais culturas que surgiu a tradicional música cubana, onde as letras e melodias espanholas fizeram a junção perfeita com os ritmos e estilo musical peculiar dos africanos, gerando os famosos estilos musicais danças da cultura de Cuba: rumba, mambo, salsa, son e punto.

Após sua independência, quando teve forte ajuda dos Estados Unidos, a cultura de Cuba passou a sofrer grande influência deste país, principalmente no que diz respeito aos costumes e comportamento. Isso provavelmente trouxe à Cuba uma de suas características mais marcantes mundo afora, a paixão por esportes, principalmente sua grande paixão pelo beisebol.

Outro fator norte-americano que influenciaria a cultura de Cuba seria a paixão por carros, fato que até hoje pode ser visto nos pólos urbanos de Cuba, onde circulam diversos carros americanos das décadas de 20, 30, 40 e 50 ainda em perfeito estado.

A cultura de Cuba torna o país uma ilha romântica, de história miscigenada e marcante, transformando Cuba em um dos destinos mais intrigantes para turistas de todo mundo.

Para um pequeno país, Cuba tem uma alma muito grande. E tudo isto se deve a uma cultura que é rica, vibrante e imensamente variada. No coração da ilha estão os cubanos, trazidos aqui pelas rotas comerciais de todos os cantos do mundo para criar um novo povo. Tainos ameríndios, espanhóis, africanos, franceses, asiáticos e ingleses fixaram raízes em Cuba, mas a mistura de culturas tornou-se algo novo e totalmente diferente. A busca pela essência de Cuba é, talvez, o que impulsiona a tradição cultural vital aqui.

Por todo o país, há 256 museus dedicados à história, Revolução, música, ciências naturais, arte colonial ou decorativa, armas, automóveis, religião, tabaco, rum e açúcar; mais de 100 galerias de arte; cerca de 70 teatros; 120 editores; 354 bibliotecas públicas; 315 centros comunitários; 46 escolas de arte e uma escola internacional de cinema.

8.1 - EVENTOS TRADICIONAIS

O calendário de eventos de Cuba mostra o quanto o país sabe o que é festejar, ele é repleto de ação e festas variadas durante o ano todo. Duas festas famosas estão entre as que mais atraem os turistas para Cuba, uma é o Carnaval de Santiago e a outra é o Festival Internacional de Ballet de Havana, festas distintas que agradam a todos os gostos, dignas da atenção de turistas em busca dos eventos de Cuba.

Outra opção quando visitar a ilha é conhecer Trinidad, onde ocorrem grandes festas em feriados católicos, com diversas atrações e comidas típicas.

Listamos alguns eventos de Cuba como festas e feriados, que valem a pena conferir para planejar melhor sua viagem. Veja a seguir:

Em Baracoa duas festas chamam mais atenção, a Festa da Água, que comemora a fundação da Vila da Nossa Senhora de Assunção de Baracoa, e a festa Festa El Reve Changüí, uma festa famosa por homenagear a música Baracoa. Nesta festa ocorrem apresentações de música e dança com ritmos animados como nengón, kiribá e tumba francesa.

Na cidade de Camagüey, na primeira semana de fevereiro, acontece a Semana de Celebrações Culturais, em comemoração a fundação da cidade. Esta comemoração é considerada um dos melhores eventos de Cuba.

Além disso, em Camagüey acontece o importante Festival Internacional D’Arte de Video, evento que reúne vídeos de arte em diversos gêneros e categorias. Este glamoroso festival tem ainda mais charme por acontecer no Centro Histórico da Cidade, entre os dias 25 e 29 de Novembro.

Podemos mencionar também o maior evento do país: o carnaval.

Para passar o carnaval indicamos ir para Cayo Largo, onde a principal avenida do local é fechada durante a noite para dar passagem a uma grande festa alegre, regada com músicas empolgantes e um povo animado. O carnaval de Cuba se assemelha bastante com o brasileiro, uma vez que em muitas cidades há um carnaval com desfiles alegóricos, passistas e ritmistas em blocos, muito semelhantes com os famosos carnavais do Rio e de São Paulo.

