Edema Agudo De Pulmão

1. INTRODUÇÃO

O exame físico pode ser realizado por vários profissionais da área da saúde, porém o foco deste trabalho é o exame físico no adulto com a patologia edema agudo de pulmão, realizado por enfermeiros.

Os processos para a execução do exame físico devem seguir uma ordem, para que nenhum passo seja esquecido ou repetido desnecessariamente. Porém não há obrigatoriedade de seguir uma ordem criteriosa, pois em algumas ocasiões (principalmente emergenciais), o exame deve ser direcionado, como por exemplo, a patologia adotada neste trabalho. (PETENUSSO, 2012)

O exame físico faz parte da avaliação realizada pelo enfermeiro, durante a sistematização de enfermagem, porém é importante que tanto o técnico como o auxiliar de enfermagem conheçam os princípios fundamentais do exame físico, para que seja possível reconhecer e comunicar ao enfermeiro as anormalidades detectadas. (PETENUSSO, 2012)

Dessa forma é possível melhorar a qualidade do trabalho em equipe, anotações, direcionar melhor a prática, prestar cuidados adequados à patologia apresentada.

Para se realizar um bom exame físico é necessário conhecimento em anatomia, que serão aplicados no decorrer do exame e na descrição que será feita pelo enfermeiro. Adota-se como referência a posição anatômica, mesmo que o cliente encontra-se acamado, deve-se imaginá-lo em posição anatômica, porém é necessário mencionar a posição em que ele se encontra durante a realização do exame físico.

No decorrer deste trabalho explica-se brevemente o que é a patologia e quais as causam que levam a doença, acrescentando todos os sistemas a serem observados e tratados e quais os cuidados prestar individualmente.

Tendo como objetivo compreender a importância de conhecimentos específicos para se tratar um paciente com a patologia edema agudo de pulmão, orientar sobre os aspectos característicos da doença, focar e direcionar o profissional como proceder e o que examinar, para se realizar um bom exame físico.

2. EDEMA AGUDO DE PULMÃO

“O edema pulmonar agudo, também chamado de edema agudo do pulmão (EAP), é uma emergência médica causada pelo extravasamento de água dos vasos sanguíneos para o tecido pulmonar, tornando a respiração difícil”. (EYE, 2001)

“O edema do pulmão possui o mesmo mecanismo fisiopatológico de qualquer edema em nosso corpo, ocorrendo sempre que há extravasamento de água dos vasos sanguíneos para algum tecido”. (PINHEIRO, 2002)

“Ao contrário do que se pode imaginar, os nossos vasos sanguíneos não são tubos impermeáveis, eles apresentam poros que permitem a saída e entrada de células, bactérias, proteínas e água”. (PINHEIRO, 2002)

Para Guenther (2001) o edema do pulmão ocorre basicamente por dois mecanismos:

• Aumento da pressão dentro dos vasos sanguíneos , quando se eleva a pressão dos vasos que se localizam dentro do pulmão, a água do sangue tende a extravasar através dos poros, acumulando-se no tecido pulmonar, principalmente nos alvéolos, que são as estruturas que realizam trocas gasosas.

• Aumento da permeabilidade dos vasos, causadas por algumas doenças, que tendem a aumentar os poros dos vasos sanguíneos, tornando-os mais permeáveis, o que facilita o extravasamento de água.

2.1. Causas do edema pulmonar agudo

2.2. Insuficiência cardíaca congestiva

A causa mais comum de edema pulmonar é a insuficiência cardíaca, onde o lado esquerdo do coração é o responsável por bombear o sangue oxigenado, após nutrir todos os tecidos, o sangue, agora pobre em oxigênio e rico em gás carbônico, retorna ao lado direito do coração, sendo imediatamente bombeado em direção aos pulmões. Nos pulmões, o sangue é novamente oxigenado e retorna para o lado esquerdo do coração, onde será bombeado em direção ao resto do corpo, reiniciando o processo. Quando o lado esquerdo do coração torna-se fraco, ele passa a ter dificuldade para bombear adequadamente o sangue, quando a bomba cardíaca falha, há um congestionamento, provocando um acúmulo de sangue nos vasos pulmonares. (PINHEIRO, 2012)

Esta congestão causa um aumento da pressão sanguínea dentro dos vasos pulmonares, favorecendo o extravasamento de água, na insuficiência cardíaca, o edema pulmonar se desenvolve lentamente a não ser que haja algum fator que desencadeie uma piora aguda da função do coração. (PINHEIRO, 2002)

2.3. Infarto agudo do miocárdio

O infarto agudo do miocárdio pode ser um causador do edema pulmonar, caso haja necrose de uma grande área do músculo cardíaco do lado esquerdo do coração, levando a uma insuficiência cardíaca súbita. Se grande parte músculo cardíaco morre, o coração torna-se incapaz de bombear o sangue adequadamente, provocando retenção deste nos pulmões. O edema agudo do pulmão é um dos possíveis sintomas de um infarto cardíaco. (PINHEIRO, 2002)

2.4. Crise hipertensiva.

“O aumento da pressão arterial costuma ser uma frequente causa de edema agudo do pulmão, principalmente nos pacientes que já possuem algum grau de insuficiência cardíaca”. (PINHEIRO, 2002)

Em situações normais, o coração do paciente com insuficiência cardíaca moderada pode ainda ser capaz de bombear o sangue adequadamente. Porém, basta uma elevação súbita na pressão arterial para que haja um aumento na resistência ao fluxo do sangue, exigindo esforço do músculo cardíaco. Alguns pacientes não possuem um coração apto a trabalhar contra uma pressão arterial alta, o que leva à congestão pulmonar. (PINHEIRO, 2002)

2.5. Doença das válvulas do coração.

Se o paciente possui uma doença das válvulas do coração esquerdo, da válvula aórtica ou mitral, o coração pode ter dificuldades em bombear o sangue através delas. A estenose aórtica e a estenose mitral são lesões da válvula que atrapalham a sua abertura. Se a válvula cardíaca não abre corretamente, o sangue não pode ser drenado através dela, causando a congestão pulmonar. (PEDROSO, 2002)

2.6. Insuficiência renal

A insuficiência renal leva ao acúmulo de água e sal no organismo, provocando o aumento do volume de líquido dentro dos vasos. Em casos, que o paciente não consegue urinar, a quantidade de líquido retido nos vasos se torna tão grande que este