TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Eutanasia

Trabalho Escolar: Eutanasia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/4/2013  •  2.119 Palavras (9 Páginas)  •  948 Visualizações

Página 1 de 9

O termo Eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como "boa morte" ou "morte apropriada". O termo foi proposto por Francis Bacon, em 1623, em sua obra "Historia vitae et mortis", como sendo o "tratamento adequado as doenças incuráveis". De maneira geral, entende-se por eutanásia quando uma pessoa causa deliberadamente a morte de outra que está mais fraca, debilitada ou em sofrimento. Neste último caso, a eutanásia seria justificada como uma forma de evitar um sofrimento acarretado por um longo período de doença.

A eutanásia é legalizada na Bélgica, Luxemburgo, Suíça e nos Estados Unidos nos estados de Montana, Washington e Oregon. Em alguns países, como Holanda e Espanha, estuda-se a possibilidade de legalizar a eutanásia. Tudo isso teria sido impossível no final da Segunda Guerra Mundial, quando a opinião pública se encontrava extremamente sensibilizada contra essa prática em nome da qual se cometeram monstruosos abusos na época nazista. Em torno de 80 mil a 100 mil pessoas foram mortas durante a época de Hitler, que começou aplicando a eutanásia em deficientes físicos e mentais, acabando por ser também uma forma de eliminar pessoas qualificadas como inimigos políticos.

Existem muitas razões por que vem à luz hoje de forma insistente o problema da eutanásia. É preciso levar em conta, hoje, a recusa ante uma moral heterônoma (normas morais ou legais que não brotam da autonomia interior, da própria opção de consciência da pessoa) que traz questões como estas: que direito temos de prolongar a vida de um paciente que não deseja continuar a viver e solicita que se ponha um fim à sua existência? Não é coerente reconhecer à pessoa não somente um direito a vida, mas também um direito a morte e a escolher quando chegou o momento em que não tem mais sentido continuar a viver? Nessa perspectiva foi proposto, pela Euthanasian Society of America, que a Declaração Universal dos Direitos do Homem inclua entre os direitos da pessoa não somente o direito indiscutível à vida, mas também o direito à morte.

Outro argumento que influencia o atual debate sobre a eutanásia é o progresso da medicina, que não somente aumentou espetacularmente a expectativa de vida do ser humano na face d aterra, mas que também pode prolongar um longo e penoso processo de morrer. Sem dúvida, a união da medicina com a tecnologia trouxe novidades em nível de opções pela qualidade de nossas vidas, mas também questões éticas. Por exemplo, a mesma tecnologia que prolonga a vida de uma pessoas pode simplesmente prolongar o processo de morrer da outra.

Nesse novo contexto, enfrentamos sérias questões éticas, tais como: deve a vida humana, independentemente de sua qualidade, ser sempre preservada?

Até quando será permitido sedar a dor, ainda que isso signifique um abreviamento de vida? Devem-se empregar todos os aparelhos da medicina atual para acrescentar umas poucas semanas, dias ou mesmo horas à vida de um paciente terminal, ou se deve descontinuar o tratamento?

CONSENTIMENTO:

Está perfeitamente esclarecido o conceito de eutanásia. É somente a morte consentida do enfermo portador de moléstia grave, dolorosa e incurável. É necessário que fique claro não bastar a enfermidade incurável e dolorosa e tampouco o sentimento de piedade do agene ativo iante do sofrimento alheio. Faz-se mister que o enfermo consista, peça e até rogue, querendo a morte, para que tenhamos a eutanásia. O consentimento do doente, autorizando a própria morte, além dos demais requisitos, há que integrar a figura do homicídio piedoso. Isto se faz necessário porque não é comum que o homem doente, ainda que gravemente, queira morrer, mesmo padecendo muito. Pessoas existem que, nessas condições, encontram um estímulo, uma força que mantenha acesa nelas a vontade de viver.

A EUTANÁSIA NA HISTÓRIA

O Professor Diego Gracia, catedrático em história da Medicina (Espanha), divide a história da eutanásia em três épocas: a eutanásia ritualizada, a medicalizada e a autônoma.

EUTANÁSIA RITUALIZADA

É a ritualização da morte como um dos grandes acontecimentos da existência humana.

Os grandes acontecimentos da existência humana - o nascimento, a puberdade, o matrimônio e a morte - são fatos que vão além de seu mero significado biológico, são acontecimentos culturais, regulados e ritualizados pela sociedade. A sociedade articulou uma série de ritos que ajudam a integrar e assumir a ruptura pessoal, familiar e social que é inseparável da morte. Ao mesmo tempo, a morte é um fato tão dramático e inaceitável que tem de ser submetido à cultura.

EUTANÁSIA MEDICALIZADA

Esta etapa nasce na Grécia com a medicina e se estende até a Segunda Guerra Mundial. Platão, na República, afirma que o cuidado médico deve centrar-se naquelas pessoas que têm "corpos sãos por natureza" e contraem alguma enfermidade; enquanto, pelo contrário, o médico "em relação às pessoas crônicas por doenças internas" não se consagra a prolongar e amargar a vida. Platão considera que "quem não é capaz de viver desempenhando as funções que lhe são próprias não deve receber cuidados, por ser uma pessoa inútil tanto para si mesma como para a sociedade". A função do médico está unida à eutanásia.

O cristianismo adota uma atitude contrária à eutanásia. A Bíblia não conhece a prática ou o conceito de eutanásia. Tanto o Antigo como o Novo Testamento mostram um grande respeito para com o ancião, uma atitude de solidariedade para com quem sofre. A ética cristã não e centra no "belo e são", mas considera o enfermo uma pessoa cujo cuidado deve ser privilegiado. O judaísmo marginaliza os leprosos, porém nunca analisa a possibilidade de tirar a vida miserável. A difusão do cristianismo significa a desqualificação da eutanásia.

O tema da eutanásia volta à cena com toda a força no Renascimento. O filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) afirma que o "ofício do médico não é somente restaurar a saúde, mas também mitigar as dores e tormentos das enfermidades; e não somente quando tal mitigação da dor. Bacon afirma que o médico deve aplicar sua ciência não somente para curar, mas também para diminuir as dores de uma enfermidade mortal.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11.8 Kb)  
Continuar por mais 8 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com