Em Havana, a capital e maior cidade de Cuba, o agito ainda é maior, e seu calendário de eventos esta recheado de boas opções, começando pelo Jazz Plaza, um importante e aclamado festival internacional de Jazz que acontece no Teatro Auditórium Amadeo Roldán. Outro festival importante é o Festival de Teatro de Havana, evento que acontece nos principais teatros e praças da cidade, entretendo milhares de pessoas e turistas em geral.

8.2 - DANÇAS

• Salsa cubana

A salsa nasceu na Ilha de Cuba, mais propriamente em Havana, no interior dos famosos cabarés cubanos, na década de 40. Ela é uma mescla de vários temperos musicais, daí ser batizada com o termo que se refere aos condimentos gastronômicos que dão mais sabor ao alimento.

Ela une sua musicalidade básica, o som cubano, ao mambo e à rumba, provenientes também de Cuba, à bomba e à plena, originários de Porto Rico, ao samba brasileiro, enfim, compõe-se de uma fusão de vários ritmos afro-caribenhos, pois é igualmente inspirado pelo merengue que irradia da República Dominicana, pelo calipso que chega direto de Trinidad e Tobago, pela cumbia tipicamente colombiana, pelo rock enviado dos EUA e pelo representante jamaicano, o reggae. Versátil, atualmente ela aceita cadências mais recentes como o rap ou a música eletrônica.

O som cubano, esteio rítmico da salsa, teve sua origem na área rural de Cuba localizada na porção oriental da ilha, em meados do século XVIII, marcado pelo influxo das cadências hispânicas, francesas e africanas. Essa mistura explosiva transformou-se logo em sucesso estrondoso nas cidades, em princípios do século XIX. Sua entrada triunfal na capital cubana se deu em 1909, através dos soldados do exército cubano.

Utilizam-se como instrumentos: Contrabaixo, Três (guitarra que tem três pares de cordas), Guitarra, Cravo, Maracas, Voz e um Trompete, que é opcional.

Na década de 50, a salsa atinge o auge em Cuba, com o aparecimento do incomparável músico Benny Moré, acompanhado pela Banda Gigante. Até hoje ele é o ícone salseiro entre os adeptos deste estilo musical. Depois da vitória de Fidel Castro, em 1959, e do bloqueio econômico à ilha, a salsa segue adiante em dupla jornada – no interior de sua terra natal e fora de Cuba, especialmente em Nova York.

• Ballet

O Ballet Nacional de Cuba, fundado e ainda dirigido pela Prima Ballerina Alicia Alonso [nascida em 1920], é considerado uma das melhores companhias de ballet internacionais. Alonso, em conjunto com o seu marido, Fernando, criou uma companhia com uma identidade nacional única, conhecida por formar e fazer evoluir dançarinos em desenvolvimento com uma incomparável capacidade técnica e artística. A companhia atua no Gran Teatro de La Habana.

8.3 – ARTE

Artes Visuais

A pintura tem uma história sólida neste país. Foram deixadas marcas europeias tradicionais no poço de energia criativa que veio a tornar-se a sede da Academia de Belas Artes San Alejandro em 1818. Na década de 1920, uma forma de arte verdadeiramente cubana encontrou a sua expressão vanguardista. La Gitana Tropical [1929] de Víctor Manuel, exibida hoje no Museo Nacional de Bellas Artes em Havana, é considerada uma das peças basilares da arte moderna cubana. O movimento Vanguardia [1927-1950] transmitiu o modernismo através de uma perspective nitidamente cubana que reflectia temas afro-caribenhos nas cores e gentes da ilha. Wilfredo Lam [1902-1982] continua a ser o mestre mais conhecido de Cuba deste período. A impressão e as artes gráficas originalmente desenvolvidas para apoiar as indústrias do tabaco e do açúcar. Na década de 1960, a arte gráfica ganhou autonomia, reflectindo os ideais e as aspirações da Revolução. Os exemplos desta forma de arte podem ser vistos, actualmente, em posters e murais por toda a ilha. Também a fotografia foi muito importante nos anos iniciais da Revolução. Em especial, as imagens icónicas de Fidel Casto e Che Guevara, capturadas por Alberto Korda [nascido Alberto Díaz Gutiérre, 1928-2001], definiram visualmente a Revolução. Guerrillero Heroico, a imagem de Che, capturada por Korda na década de 1960, foi reproduzida talvez mais vezes do que qualquer outra fotografia no mundo. A arte contemporânea cubana está a florescer, e está em exibição em galerias de todo o país. A não perder: o Museo Nacional Palacio de Bellas Artes, o Centro de Desarrollo de Artes Visuales e o Centro Wilfredo Lam em Havana.

