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Doentes Sociológicos E Doentes Biolegicos

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Por:   •  28/3/2014  •  849 Palavras (4 Páginas)  •  168 Visualizações

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DOENTES SOCIOLÓGICOS E DOENTES BIOLÓGICOS.

Inúmeros são os problemas modernos de desajustamento social, os quais precisam ser considerados cada vez mais em conjunto por médicos e por antropólogos para serem bem esclarecidos.

Todos supõem entender de assuntos sociológicos, propondo a solução de problemas, para os quais possuem remédios definitivos. Entretanto, doentes sociológicos são muito mais difíceis de serem atingidos por tais remédios do que doentes biológicos, pois raramente tendem a piorar sob a ação de um tratamento dirigido por um sociólogo improvisado. Um falso sociólogo, no entanto, com algo de louco, pode vitimar esse tipo de doente. Como exemplo, pode ser citado o que ocorreu com a Alemanha, em que fortes doses de nazismo racista acabaram por enlouquecê-la.

Esse é um dos pontos de semelhança entre a medicina e a sociologia: podem ser invadidas com facilidade por loucos que se façam de médicos ou sociólogos enlouquecidos.

Juntos, médicos, sociólogos e antropólogos podem, com proveito comum, se relacionar com o papel de representar a defesa do homem e de sua saúde contra aqueles desequilíbrios que proporcionem sofrimentos e desvantagens para esse homem situado socialmente e condicionado culturalmente.

Como tem sido hábito dizer, a saúde é um equilíbrio, um equilíbrio biossocial. Considerando-se o equilíbrio “saúde” ou “bem-estar”, a verdade é que tanto sociólogos quanto médicos, ao lidarem com problemas de saúde, lidam com problemas que têm a ver com valores para o homem, para culturas e sociedade.

A saúde existe como valor estimado e desejado para várias sociedades e culturas do ponto de vista socioeconômico, tido de forma mística ou mágica em alguns casos. Do ponto de vista socioeconômico, o indivíduo doente, “desequilibrado” – quando se entende saúde como equilíbrio -, faz falta ao seu grupo e pode fazer falta à sociedade, tornando-se, muitas vezes, em encargo.

Entre as sociedades e culturas, dentre as chamadas primitivas, atribui-se caráter místico e mágico à saúde, em que essa seria um favor de forças sobrenaturais a pessoas ou a grupos, enquanto a doença, pelo contrário, seria um desfavor.

Na cultura brasileira existem cultos e santos considerados protetores, cada qual com sua especialização sobrenatural em curar ou prevenir determinada doença. Daí procissões em torno de promessas a favor da saúde de muitos ou de alguns membros de um grupo contra doenças que os estejam prejudicando.

Em sociedades do tipo da brasileira, na sua configuração atual, é de interesse para o sociólogo da medicina observar o apreço pela saúde, as atitudes para com a saúde como valor socioeconômico, em particular, por meio de anúncios em jornais e revistas. Assim, um anúncio a respeito de um sabonete higiênico, não ressalta apenas essa virtude do produto, mas salienta que a mulher que dele se utilize “adquire uma sedução maior”, o que é realçado pela fragrância, componente que passa a ser fundamental, além de sua função principal que é a higienização. Quase todos os anunciantes modernos destacam em suas campanhas publicitárias o fato de corresponderem ao apreço do homem moderno civilizado por outros valores – beleza, atração sexual, felicidade doméstica, conforto material e mental -, sempre com a indicação de que, ao obter esses valores, a pessoa não será parte de um

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