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FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A CONTRIBUIÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO: UMA REFLEXÃO NA PRÁTICA

Por:   •  22/3/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.455 Palavras (14 Páginas)  •  281 Visualizações

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SIMONE LEAL SOUZA COITÉ

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E A CONTRIBUIÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO: UMA REFLEXÃO NA PRÁTICA

                                                       LINHA DE PESQUISA:CURRICULO E (IN) FORMAÇÃO

                                                     

                                                       PROFESSORES:

                                       MARIA INEZ DA SILVA DE SOUZA CARVALHO

   MARIA ORNÉLIA MARQUES

I - INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, temos vivenciado grandes mudanças em nossa sociedade; mudanças tecnológicas, econômicas e políticas. O impacto dessas mudanças revela e traz uma nova forma para o homem pensar e agir.

Placco e Silva (2000) afirmam que essas mudanças, inclusive no mundo do trabalho, implicam uma nova forma de ser, exigem um novo cidadão e, consequentemente, trazem novas exigências educativas.

Nesse modelo de sociedade, denominada em alguns momentos como do “futuro”, e em outros momentos, como a “sociedade do conhecimento” aparece à necessidade do aprendizado contínuo, como garantia da sobrevivência. Gadotti (2002, p. 27) diz que “o conhecimento tornou-se peça chave para entender a própria evolução das estruturas sociais, políticas e econômicas de hoje”.

Diante deste contexto, é importante que o professor tenha consciência da limitação do seu conhecimento e a visão fragilizada a ele revelada quanto à incompletude da formação docente. Assim, um dos grandes desafios da educação atual se refere à busca da formação continuada do professor, de forma que se reverta em uma melhoria da qualidade de ensino em nossas escolas.

Casério (2004, p. 177) diz que a confiança e o compromisso do educador para promover mudanças na escola, com a sua democratização e autonomia, acontecerá “quando investir naquilo que é a própria razão de ser da escola: a formação do professor”.

O tema formação continuada de professores vem mobilizando a atenção dos profissionais na escola (diretores, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais) na medida em que estes compreendem que o desenvolvimento profissional dos professores não se reduz a participação em cursos de natureza acadêmica, mas acontece principalmente no interior das escolas; destacamos a figura do coordenador pedagógico como profissional que tem a atribuição essencial na contribuição do processo de formação continuada dos professores.

Nessa perspectiva, a escola se apresenta como lócus de produção de conhecimento, contribuindo para que o professor como sujeito construtor de conhecimentos e saberes, reflita sobre a prática e assuma o papel de transformador da realidade.

Face às demandas apresentadas e as necessidades do mundo em que vivemos, os programas de formação inicial e continuada do professor precisam contemplar temas que permitam a reflexão critica da realidade, para que dessa forma tenhamos cidadãos capazes de contribuir com a construção de uma sociedade equânime, plural e inclusiva.

A simples transmissão de informações não atende mais as necessidades de formação do cidadão da sociedade atual, considerando a quantidade e a velocidade com que essas circulam, por meio das diferentes mídias. Há a necessidade de formação do cidadão crítico, participativo e atuante na sociedade em que vive, preparado para enfrentar a complexidade da sociedade capitalista na sua fase atual.

A aproximação, o despertar e o meu interesse pela temática é fruto das inquietações e angústias advindas da vida profissional, nas vivências de educadora, tanto na docência do ensino fundamental e na educação de jovens e adultos, como na gestão, atuando na coordenação pedagógica e como Secretária Municipal de Educação do município de Angical, como também de motivações pessoais construídas no dia-a-dia.

Aliado a esses fatores, surge à preocupação em aprofundar o conhecimento quanto à formação continuada dos professores da educação de jovens e adultos (EJA), visto a necessidade de aprimorar a nossa atuação enquanto coordenadora pedagógica e auxiliar os professores na busca de novos saberes. Assim, poderemos analisar quais as suas dificuldades, necessidades e as mudanças que precisam acontecer na sua prática pedagógica.

A relevância do tema o coordenador pedagógico e a formação continuada dos Professores da educação de jovens e adultos das escolas públicas do município de Angical, na Região Oeste da Bahia, é promover uma reflexão quanto à importância da qualificação profissional, visto que educadores bem formados, atualizados e motivados constituem o elemento básico para a educação de qualidade.

Acreditamos em uma formação que se fundamenta em uma concepção pensada e elaborada com o foco no espaço da escola, respondendo às necessidades de formação requerida pela realidade, ou seja, uma política de formação docente processual e dinâmica, atenta às novas demandas de conhecimentos, próprias do mundo contemporâneo.

À qualidade na educação, dimensionada na ação do professor, subjaz um entendimento de que este tem direito a um saber científico, humano, tecnológico, crítico, amplo, que é caracterizado diferentemente das propostas pontuais desenvolvidas nos treinamentos aligeirados.

Na EJA, a problemática da formação dos professores é complexificada, seja porque a do tipo aligeirada não atende às necessidades dos professores sem nenhuma formação inicial escolar, nem aos professores que já têm uma formação inicial.

Sabemos que os professores da EJA não possuem conhecimentos teórico-metodológicos que fundamentem suas práticas docentes nessa modalidade. Esses professores vivem realidades que exigem um conhecimento e um fazer diferenciados, pois estão em contato com um novo tipo de aluno, diferentes em relação ao perfil, aos interesses e às condições de vida.

Acrescido a esses problemas, outros também comprometem a atuação deste professor, um deles é a visão restrita da sociedade quanto a EJA, que é colocada paralelamente ao sistema, como uma educação compensatória, complementar e não como uma modalidade de ensino da educação básica que requer uma atenção especial, visto a clientela especifica que atende.

São desafios postos para esses professores, cujo único espaço de formação e discussão dessa realidade se limita a contatos aligeirados e temáticos em serviço, incentivados pelas próprias instituições. Essas dificuldades passam pelo próprio campo de atuação dos professores, ou seja, a dificuldade de concretizar, por meio de ações consistentes, o modo específico de ser da EJA, que recebe tratamento compensatório e assistencialista, o que tem tornado difícil a sua construção como um campo de direito e sua configuração pedagógica. Essa complexidade acompanha tudo o que se relaciona à EJA: alunos, escola, conteúdo, metodologia e os profissionais, estes precisam de profissionalização específica.

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