• Cinema

Os cubanos começaram a explorar a inexperiente indústria cinematográfica em 1897; no entanto, a Idade do Ouro dos filmes teria de esperar até à Revolução. O Instituto de Filmes Cubano foi fundado em 1959, com o objetivo de desenvolver um cinema cubano único e tornando-o acessível ao povo. Ao longo da década de 1960, um movimento conhecido como Cinema Imperfeito lançou filmes documentários e curtas-metragens, filmadas em películas de 8 mm ou 16 mm e, frequentemente, com câmaras de mão. Estes filmes grandemente elogiados tornaram-se a génese do Novo Cinema Latino-Americano. Atualmente, há cinemas espalhados pela ilha e ir ao cinema é um passatempo nacional. Continuam a ser feitos filmes provocadores, incluindo o aclamado internacionalmente Fresa y chocolate [1993], realizado por Tomas Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío. Todos os anos, o Festival Internacional del Nuevo Cine Latino americano de La Habana chama a atenção mundial para o novo cinema cubano.

8.4 - LITERATURA

Quem visita Cuba não pode deixar de ver ou ouvir o nome José Martí [1853 – 1895], o herói da independência de Espanha e grande nome da literatura. A sua imagem está patente em estátuas e memoriais presentes, não só em Cuba, mas também noutros países. Em honra dele temos o Aeroporto Internacional José Martí em Havana, a cidade Martí e inúmeras ruas por toda a ilha. Poeta, jornalista, ensaísta, novelista, tradutor, professor e filósofo, é extremamente notável e é o alicerce que sustenta a identidade nacional cubana.

“Todas as pessoas têm o direito à educação; e, depois, em troca, têm a obrigação de educar os outros”

(José Martí)

Após a Revolução, o governo adotou as palavras de Martí e instituiu uma campanha coletiva em 1961 que resultou no princípio da literacia universal em toda a ilha. Hoje em dia, os cubanos amam a palavra escrita – a Feira Internacional do Livro Cubana, organizada anualmente desde 1991, é a maior da América Latina. Em que outro lugar do mundo se poderia constatar que o leitor oficial (de notícias, poesia e literatura) seria um trabalhador em fábricas de tabaco?

Quando a versão corrigida postumamente do clássico cubano Paradiso, datado de 1966, de Jose Lezama foi lançada em 1991, gerou um frenesim digno de um concerto de rock. Lezama Lima [1910-1976] foi um elemento central do Grupo Orígenes, um colectivo de autores e artistas associados à influente revista Orígenes em 1944. O dramaturgo Virgilio Piñera foi outro membro importante do grupo. Maior do que a própria vida, Lezama Lima influenciou gerações de escritores cubanos; e o centenário do seu nascimento faz parte da lista de aniversários a comemorar em 2010-11 da UNESCO.

Nicolás Guillén [1902-1989] foi poeta nacional amado por toda a Cuba e o presidente fundador da associação de escritores e artistas cubanos. Guillién captou o espírito da vida afro-cubana na cadência da música son.

Alejo Carpentier [1904 2008], conhecido pelo seu conceito de lo real maravilloso [o maravilhoso na vida], escreveu num estilo inovado que capturou as ironias do exótico na vida real.

São muitos os escritores contemporâneos, como Rogelio Riveron, que ganhou o Prémio Italo Calvino [2008] e o Prémio Julio Cortazar [2007], Adelaida Fernández de Juan, Jose Manuel Prieto, Abel Prieto, Abilio Estévez e Ena Luceia Portela.

