Cuidados paliativos para doentes terminais

3. Cuidados paliativos para pacientes em fase terminal

Embasado em conceitos científicos da área da saúde, voltados para técnicas de cuidados paliativos a pacientes em fase terminal, pode-se perceber a participação ativa de psicólogos nesse setor a pedido da equipe médica, em busca de manter uma qualidade de vida, enquanto esse sujeito permanecer no hospital.

A ética e o cuidado ao paciente que tem como prognóstico a morte, mantêm uma estreita relação. Boff ressalta que o cuidado é uma atitude de ética mínima e universal, capaz até de prolongar a duração de vida do ser cuidado. Acrescenta, ainda, que o cuidado pode ter o poder, não só de prolongar a vida, mas, sobretudo, de melhorar sua condição para ser cuidado, mesmo no curto período de existência que lhe resta Boff(2003 apud Souza, 2005, p.731).

O psicólogo que esta está inseridao no ambiente hospitalar, com o papel de auxiliar a aceitação da morte para um paciente, deve ser recomendado pela equipe de saúde que cuida desse indivíduo, para que a análise não seja vista como algo invasivo e fora do controle do paciente que terá esse acompanhamento terapêutico.

“Para lidar com o paciente terminal, é de fundamental importância o olhar voltado para a pessoa; visando, primordialmente, o bem-estar, nos momentos que lhe restam. Para tanto, não se deve limitar o paciente a um órgão doente e deixá-lo passivo no processo do cuidado” (Souza, 2005, p.732).

É necessário o conhecimento e aperfeiçoamento desse profissional, para lidar com a morte e prestar cuidados paliativos a esse indivíduo que será privado de sua vida e convívio familiar.

Para o paciente na iminência da morte, a instituição familiar pode ter um valor bastante significativo. Para muitos homens, a família é a fonte da felicidade, sem a qual o homem está desprovido de algo estimulante. Para Kübler-Ross, o cuidado domiciliar requer menor adaptação do paciente, uma vez que no ambiente domiciliar residem referências, sua identidade, e isso se constitui numa forma de “resgatar” a vida Kübler-Ross (1975 apud Souza, 2005, p.732).

O indivíduo que está próximo ao falecimento, por uma doença sem expectativa de cura, imagina como será não ter mais acesso a tudo que sempre lhe pertenceu, e ter que conformar-se que tudo chegou ao fim. A necessidade de cuidados especiais para com esse sujeito pode ser atendida através da psicoterapia breve, que foca as angústias atuais do paciente com a finalidade de aliviar a dor da morte.

Assim, a entrevista de abertura é um encontro entre duas pessoas que podem se comunicar sem medo e sem ansiedade. O terapeuta-médico, capelão ou quem quer que assuma esse papel - tentará, através de palavras ou ações, fazer com que o paciente sinta que não vai sair correndo se forem mencionados os termos câncer ou morrer. O paciente entenderá essa dica e se abrirá, ou fará com que o entrevistador perceba que a mensagem o agrada, embora não seja momento certo. O paciente deixará que essa pessoa perceba quando ele estiver disposto a transmitir seus anseios, e o terapeuta o assegurará de que voltará no momento oportuno (Kübler-Ross, 2008, p.275-276).

É de grande importância ouvir atentamente em terapia o relato desse sujeito prestes a morrer, pois o mesmo descreve seu sofrimento, angústia e anseios por alguns assuntos pendentes ou até mal resolvidos, que o prendie à vida, até que ocorra uma solução ao seu problema em questão e tudo seja esclarecido antes de sua morte.

“Segundo Kübler-Ross após os relatos sobre suas queixas, todos estes pacientes sentia-se melhor depois das “confissões” ou depois que se tomavam providências quanto ao cuidado de terceiros, e, geralmente, morriam logo após ter sido resolvido o assunto pendente” (Kübler-Ross, 2008, p.276).

Para ampliar o cuidado com esses pacientes, alguns estudos científicos foram desenvolvidos para observar o apego do indivíduo às crenças e religiões, com a finalidade de encontrar um