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DROGAS VEGETAIS COM AÇÃO ANTIINFLAMATORIA E HORMONAL

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Por:   •  31/5/2014  •  6.733 Palavras (27 Páginas)  •  299 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios as plantas são utilizadas para fins medicinais. Um fato que demonstra, de certa forma, o impacto que as plantas medicinais exerceram sobre nosso atual entendimento sobre drogas – termo usado para denotar qualquer substância química, de uso terapêutico ou não – é a origem da palavra droga, do francês ´´drogue``, que significa erva seca (Lüllmann, 2005). Ainda hoje as plantasmedicinais são bastante utilizadas pela população. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), devido à pobreza e falta de acesso aos medicamentos industrializados, 80% da população, principalmente em países subdesenvolvidos, faz uso de plantas medicinais no combate primário às doenças (Farnsworth et al., 1985). O uso de produtos naturais é certamente uma das estratégias mais bem sucedidas na descoberta de novos fármacos, dado comprovado pela maioria das inovações produzidas pelas grandes indústrias farmacêuticas nos últimos 50 anos (Ferris, 2001; Newman e Cragg, 2007). A natureza, de forma geral, tem produzido a maioria das substâncias orgânicas conhecidas. A pesquisa com plantas medicinais é o que tem contribuído de forma mais significativa para o fornecimento de metabólitos secundários, muitos destes de grande valor agregado devido às suas aplicações como medicamento, cosméticos, alimentos e agroquímicos (Phillipson e Anderson, 1989; Pinto et al., 2002). A grande diversidade química das plantas faz delas a fonte de escolha para o isolamento de metabólitos farmacologicamente relevantes (Basso et al., 2005). Aproximadamente 25% das drogas prescritas em todo o mundo são 2 oriundas de plantas, enquanto 11% das 252 drogas consideradas básicas e essenciais pela OMS derivam exclusivamente de plantas (Rates, 2001).

DESENVOLVIMENTO

A fitoquímica (química dos vegetais), que se encarrega de estudar estas substâncias ativas, a sua estrutura, a sua distribuição na planta, as suas modificações e os processos de transformação que se produzem no decurso da vida da planta, durante a preparação do remédio vegetal e no período de armazenagem. A fitoquímica está em estreita ligação com a farmacologia (estudos dos efeitos das substâncias medicinais sobre o organismo humano, do mecanismo e da velocidade da sua ação, do processo de absorção e eliminação, das suas indicações, isto é, do uso contra determinadas doenças). A farmacologia, por seu lado, é indissociável da medicina clínica. Ainda segundo ROCHA (1998), as substâncias ativas das plantas medicinais são de dois tipos: os produtos do metabolismo primário (essencialmente sacarídeos), substâncias indispensáveis à vida da planta que se formam em todas as plantas verdes graças à fotossíntese; o segundo tipo de substâncias é composto pelos produtos do metabolismo secundário, ou seja, processos que resultam essencialmente da assimilação do azoto (nitrogênio amoníaco). Estes produtos parecem frequentemente ser inúteis a planta, mas os seus efeitos terapêuticos, em contrapartida, são notáveis. Trata-se designadamente de óleos essenciais (ou essências naturais), resinas, alcalóides como os do ópio. Geralmente, estas substâncias não se encontram na planta em estado puro, mas sob a forma de complexos, cujos diferentes componentes se completam e reforçam na sua ação sobre o organismo. No entanto, mesmo quando a planta medicinal só contém uma substância ativa, esta tem sobre o organismo humano um efeito mais benéfico que o produzido pela mesma substância obtida por síntese química. Esta propriedade apresenta um grande interesse para a fitoterapia, tratamento através das plantas ou das substâncias de origem vegetal. A substância ativa não é unicamente um composto químico, mas apresenta também um equilíbrio fisiológico, é mais bem assimilada pelo organismo e não provoca efeitos nocivos. É nisso que reside a grande vantagem da medicina natural. Segundo ACCORSI (1994), os laboratórios farmacêuticos de manipulação preparam os produtos fitoterápicos com os princípios ativos extraídos das plantas medicinais. Quando os princípios ativos causam intoxicações no homem ou em animais, as plantas são denominadas venenosas ou tóxicas. A única distinção entre plantas medicinais e plantas tóxicas está nos efeitos, no organismo, dos seus princípios ativos. Os princípios ativos são extraídos dos órgãos das plantas pelos métodos indicados pela farmacologia, com os quais preparam os remédios vegetais ou fitoterápicos. Pode citar-se como exemplo o ópio, látex seco das cápsulas da dormideira (Papaver somniferum ou papoula-dormideira), contendo, entre muitas substâncias, um grande número de alcalóides importantes. Cada alcalóide isolado tem uma ação totalmente diferente do ópio no seu conjunto e provoca, no organismo humano, efeitos específicos, típicos e originais (efeitos farmacológicos). O mesmo se passa com os glucosídeos da digital. Toda uma série de métodos modernos permitem por em evidência a presença nos vegetais de determinadas substâncias. Em primeiro lugar, o estudo microscópico, relativo à estrutura anatômica e morfológica do corpo vegetal (atlas microscópicos das drogas vegetais), depois os métodos físicos, como a microsublimação, que consiste em aquecer uma pequena quantidade de droga e fixar sobre um vidro as emanações, que são em seguida analisadas através de métodos químicos. Certas substâncias podem ser detectadas pela sua fluorescência quando iluminadas por uma lâmpada de mercúrio. As técnicas especiais da química qualitativa e quantitativa permitem também despistar a presença de determinada substância. Estes métodos são descritos em artigos especializados, obedecem a normas estabelecidas a nível nacional e às exigências relativas a qualidade das plantas medicinais. A natureza química da droga é determinada pelo seu teor em substâncias pertencentes aos seguintes. Principais grupos: alcalóides, glucosídeos, saponinas, princípios amargos, taninos, substâncias aromáticas, óleos essenciais e terpenos, óleos gordos, glucoquininas, mucilagens vegetais, hormonas e anti-sépticos vegetais - ROCHA (1998) Em síntese, Segundo FURLAM (1998), uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que têm ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e, na maioria das vezes, não se sabe quais destes realmente estão atuando.

Droga vegetal é o nome dado à planta medicinal ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada, de acordo com a farmacopéia brasileira e da Resolução ANVISA RDC nº 48,

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