8.5 - RELIGIÃO

A religião em Cuba reflete os diversos elementos culturais da ilha de Cuba, que é tradicionalmente um país católico, mas geralmente o catolicismo lá praticado é muito modificado e influenciado pelo sincretismo. Uma crença comum sincrética, é a Santeria, que se originou em Cuba, e se espalhou para ilhas vizinhas, que mostra semelhanças com a Umbanda do Brasil e tem recebido um grau de apoio oficial. A Igreja Católica Romana estima que 60% da população é católica. A quantidade de membros em igrejas Protestantes é estimado em 5 por cento. Algumas religiões presentes são: Batista, Pentecostal, Testemunhas de Jeová, Adventista do Sétimo Dia, Presbiteriana, Anglicana, Episcopaliana, Metodistas, Soiedade Religiosa de Amigos (Quakers), e Luterana. Outros grupos incluem a Igreja Ortodoxa Grega, a Igreja Ortodoxa Russa, Muçulmanos,Judeus, Budistas, Fé Bahá'í, e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons). A imigração chinesa trouxe o Budismo, Confucionismo e Taoísmo. O restante da população é ou não praticante de qualquer religião particular, ateu ou agnóstico.

Após a Revolução de 1959, Cuba se tornou oficialmente um ateísmo de estado e a prática religiosa restrita. De 1959 a 1961 oitenta por cento dos padres católicos e ministros protestantes profissionais deixaram Cuba para os Estados Unidos. As relações entre o novo governo e congregações foram tensas, o novo governo cubano era muito restrito e suspeitava de operações da igreja, culpando-os de colaboração com a CIA durante a Invasão da Baía dos Porcos e armazenamento de armas prevendo uma "contra-revolução".

As relações do governo de Fidel Castro com a Igreja Católica tem passado por momentos distintos. Até há alguns anos, os católicos não podiam fazer parte do Partido Comunista de Cuba, atualmente não é assim, e vários membros do Conselho de Igrejas de Cuba são deputados. É habitual que as igrejas sejam aproveitadas para realizar atividades comunitárias.

Desde 1992, as restrições foram flexibilizadas e desafios diretos pelas instituições estatais para a direita para se liberar um pouco, embora a igreja ainda enfrente restrições de escrita e comunicação eletrônica, e só podem aceitar doações de estado de fontes de financiamento aprovadas.

A Igreja Católica Romana é composta pela Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC), liderada por Jaime Lucas Ortega y Alamino, o Cardeal Arcebispo de Havana. Tem onze dioceses, 56 ordens de freiras e 24 ordens de sacerdotes.

Em janeiro de 1998, Papa João Paulo II faz uma histórica visita à ilha, a convite do governo cubano e a Igreja Católica.

Em 20 de outubro de 2008, a primeira igreja russa em Cuba é aberta durante uma cerimónia oficial na presença de Raul Castro.

Grande parte da cultura cubana mostra a influência dos sincretismos como a santeria, que interpreta os santos católicoscomo divinidades africanas da religião yoruba.

Outras tradições religiosas

Raízes

O processo da formação das distintas religiões em Cuba está marcado principalmente pelo sincretismo religioso. Esta baseia-se na ligação de várias religiões e culturas, que basicamente derivam das religiões africanas e do catolicismo espanhol. Antes de 1742 a religião em Cuba era muito primitiva. Os nativos tinham alguns rituais simples para atrair a chuva e melhorar as culturas. Em virtude de não haver um idioma desenvolvido entre os grupos nativos que povoavam a ilha pesquisadores basearam-se em restos encontrados nas zonas montanhosas como pequenos ídolos de pedra ou madeira, para afirmar que adoravam alguns elementos da natureza como a água e o fogo.

