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EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO CEGUÍDO

Por:   •  6/4/2015  •  Projeto de pesquisa  •  3.580 Palavras (15 Páginas)  •  110 Visualizações

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EDUCAÇÃO DE CEGOS MEDIADA PELA TECNOLOGIA

MIRANDA, Ilcelia de Sousa[1]

RESUMO

O presente artigo trata da necessidade da inclusão digital de alunos cegos, tendo um enfoque das novas tecnologias que poderiam ajudá-los, no ensino e aprendizagem para que os mesmos possam interagir com o meio social que o rodeiam. Além disso, apresenta as dificuldades encontradas por alguns alunos da Escola Municipal Lucíolo de Oliveira Rabelo em Goianésia do Pará/PA, onde os mesmos necessitam das tecnologias assistivas para poderem interagir, compreender, e acompanhar as atividades desenvolvidas em sala de aula.

Palavras chave: Tecnologia. Inclusão. Aprendizagem. Deficiência visual.


1. INTRODUÇÃO

Falar em educação inclusiva é saber que esse tema nos remete a um passado muito diferente do que temos hoje, incluir requer reconhecer que todo o ser um humano possui o direito de conquistar através da educação o direito ao trabalho, e de se relacionar com o meio social que o rodeia.

Na Grécia Antiga valorizava-se o sujeito que nasciam em perfeita condições física e mental, as crianças que não possuíam esse estereótipo seria deixada a margem da sociedade a própria sorte e morriam de fome, sede e de falta de cuidados necessários a um ser pequeno e tudo isso era de conhecimento e aceitação da sociedade e seus governantes. Na idade Média esse quadro de abandono foi condenado, pois o homem era considerado criatura divina e não deveria nenhum sujeito ir de encontro com as doutrinas da Igreja Católica.

No decorrer da história da humanidade muitas mudanças ocorreram em relação aos tratos, cuidados e direitos que um ser humano possui dentro de uma sociedade sendo este dito “normais” ou portador de necessidades especiais. Como o foco deste trabalho é voltado para as pessoas que possuem necessidades educativas especiais em decorrência da baixa visão ou totalmente cegas a estes será dado mais ênfase. No entanto, o presente artigo irá mostrar as dificuldades de aprendizagem encontradas por esses alunos, diante do exposto faz-se seguinte questionamento: como os professores trabalham o ensino e aprendizagem dos conteúdos ministrados para os alunos cegos do sexto ao nono ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lucíolo de Oliveira Rabelo na cidade de Goianésia do Pará/PA?

Partindo dessa problemática, o objetivo deste trabalho é propor que o ensino dos conteúdos ministrados aos alunos cegos sejam mediados pela tecnologia assistiva na referida instituição de ensino.  

2 CONCEITUANDO DEFICIÊNCIA VISUAL

De acordo com o site http://revistaescola.abril.com.br, deficiência visual é o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. Não são deficientes visuais pessoas com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias.

Segundo critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os diferentes graus de deficiência visual podem ser classificados em:

- Baixa visão (leve, moderada ou profunda): compensada com o uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, com o auxílio de bengalas e de treinamentos de orientação.

- Próximo à cegueira: quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra, mas já emprega o sistema braile para ler e escrever, utiliza recursos de voz para acessar programas de computador, locomove-se com a bengala e precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade.

- Cegueira: quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala e os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais.

O diagnóstico de deficiência visual pode ser feito muito cedo, exceto nos casos de doenças degenerativas como a catarata e o glaucoma, que evoluem com o passar dos anos.

2.1 O QUE É TECNOLOGIA ASSISTIVA?

Segundo Carmo(2005) apud Bersch & Tonolli (2005), Tecnologia assistiva é um termo usado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão, seria uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados por pessoas com deficiências. Esses recursos podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado, incluindo brinquedos, roupas, computadores, softwares, hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente.

Entende-se, portanto, que são recursos e serviços que proporcionam aos sujeitos com deficiência uma maior independência, fazendo com que as pessoas portadoras de necessidades especiais possam obter uma melhor qualidade de vida e inclusão social..

2.2 UM BREVE HISTÓRICO DA DEFICIENCIA

Na Grécia Antiga havia o ideal de adulto forte, para a representação estética da beleza e a manutenção da saúde, pois naquele período os jovens cresciam e tinham que estar preparados para lutar nas guerras em defesa de seus territórios. Como enfatiza Silva (2012, p.15) Apud Pessotti (1984):

“As crianças com deficiências físicas ou mentais nascida em Esparta eram eliminadas ou abandonadas, já que eram consideradas subumanas. Dessa forma antes de ficarem sob os cuidados dos familiares, em Esparta, as crianças passavam por uma inspeção do Estado para que verificasse se elas eram sadias e fortes. Após a inspeção, as crianças consideradas doentes, frágeis ou deficientes eram abandonadas até a morte. Em Atenas, também havia o costume de manter vivos somente os filhos fortes e com saúde, mas essa decisão era tomada pelo pai, e não pelo Estado, como em Esparta.”

De acordo com o autor na Grécia Antiga os deficientes eram considerados seres subumanos, e por isso a família e o Estado descartavam como objetos sem utilidade alguma, eram deixados para morrerem de fome, sede, e falta de cuidados, pois para o estado só teria importância as crianças fortes e saudáveis que cresciam e se preparavam para a guerra. Para Silva(2012, p.15) Apud Pessotti (1984) “práticas de abandono e negligência voltadas às pessoas com deficiências eram muito comuns na antiguidade e aconteceram em diversas regiões européias”.

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