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Evoluçao Da Musica

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Por:   •  14/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  6.743 Palavras (27 Páginas)  •  148 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Analisando a evolução histórica da música, podemos observar que os recursos

científicos e tecnológicos tiveram um papel fundamental para que se pudessem

vencer os obstáculos técnicos e ampliar a capacidade de expressão artística. A

influência da tecnologia eletrônica, e mais recentemente o processamento digital,

tem sido marcante na manifestação artística musical nas últimas décadas.

Os diversos recursos de expressividade e a enorme gama de sonoridades que

estão disponíveis nos instrumentos musicais eletrônicos, assim como as facilidades

dos softwares específicos para uso musical, são elementos que oferecem ao artista

uma ampla variedade de opções a serem usadas nos processos de criação e

execução. Muitos desses recursos também podem ser aplicados como ferramentas

de apoio ao ensino de música, capacitando adequadamente o estudante e

aumentando de maneira significativa o desempenho do aprendizado.

É fundamental que as pessoas envolvidas com música mantenham-se sempre

atualizadas sobre as inovações introduzidas pelas tecnologias digitais modernas,

para que possam desempenhar suas atividades com mais eficiência e melhor

qualidade.

1 TECNOLOGIA E MÚSICA: UMA PARCERIA ANTIGA

Se observarmos a evolução da música ao longo da história, podemos verificar

que sempre houve um aproveitamento dos conhecimentos científicos e dos recursos

tecnológicos disponíveis em cada época. Em alguns casos, como na formação da

escala musical, se não houvesse um domínio suficiente sobre certos aspectos da

matemática e da física, a música efetivamente não poderia ter atingido o estágio em

que estamos hoje.

1.1 A evolução da escala musical

Um dos exemplos mais importantes do desenvolvimento tecnológico na música

é a concepção da própria escala musical, cuja evolução se deu por soluções

matemáticas a partir de uma análise científica da psicoacústica.

Os primeiros estudos efetivos para a estruturação de uma escala de sons

foram realizados no século VI a.C., pelo sábio grego Pitágoras. Analisando as

vibrações produzidas por cordas com comprimentos diferentes, Pitágoras percebeu

que os sons gerados por cordas com determinadas relações de comprimento

produzem consonâncias agradáveis ao ouvido. A partir dessas proporções, ele

conseguiu definir uma gama (escala) de sete notas, baseada no intervalo que hoje

chamamos de quinta. Essa escala é o ponto de partida de toda a música ocidental, e

foi utilizada durante séculos. Entretanto, como as notas eram determinadas

tomando-se como referência apenas o intervalo de quinta, outros intervalos não

soavam bem, o que impossibilitava a modulação da música para outras tonalidades.

A necessidade de uma solução para essas limitações fez com que se

pesquisassem alternativas de afinação, e houve várias propostas de “correção” para

a escala pitagórica (ex: escala mesotônica, escala justa), mas nenhuma conseguia

obter a consonância em todos os intervalos, pois sempre havia algum efeito

colateral, e outros intervalos acabavam ficando longe de uma relação acústica ideal.

A solução técnica que se provou mais eficaz, e ao mesmo tempo aceitável

esteticamente, é conhecida como escala de temperamento igual e foi implementada

no século XVII por Andreas Werkmeister. Nesta escala, os intervalos (com exceção

da oitava) não são mais determinados por relações puramente acústicas, como

eram na escala pitagórica e na escala justa. Werkmeister partiu do pressuposto que

as doze notas da escala deveriam estar dispostas de tal maneira que aplicando-se

uma determinada relação matemática a uma nota poder-se-ia obter a seguinte, e

assim sucessivamente, até fechar na oitava. O valor que atende a esse requisito é

(= 1,0594), pois que multiplicando-se o valor por ele próprio doze vezes

chega-se a 2 (que é a relação de oitava). Assim, a razão matemática entre as

freqüências (oscilações) das notas Dó# e Dó é igual a 1,0594, que é a mesma

relação entre Ré# e Dó, e entre Fá e Mi, e entre Lá e Sol#, etc.

Para atender à nova relação entre os semitons, as afinações (alturas) das doze

notas na escala de temperamento são levemente diferentes das afinações da escala

pitagórica. Mas ainda que esses “erros” possam de fato ser percebidos por algumas

pessoas, tal esquema possibilitou a modulação para qualquer tonalidade, o que

trouxe novas perspectivas para o desenvolvimento da música.

Esse processo de evolução da escala musical, por meio de experimentações e

métodos científicos, foi fundamental para que se chegasse a uma solução

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