Religiões africanas

É registrado que no período compreendido entre 1801-1865 foi a maior entrada de escravos em Cuba. Como resultado, essas pessoas que tiveram seus costumes arrebatados, cultura e ideologias se veem praticamente obrigadas a resgatar de alguma forma suas tradições. Esta forma não é outra que o sincretismo religioso. Aos escravos era proibido praticar sua religião e eram obrigados a reverenciar aos santos católicos, por isso começaram a denominar estes santos como seus próprios ídolos, por exemplo Santa Bárbara é também conhecida como Chango, la Virgen de la Caridad é chamada de Ochun etc. Embora a sociedade cubana ser oficialmente formada de ateus, uma grande proporção da população práticaSanteria ou Regla de Ocha.

Estas são religiões consideradas por alguns como politeista, que cada pessoa que nasce estaria sob a proteção de um santo ou Orisha que devem reverenciar por vida através de alguns sacrifícios. Estes sacrifícios baseiam-se na oferenda de algum tipo de comida correspondente ao Orisha, tocar o instrumento que lhe agrada, e inclusive dançar para seu santo. Os sacerdotes desta religião são conhecidos como santeros ou santeras, e a autoridade superior é ocupada pelos babalaos da Regla de Ocha, aqueles que são sacerdotes especializados que realizam estudos e depois de uma série de rituais alcançam esta posição de preferência.

Sincretismo

A Santería foi desenvolvida fora das tradições Yoruba, um dos povos africanos, que foram importados para Cuba durante os séculos 16 a 19 para trabalhar nas plantações de cana de açúcar. A Santeria combina elementos do cristianismo e das crenças da África Ocidental e, como tal, tornou possível para os escravos manter as suas crenças tradicionais, enquanto mostravam praticar o catolicismo.

La Virgen de la Caridad del Cobre (Nossa Senhora da Caridade) é a padroeira de Cuba, e é muito venerada pelo povo cubano e vista como um símbolo de Cuba. Na Santeria, ela foi sincretizada com a deusa Ochún. O importante festival religioso "La Virgen de la Caridad del Cobre" é celebrado anualmente pelos cubanos em 8 de setembro. Outras religiões são praticadas Palo Monte, e Abakuá, que têm grande parte da sua liturgia em línguas africanas. Alguns orixas mais populares:

• Eleggua: É conhecido por ser o guardião dos caminhos. Eleggua é invocado primeiro antes de iniciar qualquer ritual. Ele é reconhecido por punir aqueles que não o reverenciam e lhe são atribuídos os números 3 e 21, e as cores preto e vermelho.

• Obatalá: É considerado o criador do mundo e pai de todos os orishas bem como o deus da paz. Seus números são 8 e 16 e lhe atribuem a cor branca.

• Yemayá: É a rainha dos mares e protetora das mães. É prudente e sábia. Seu número é o 7 e suas cores o azul e o branco. É sincretizada com "la Virgen de Regla".

• Oshun: É a rainha dos rios, dos lagos e do ouro. É conhecida por muito sensual e doce. Seus colores são e amarelo e o dourado e seu número o 5. É sincretizada com "la Virgen de la Caridad".

8.6 - CULINÁRIA

A gastronomia de Cuba é conhecida por sua grande capacidade em misturar com maestria influências de outras culturas, uma vez que sua essência é feita com os ingredientes típicos da região, mas com um toque da gastronomia espanhola e africana, fazendo com que a gastronomia de Cuba adquira toques e sabores diferenciados, com os temperos espanhóis e a excentricidade africana.

A maioria das receitas é feita com peixes e frutos do mar, e muito disso é devido a localização de Cuba, uma ilha entre dois ricos oceanos. Os restaurantes do país geralmente servem estes pratos acompanhados de arroz, feijão, banana e yuca (a famosa mandioca, no Brasil), estes acompanhamentos são à base da gastronomia de Cuba e dão origem a diversos outros pratos montados com misturas e influências de outros países.

Em muitos restaurantes, inclusive os que existem nos próprios resorts, encontramos o Ajiaco, o principal prato consiste em uma mistura feita com os produtos típicos de Cuba, dando origem a um ensopado à base de carne de porco, com arroz, yuca, milho, batata doce e abóbora. Além destes ingredientes, o que marca o Ajiaco é seu marcante tempero, com cebola, tomate, alho, salsinha, sal e pimenta.

