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Por:   •  9/10/2013  •  Seminário  •  887 Palavras (4 Páginas)  •  142 Visualizações

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O presente artigo aproxima a arte literária da arte cênica (teatro e dança) através do conceito de corporalidade, cujos aspectos serão aqui delimitados, tendo como base a diferenciação desta dos conceitos de corporeidade e corporificação. Ressalta-se que, no decorrer desta explanação, pretende-se estabelecer alguns liames da relação entre estes três conceitos, presentes nos processos literários e que comparecem na leitura que aqui se busca realizar sobre o corpo. Este corpo que se enfeitiça com o texto que lê, que experimenta na carne e na inteligência (corpo mesmo) a emoção estética. Corpo que, na energia de seu movimento vital, produz sua textualidade: corporalidade [2].

Estrategicamente, parte-se da percepção do uso funcional que as artes, com suas especificidades, fazem do corpo humano, distinguindo tal uso de duas formas: primeiramente, as que partem da corporeidade, tendo o corpo como imagem, referência ou inspiração, denotado em processos descritivos ou modalidades plásticas que recuperam a imagem do corpo humano, quer figurativamente, quer de modo a diluir, em maior ou menor grau, as referências corporais; e, em segundo lugar, as que assumem um processo de corporificação, buscando a presença física do corpo, a exemplo das artes cênicas (dança, teatro, ópera, circo, musical) e demais modalidades de intervenção em que o corpo do artista é presente cenicamente.

Há que se diferenciar, no entanto, corporeidade e corporificação. Por esta última entende-se, aqui, a assimilação de idéias estruturadas, advindas de referências cotidianas, natas, sociais e/ou culturais e a constituição de uma mensagem corporal que evidencie ou traduza tais idéias. Trata-se da construção de uma partitura corporal que expresse uma idéia pré-concebida.

Corporeidade e corporificação têm em comum a característica da fisicalidade, que se liga a qualificadores do movimento expressivo, no aspecto exterior (biotípico e fisiológico) do corpo. Numa interpretação particular, por fisicalidade entende-se a exteriorização de processos internos, viscerais, e psicofisiológicos, que constroem a expressividade do corpo com base em recuperações emotivas e sensoriais. Neste sentido, o artista corporal utiliza elementos como a tensão muscular, o suor, a respiração e traços vocais de maneira a compor uma intensidade expressiva.

Por outro lado, num processo literário ou dramatúrgico, o autor prova dominar este recurso ao imprimir, na tessitura do texto, tais qualificadores em processos poéticos, narrativos e/ou dramatúrgicos. Portanto, trata-se de um nível psicofísico que pode ser recuperado no momento da leitura ou captado pelos olhos do espectador.

O termo corporeidade diz respeito à essência ou à natureza dos corpos ou dos estados corporais, relacionando-se a tudo que preencha o espaço e se movimente, mas que, ao mesmo tempo, situe o homem como um ser no mundo. Tem, portanto, um caráter denotativo, como representação das condições de comportamentos, atitudes e dinâmicas corporais do cotidiano de cada momento e espaço histórico-cultural. Para as artes, principalmente o teatro moderno, este termo toma uma interpretação simbólica, passando a traduzir um corpo expressivo, o qual preenche o espaço determinado, de modo a comprometê-lo com seus significados.

Neste sentido, a corporificação é a construção de uma partitura corporal dentro de uma obra cênica, a qual parte da observação do corpo cotidiano (corporeidade), para recompô-lo na cena, portanto em termos conotativos. A corporificação,

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