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Direitos Humanos

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Por:   •  16/10/2014  •  604 Palavras (3 Páginas)  •  146 Visualizações

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Gênero e pobreza: desigualdades entrelaçadas

O enfoque de gênero no estudo da pobreza levou à revisão dos métodos mais convencionais de medição e à exploração de

novas formas, dando uma contribuição significativa ao atual debate sobre o tema. As medidas de renda familiar não

capturam as dimensões intrafamiliares da pobreza, porque assumem uma distribuição eqüitativa dos recursos entre seus

membros e consideram que todas as pessoas são igualmente pobres.

Equipe de pesquisa do Social Watch*

Embora a metodologia de medição da pobreza não

permita que o gênero seja refletido nas estatísticas

oficiais ou nas estratégias de redução da pobreza,

ambos estão inextricavelmente vinculados.

A despeito das freqüentes menções ao gênero

como um tema transversal em muitas estratégias,

é um tópico que, na prática, recebe pouca atenção

nos planos de ação e nos projetos de desenvolvimento

específicos. A pobreza afeta homens,

mulheres, meninos e meninas, porém essa experiência

é vivida de forma diferente por pessoas de

idades, etnias, papéis familiares e sexos distintos.

Por causa da biologia e de seus papéis de gênero

sociais e culturais, além da subordinação culturalmente

construída, as mulheres enfrentam condições

desvantajosas, que acumulam e intensificam

os já numerosos efeitos da pobreza.

Os relatórios nacionais do Observatório da

Cidadania/Social Watch 2005 apresentam uma

série de argumentos e evidências sobre o vínculo

entre pobreza e gênero, as características das

mulheres pobres e os problemas que enfrentam

em relação aos homens pobres. Este texto tem

dois objetivos: esclarecer os problemas metodológicos

de medição da pobreza que escondem as

questões de gênero e mostrar isso por meio de exemplos

retirados dos relatórios nacionais. Não há

intenção de que os exemplos sejam representativos,

mas somente ilustrativos.1

Os trabalhos sobre a pobreza do ponto de vista

do gênero abrem uma nova perspectiva, que vem

ganhando importância desde a década de 1990.

Os estudos realizados dentro desse marco de referência

“examinam as diferenças entre os gêneros

nos resultados e processos que geram a pobreza,

focalizando especialmente as experiências das mulheres

e verificando se elas formam um contingente

desproporcional e crescente entre as pessoas

pobres. Esta ênfase implica uma perspectiva que

destaca duas formas de assimetrias que se cruzaram:

gênero e classe” (Kabeer, 1994).

As pesquisas que confirmam as desigualdades

entre os gêneros, especialmente no acesso e

no atendimento das necessidades básicas, dão

suporte à afirmação de que “a pobreza feminina

não pode ser incluída no mesmo enfoque conceitual

da pobreza masculina” (Kabeer, 1994). Em geral,

os indicadores de pobreza são baseados em informações

sobre a família, sem levar em conta as

grandes diferenças entre gêneros e gerações que

nela existem. Numa perspectiva de gênero, no

...

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