Outro atrativo são os doces, muitos feitos a base de frutas secas e quase sempre levando canela, o que dá um toque e sabor especial aos doces. Em muitas docerias da cidade encontramos o tradicional bolo cubano, um bolo que leva em sua receita coco, farinha, fermento, canela, leite e açúcar, com sabor especial e textura maravilhosa. Outra sobremesa famosa na e que é bastante pedida pelos turistas é o Flan, um pudim à base de creme de leite, maria mole e leite condensado. O Flan não é uma exclusividade da gastronomia cubana, porém, podemos dizer que o Flan cubano é uma marca registrada de Cuba, assim como o alfajor é para a Argentina. Por isso, vale a pena experimentar.

Não podemos esquecer que Cuba é famosa também por suas bebidas à base de rum e outros destilados típicos do Caribe. O mojito e o daiquiri são as especialidades dos muitos bares e casas de salsa da ilha, e variações em suas preparações é o que não falta.

• Cultura do Café

Numa casa cubana, é impensável não oferecer uma chávena de café a um visitante. O café faz parte do tecido social da ilha desde que os plantadores franceses em fuga do Haiti no século XVIII transformaram o grão imigrante numa cultura viável nas montanhas de Pinar del Río e Serra Maestra. Tomar um café é um ritual diário que permite socializar com os outros. Os cubanos gostam do café forte, logo pela manhã, depois das refeições e em encontros sociais. Por ser forte, as doses são servidas em chávenas.

• Café Cubano ou caficito é um expresso cubano misturado com açúcar durante a infusão.

• Coradito é um expresso com uma quantidade variável de leite vaporizado.

• Café con Leche é café com leite quente.

• Colada é café Cubano pronto para ser partilhado. É servido numa caneca grande com pequenas chávenas a acompanhar para distribuir.

8.7 – MÚSICA

A música de Cuba tem a sua origem na Europa e em África. A chegada de milhares de escravos africanos à ilha, ao longo de trezentos anos, foi o ponto de partida para várias formas musicais. Enraizada nos ritmos africanos, a cena musical do país deve-se à herança espanhola dos tempos coloniais. A sonoridade cubana energética influenciou profundamente os estilos musicais de todo o mundo, um impacto que se verifica ainda nos dias de hoje. Estilos de dança únicos, relacionados com diferentes tipos de música, foram-se cruzando, evoluindo para novas formas de expressão.

• Canción Cubana Bolero

O compasso lento do bolero cubano é diferente do seu homônimo espanhol. O criador do bolero cubano foi um habitante de Santiago de Cuba, José ‘Pepe’ Sánchez (1856–1918), também conhecido como o pai do estilo trova. Abençoado com um talento espantoso, o autor compôs as música de cabeça e nunca as escreveu em papel. Felizmente, os seus amigos e seguidores gravaram cerca de duas dúzias das suas composições e estas continuam a ser ouvidas hoje, imortalizadas nas letras de vários espetáculos de son, danzón, mambo e cha-cha-chá.

• Casino

Casino, um gênero onde os bailarinos não se preocupam com “el que diran” [o que as pessoas dirão] e concentram-se na diversão, nasceu dodanzón , do son e de danças afro-cubanas como o guaguanco, mambo e o cha-cha-chá. A Rueda de Casino [literalmente Roda da Dança] começou em Cuba, em meados do século XX, e é valorizada pelas variações da dança que se vêm em Miami e em outras partes do mundo. Enquanto alguns dos passos efectuados pelos bailarinos de casino são graciosos e complexos, muitos são inventados para tornarem a dança mais divertida.

• Cha-Cha-Cha

Poucos são os géneros de música que podem ser atribuídos a um único compositor. No entanto, Enrique Jorrín apercebeu-se de que a sua audiência respondia efusivamente aos refrões curtos, proferidos pelos cantores. Sendo uma variação do mambo, este género musical (originalmente conhecido como mambo-rumba) foi designado a partir do som dos pés dos bailarinos que batiam no chão em três batidas sucessivas: cha-cha-chá.

