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Expansão E Impactos Do Serviço Social Na América Latina

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Por:   •  23/11/2014  •  2.143 Palavras (9 Páginas)  •  884 Visualizações

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Introdução

No cenário histórico do pós Revolução Francesa, especificamente no ano de 1848, ocorre na França a chamada Primavera dos Povos. Tal movimento constituiu no fato de o proletariado ir às ruas para exigir o cumprimento das bandeiras anteriormente levantadas pela burguesia revolucionária: liberdade, igualdade e fraternidade. Diante das reivindicações do proletariado, a burguesia abandona seu caráter revolucionário, assumindo uma perspectiva conservadora, na medida em que reprime as reivindicações de suas promessas anteriormente feitas, para conservar a ordem estabelecida.

Anteriores ao episódio de 1848, tendo como base o cenário histórico da Revolução Francesa, afirmaram-se duas correntes do pensamento revolucionário burguês: o racionalismo e o empirismo. O racionalismo afirma a capacidade humana de reconhecer, explicar e transformar o mundo, baseado no Renascimento, tendo como percussor René Descartes. Já o empirismo se apoia na ideia de que o conhecimento é produto da experiência humana, tendo como percussor David Hume.

Posteriormente, Gyorg Lukács vai nomear de filosofia da decadência essa transformação da riqueza filosófica / teórica do Iluminismo (pensamento burguês) a um pensamento formal e descolado da realidade (formalismo abstrato). A chamada filosofia da decadência, em linhas gerais, consiste no empobrecimento do pensamento revolucionário, ou seja, ocorre a união do racionalismo com o empirismo gerando a Sociologia, cujo percussor é Auguste Comte e o criador, de fato, é Émile Durkheim.

Èmile Durkheim baseia-se na ideia de que na sociedade encontram-se leis imutáveis, ou seja, através de normas que não mudam, mantém-se a ordem para que haja o progresso. Dentro dessa perspectiva teremos os conceitos de: fato social - que consiste nas normas de comportamento social que existem numa dada sociedade, ou seja, se coloca como anterior externo e impositivo ao indivíduo - e coesão social, que consiste na afirmação de que a sociedade só existe porque é coesa, ou seja, através de um padrão de normalidade é possível estabelecer uma solidariedade orgânica (de modo que cada indivíduo cumpra sua função).

Dentro desse contexto, surgem os pressupostos para a sociologia norteamericana.

Sociologia Norteamericana ou Intervencionista

A sociologia (resposta ideológica da burguesia conservadora) nos Estados Unidos surge na transição entre os séculos XIX e XX, tendo como ponto de partida as ideias de Émile Durkheim.

Possui como fundamento a ideia de que são necessários parâmetros para intervir na realidade, mantendo a ordem e produzindo progressos. Com isso, torna-se necessário identificar quais são as necessidades sociais e as instituições encarregadas de satisfazê-las. Sendo assim, de maneira explícita, é possível identificar que seu objetivo é prático e imediato e seu objeto é a produção de mudanças sociais, que requer o conhecimento dos problemas sociais, para impor terapêuticas, terapias, tecnologias sociais

Além disso, é possível identificar que a sociologia precisa achar conhecimentos positivos através da observação empírica (busca de situações que se repetem, tornando-se padrões ou patologias sociais que o sociólogo constrói da realidade). Temos a equivalência entre teoria e prática. Assim sendo, a sociologia norteamericana é considerada de médio alcance.

Mary Richmond recorre aos conhecimentos da sociologia norteamericana para estabelecer as características do Serviço Social. O mesmo tem por objetivo o ajustamento do indivíduo ao meio, onde o foco na intervenção se dá através do indivíduo. A ação do Serviço Social se coloca em três fatores: estudo social ou inquérito social (para que se conheça o problema), diagnóstico social (explicação do problema) e, por fim o tratamento social (podendo ser direto ou indireto, age para curar o problema). Sua abordagem se dá de maneira psicossocial, ou seja, utiliza conhecimentos psicológicos para justificar os problemas sociais, individualizando-os.

Estrutural-Funcionalismo e (Neo)positivismo

O estrutural-funcionalismo é a expressão do neopositivismo, pois compreende que o problema é da realidade. Para que a realidade seja um sistema harmônico (ideal, seguindo uma determinada concepção teórica) é necessário manipulá-la. Para isso, é necessária a construção de novas ações sociais, induzindo e manipulando as mesmas, para que haja controle das mudanças. Para que seja melhor esclarecida a afirmação acima, serão utilizadas duas referências dessa corrente (Talcott Parsons e posteriormente Robert Merton), com suas respectivas características e consequências.

Talcott Parsons centra-se na ideia de que os comportamentos individuais são determinados pela estrutura. Sendo assim, a estrutura social é composta por um sistema formado por diferentes subsistemas, que através de uma ação social (realizada pelos indivíduos), são dadas as mudanças culminando numa nova estrutura social com base na anterior, ou seja, o que não muda é o sistema. Já Robert Merton parte da teoria de Parsons e acrescenta que na análise de um subsistema específico, encontra-se agora um novo sistema constituído de subsistemas. Esses são os pressupostos que possibilitaram a chamada Organização de Comunidade.

Organização de Comunidade

A Organização de Comunidade possui como frente de atuação a educação de adultos. Sua realização se dá através de programas do estado norteamericano por meio de obras, agências, instituições de bem-estar e etc. Seu papel central é o de reduzir os conflitos e tensões desenvolvendo a capacidade colaborativa (onde a participação é estimulada e induzida, sendo necessária para colaborar com a coesão) dos membros da comunidade, para que seja mantido ou construído o padrão de normalidade, mesmo que seja necessária a presença de agentes externos (Estado) da comunidade.

Nesse sentido, são criados conselhos de bem-estar ou trabalhos em rede para que seja possível a integração entre instituições públicas que desenvolvem diferentes serviços, ocasionando consequentemente uma visão harmônica do papel do Estado. Sua função é a de fazer a comunidade combinar necessidades sociais com os recursos de bem-estar, com isso, para a realização de tal função são necessários dois aspectos: o planejamento e a integração, propagando a ideia de que os indivíduos devem se sentir pertencentes à sociedade em questão.

Nesse âmbito, se desenvolve o Serviço Social em Organização de Comunidade, onde o foco não é o indivíduo, e sim a comunidade.

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