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DA FORMAÇÃO À CONTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE: CONTITUINDO-SE EDUCADOR DE JOVENS E ADULTOS

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Por:   •  25/5/2013  •  1.031 Palavras (5 Páginas)  •  1.079 Visualizações

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DA FORMAÇÃO À CONTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE: CONTITUINDO-SE EDUCADOR DE JOVENS E ADULTOS

Gisele Aparecida Silva

Introdução

O interesse em pesquisar a construção da identidade do professor da Educação de Jovens e Adultos surgiu quando comecei a fazer observações em turmas de EJA. Incomodava-me ver a maneira como os educadores agiam, uns tratavam os alunos com superioridade, outros mal sabiam o nome dos próprios alunos. Essas observações coincidiram com o projeto de extensão “Rodas de Formação” do qual faço parte, onde trabalhamos diretamente com professores da EJA. Logo no primeiro encontro lembro que discutimos sobre como eles se constituíam professores da área e a maioria se dizia professor polivalente, ou seja, era educador, pai, mãe, amigo, tudo ao mesmo tempo. Porém, não vi isso na sala de aula, o discurso era um e a prática outra. Esta situação acarretou muitas indagações: Por que um professor assume uma modalidade de ensino sem ao menos conhecê-la? O que fez esses professores irem para uma turma de EJA? Como foi sua formação profissional? E o que os faz permanecer atuando na mesma?

Percebi, durante os encontros, que muitos dos professores não tinham estudado EJA na sua formação, uns estavam nela por conta da carga horária, uns por que precisavam de hora extra e outros simplesmente por que foram remanejados. Não pretendo em momento algum responsabilizar o educador da EJA como o único culpado pela péssima configuração em que ela se encontra e sim buscar entender o que leva estes profissionais a se constituírem como educadores de jovens e adultos.

É a partir dessas indagações que pretendo investigar a construção da identidade do educador da EJA.

JUSTIFICATIVA

Se procurarmos no dicionário outro sentido para a palavra “identidade” que não seja uma identificação pessoal (RG), encontraremos que é um conjunto de características que um indivíduo possui. Assim, pode-se dizer que identidade profissional diz respeito ao que você é e como se posiciona em relação a sua área de atuação. No caso do educador, a forma como se relaciona com seus alunos, como desenvolve sua prática, a reflexão sobre sua própria práxis e todas as experiências pessoais e profissionais vivenciadas contribui para a construção da identidade docente.

No caso dos educadores, a “identidade se apresenta como espaço de construção de maneiras de ser e estar na profissão” (NÓVOA, 1995 apud FARIAS et al., 2009, p.59). Para Fariaset al. (2009), a construção da identidade é um processo sócio-histórico vinculado a humanização do homem, ressaltando a história de vida, a formação e a prática docente como elementos constituintes do processo identitário profissional do professor. Neste caso, a identidade não é algo externo, que pode ser adquirido e, sim, um processo de construção do sujeito historicamente situado (PIMENTA, 2002 apud FARIAS, 2009, p.59).

Levantadas algumas considerações sobre o que vem a ser identidade docente, voltemos nosso olhar para a identidade do profissional que atua na Educação de Jovens e Adultos. A EJA teve sua história gerada no seio dos movimentos sociais, vinculados à educação popular. É uma modalidade que embora tenha se tornado um direito, ainda é marcada pelo caráter supletivo e compensatório. Os sujeitos que a compõe ainda são taxados como incapazes,são considerados fracassados socialmente e condenados à exclusão. Por isso, a necessidade de investigar a construção da identidade do educador que atua nessa área.

Segundo Soares (2006), as ações das universidades com relação a formação do educador de Jovens e Adultos ainda são tímidas. A formação recebida em muitas universidades é feita por meio de treinamentos e cursos aligeirados. Balem (2001) aponta que ao analisar a imagem do professor da EJA, um dos problemas fundamentais refere-se à falta de formação adequada de seus educadores e, para um grande número, o trabalho como Educador de Jovens e Adultos é a primeira experiência docente, o que dificulta o processo de ação-reflexão. Os professores que trabalham na EJA, em sua quase totalidade, são professores leigos ou recrutados no próprio corpo docente do ensino regular. (HADDAD, 1994 apud SOARES,

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