• Conga

A muitos quilômetros de distância da costa cubana, o Congo Belga surge como uma fonte de inspiração improvável para o distinto som cubano. Com uma grande variedade de instrumentos, incluindo de percussão (conga, tumbador e quinto), chocalhos, frigideiras e outros objetos de metal, os ritmos da conga começaram a florescer durante as festas celebradas pelos escravos africanos, durante o período colonial espanhol em Cuba. A conga tem um papel fundamental no processo histórico da música cubana e os seus ritmos cativantes abriram caminho a inúmeros bailarinos de charanga e parranda.

• Danzón

As noites quentes de Cuba possuem uma essência transformacional muito própria. Mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, a sua forma mágica parece transbordar de transformações. Surgiu, então, uma das categorias mais populares de Cuba: o Danzón. No final de 1700, após a revolução sangrenta do Haiti, muitos colonos haitianos e franceses partiram para Cuba. Com eles veio a Contradanza - a sua música de dança tradicional baseada em ritmos europeus. Uma vez exposta às formas naturalmente sedutoras de Cuba, a Contradanzaevoluiu para Danza, da qual nasceu o Danzón e onde continua a ser uma das duas mais importantes categorias da música popular cubana – sendo que o Son é a segunda categoria. Apesar do Danzón ter desenvolvido e modificado em muitos aspectos desde o final do século XIX, muita da sua estrutura original mantém-se; o Danzón tornou-se uma forma de arte verdadeiramente única. Em 1879,quando Miguel Failde Perez deu vida ao Danzón, compôs uma Introdução (quatro barras) e um Paseo (quatro barras), que são repetidas e seguidas por uma melodia de 16 barras. Os bailarinos não dançam durante estas secções: escolhem parceiros, deslizam para a pista e começam a dançar todos ao mesmo tempo: o quarto compasso da barra quatro do Paseo, que tem um padrão de percussão que é fácil de acompanhar. Quando a introdução é repetida, os bailarinos param, conversam, namoriscam, cumprimentam os amigos e começam novamente, em simultâneo com o final do Paseo.

• Jazz Cubano

Durante os anos 20, a cena musical cubana estava a florescer. Ao mesmo tempo, o jazz americano estava a crescer, nomeadamente em Nova Orleães, e as primeiras bandas de jazz começaram a tocar jazz cubano ou latino nas discotecas e nos hotéis da ilha. O director das bandas de jazz cubano, e pioneiro entre outros músicos de jazz, foi o mestre Armando Romeu, que conduziu as conhecidas orquestras Bellamar e Tropicana.

• Mambo

Apesar da sua sonoridade africana, o mambo é originário do danzón com inspiração europeia. O som adquiriu essa designação a partir de uma composição de Orestes López em 1938. Com a adição da energia do baixo das big bands dos anos 40, o danzón transformou-se em bandas de mambo e uma nova sensação de estilo de dança espalhou-se por todo o mundo. Claro que ninguém poderia dançar o mambo da forma como os cubanos o faziam e a versão internacional perde impacto, comparada com a original, mesmo nos dias de hoje. O indiscutível «rei do mambo» foi Benny Moré (1919-1963), cujo local de nascimento é Santa Isabel de la Lajas, na província de Cienfuegos e é palco do Festival Internacional de Música Benny Moré.

• Música Afrocubana

Apesar de toda a música cubana ter sofrido influências africanas, amúsica afrocubana tem raízes específicas e bem assentes nos escravos africanos de Cuba. Estilos como a conga e a rumba derivam, quase totalmente, dos padrões de percussão dos rituais religiosos afro-cubanos. Por outro lado, os estilos musicais, como o son, que combina influências espanholas e africanas, é melhor designado por crioulo.

• Música Campesina

Apesar de ter sido uma influência importante no moderno son,a música campesina [música country] está a desvanecer enquanto influência musical. Em todas as suas formas, a música campesina envolve guitarra, alguma percussão e, ocasionalmente, um acordeão. O género tem sido revisitado em estilos, letras, temas e arranjos novos,

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