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Desenvolvimento Economico

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Por:   •  27/9/2013  •  2.460 Palavras (10 Páginas)  •  225 Visualizações

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Universidade Anhanguera – UNIDERP

Centro de Educação a Distância

Atividade prática supervisionada

Desenvolvimento Econômico

Lavras/MG

2013

1. Introdução

A sigla BRICS refere-se ao bloco econômico constituído pelos seguintes países de economia em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que possuem características socioeconômicas parecidas. Na verdade, trata-se mais de um grupo de cooperação entre países do que um bloco econômico como a União Européia.

Mesmo com suas limitações, o BRICS é um passo muito relevante na estrutura da economia contemporânea. São cinco países com culturas e sistemas políticos bem diferentes mas que superaram estas mesmas diferenças em busca de um maior apoio comum no cenário internacional e a luta por interesses convergentes.

Se o objetivo maior de toda organização ou agrupamento econômico é o desenvolvimento socioeconômico, por ora, certamente, o BRICS ainda é tímido no cenário internacional e suas contribuições difíceis de se atestar, mas possui um potencial enorme de gestão que, se bem administrado, poderá se transformar em um bloco econômico de grande relevo capaz de assegurar seus interesses.

Neste sentido, a presente pesquisa bibliográfica analisará o conceito de desenvolvimento no sistema capitalista e o papel do BRICS no cenário global, levando em consideração as peculiaridades de alguns de seus membros quanto ao desenvolvimento socioeconômico.

2. O conceito de Desenvolvimento Econômico

Tal como o conceito de progresso, o conceito de desenvolvimento também é um conceito construído historicamente. Devido a isso, torna-se inviável um conceito desvinculado às estruturas socioeconômicas de determinada época. Desta forma, para Bresser-Pereira (2006):

Essencialmente o desenvolvimento econômico é o processo histórico de crescimento sustentado da renda ou do valor adicionado por habitante implicando a melhoria do padrão de vida da população de um determinado estado nacional, que resulta da sistemática acumulação de capital e da incorporação de conhecimento ou progresso técnico à produção. Nestes termos, o desenvolvimento econômico é um processo de transformação que implica mudanças nos três níveis ou instâncias de uma sociedade: estrutural, institucional ou cultural (BRESSER-PEREIRA, 2006, p.9).

Esta definição do autor revela que o desenvolvimento econômico não é constituído apenas pelo crescimento da economia do país mas também tem um aspecto social muito importante: a melhoria dos padrões de vida; um indicador cada vez apreciado pelos analistas.

Como conceito histórico, o desenvolvimento para o mesmo autor, só fora criado a partir da gênese e difusão do sistema capitalista, a partir do século XI na Europa ocidental. Nesse sentido, a primeira etapa deste processo foi a Revolução Agrícola com a invenção de arados de ferro capazes de cultivar as terras mais altas e férteis, produzindo o excedente de mão de obra, transferida para outras atividades como o comércio e a manufatura. O próximo passo foi a Revolução Comercial do século XII, com a criação de cidades-estados comercializando produtos de luxo entre as feiras da Europa e os polos orientais. Nesse ínterim, surge uma nova classe social, a burguesia, que patrocina a navegação e o comércio internacional. Contudo, foi na criação dos Estados Nacionais a partir do século XV que os interesses capitalistas desta classe emergente são assegurados, através da segurança e do monopólio estatais. Essa foi a principal condição para a constituição do capitalismo industrial, conforme revela o autor:

Para que a industrialização ocorresse em cada país não bastava que a região estivesse organizada em cidades-estado burguesas. Para que ganhasse caráter de auto-sustentação, configurando um efetivo desenvolvimento econômico, foi necessária a formação concomitante dos grandes estados e dos grandes mercados nacionais. [...]

Através da definição de fronteiras seguras, os estados nacionais modernos estavam criando as condições necessárias para que os empresários investissem na indústria e no progresso técnico. Os antigos comerciantes podiam investir no mercado de longa distância, que existia desde tempos imemoriais, mas a riqueza que daí provinha era eminentemente instável. Os comerciantes que dão origem à burguesia moderna começam a investir em manufaturas, mas seu investimento é limitado, continuando a produção a se organizar de forma tradicional. Já o investimento na indústria, envolvendo custos pesados e a adoção de técnicas modernas de produção, só podia ocorrer no quadro um grande mercado assegurado por um estado-nação (BRESSER-PEREIRA, 2006, p.3-4).

Com o advento da Revolução Industrial, cria-se a dicotomia global de nações industrializadas e outras não-industrializadas ou em processo incipiente de industrialização. Esse processo gerou a bem conhecida situação de imperialismo nos séculos XIX e XX, em que os países em desenvolvimento são dependentes economicamente dos mais desenvolvidos.

Nesse contexto de dependência, países com grande potencial de investimento resolveram se unir para lutar por interesses comuns como é o caso do BRICS.

3. O BRICS: evolução histórica

Como visto anteriormente, o BRICS é um agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Não se trata de um bloco econômico ou uma instituição internacional, mas de um mecanismo internacional na forma de um agrupamento informal, ou seja, não registrado burocraticamente com estatuto e carta de princípios, conforme revela o Ministério das Relações exteriores:

Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2012).

Em 2001, o economista Jim O´Neil formulou a expressão BRICs (com “s” minúsculo no final para designar o plural de BRIC), utilizando as iniciais dos

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